Cientistas brasileiros criam pele artificial 3D avançada e abrem caminho para estudos sem testes em animais
Avanço pode mudar dermatologia e farmacologia.
- Data: 02/12/2024 08:12
- Alterado: 02/12/2024 08:12
- Autor: Redação
- Fonte: Agência SP
Pesquisadores brasileiros deram um passo significativo na ciência biomédica ao desenvolverem um modelo de pele artificial tridimensional (3D) com características que se aproximam das da pele humana. Denominada Human Skin Equivalent with Hypodermis (HSEH), essa inovação promete revolucionar o campo dos estudos dermatológicos e farmacêuticos, possibilitando pesquisas sem a necessidade de testes em animais.
O projeto, que utiliza células-tronco e células primárias humanas, foi detalhado na revista “Communications Biology” por cientistas do Laboratório Nacional de Biociências (LNBio), parte do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM). O anúncio ocorreu durante a Fapesp Week Spain, em Madri.
Ana Carolina Migliorini Figueira, coordenadora do projeto e pesquisadora do LNBio-CNPEM, destacou que o modelo reproduz fielmente as três camadas da pele humana: epiderme, derme e hipoderme. Esta última, muitas vezes negligenciada em modelos anteriores, desempenha um papel crucial na regulação biológica da pele, influenciando processos como hidratação e diferenciação celular.
O uso de engenharia tecidual permitiu aos pesquisadores criar uma pele 3D com hipoderme inclusa, fornecendo um ambiente celular mais realista e funcional. “Este modelo representa uma plataforma in vitro mais precisa para estudos de doenças e testes toxicológicos”, afirmou Figueira.
Além disso, a pesquisa visa expandir suas aplicações através de um projeto financiado pela Fapesp em parceria com a Netherlands Organisation for Scientific Research (NWO). O objetivo é desenvolver uma pele diabética artificial para estudar feridas crônicas e buscar tratamentos eficazes para essas condições.
Colaborando internacionalmente, cientistas da Radboud University Medical Center nos Países Baixos estão desenvolvendo novos biomateriais para curativos que possam tratar feridas diabéticas. A intenção é testar esses curativos tanto em modelos animais quanto na nova pele diabética desenvolvida pelo LNBio.
Paralelamente, a Universidade Federal do ABC (UFABC) está explorando a biologia sintética para criar biossensores capazes de monitorar contaminações ambientais por metais pesados como mercúrio e manganês. Utilizando circuitos genéticos de DNA, RNA e proteínas, os pesquisadores visam oferecer soluções de monitoramento mais acessíveis e eficientes.
Essas iniciativas destacam o potencial da biotecnologia como área estratégica de investimento e desenvolvimento científico. Segundo participantes espanhóis do evento, a Espanha tem direcionado grandes investimentos para esse setor nos últimos anos, fortalecendo colaborações internacionais e impulsionando avanços científicos globais.

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