Brechas Urbanas ganha apresentação no Itaú Cultural e na Japan House

Personalidades como Hiroshi Sambuichi, Guilherme Wisnik, Adriana Capuano e a refugiada política Daniela Solano falam sobre a relação entre os espaços culturais e a cidade

  • Data: 18/04/2019 13:04
  • Alterado: 18/04/2019 13:04
  • Autor: Redação
  • Fonte: Itaú Cultural
Brechas Urbanas ganha apresentação no Itaú Cultural e na Japan House

Crédito:Foto divulgação

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O Brechas Urbanas de abril acontece em dose dupla. Na edição do dia 24 (quarta-feira), às 20h, dialoga com a Ocupação Gregori Warchavchik, que abrirá no Itaú Cultural três dias depois, em homenagem ao pioneiro da arquitetura moderna brasileira. A conversa com a doutora em ciências sociais pela Unicamp, Adriana Capuano, e a refugiada política colombiana, Daniela Solano, com o público é sobre as contribuições dos imigrantes na construção das cidades pelo viés da cultura.

No dia 28 (domingo), às 16h, o debate é realizado na JAPAN HOUSE, integrando a programação do evento Paulista Cultural, quando, durante um domingo, as instituições culturais da avenida fazem um intercâmbio de atividades. Nesta casa, o tema passa para a construção arquitetônica da cultura, com enfoque nos espaços destinados à sua fruição. Realizado em co-autoria, ali, os debatedores convidados são os arquitetos Hiroshi Sambuichi, japonês que vem ao Brasil pela primeira vez, e o brasileiro Guilherme Wisnik.

No Itaú Cultural

Daniela fala de algumas das diversas questões latentes que dizem respeito aos fluxos migratórios da atualidade. Ela é uma das criadoras do projeto Visto Permanente Acervo das Novas Culturas Imigrantes de São Paulo, que reúne na plataforma online https://www.vistopermanente.com/ vídeos em que as pessoas nesta condição mostram algumas das manifestações culturais de seus países de origem. Juntos, eles representam uma amostragem da diversidade de povos que escolhem São Paulo como sua casa, permanente ou temporariamente, e da bagagem cultural que trazem advinda de outras experiências de vida. Entre os países representados estão Bolívia, Peru, Colômbia, Mali, Senegal, República Democrática do Congo, Angola, Haiti, Cuba, Costa Rica, Rússia, Portugal, México.

Existe uma aceitação para fluxos cristalizados como o italiano, alemão, japonês, enquanto o pessoal da Bolívia, Senegal e Síria não é entendido da mesma forma no panorama cultural da cidade, conta Daniela, que inicialmente constituiu este projeto com outros quatro imigrantes com as mesmas aspirações. “Se percebe uma certa resistência para assimilar essas novas culturas pela estigmatização desses imigrantes ‘não desejados’”, conclui ela. A ideia do projeto é justamente reverter essa visão gerada pelo preconceito, abrindo espaço para novos diálogos propostos pelo tempo presente.

Essa conversa também parte de um entendimento dos movimentos da globalização e das urgências que desperta no contexto de acirramento de crises políticas, humanitárias e naturais, panorama que, tempos atrás, era muito diferente. Essa reflexão abre caminho para a proposição de Adriana Capuano, doutora em ciências sociais pela Unicamp, especialista em questões migratórias, que divide o palco da Sala Multiúso com Daniela.

Hoje, os imigrantes mais antigos já estão integrados, embora também tenham passado, inicialmente, por preconceitos e resistência. Ainda assim, migrar, na atualidade, é completamente diferente do que significou no passado, aponta a acadêmica. Ela traça paralelos entre os dois tempos para alargar esse entendimento, visto que a capital paulista já recebeu uma grande quantidade de pessoas de diferentes origens. “No momento em que começou a receber esses fluxos a cidade era muito pequena, praticamente uma vilinha. As migrações do passado, da virada do XIX para o XX, marcaram a construção de São Paulo. Elas são o fermento da explosão demográfica do século passado, que depois cresceu com as migrações internas, vindas principalmente do nordeste”, ela conclui.

Na JAPAN HOUSE

Excepcionalmente neste mês o debate promovido pelo instituto acontece mais de uma vez. Na segunda edição de abril, é realizada em coautoria da Japan House, que também hospeda o evento,  dentro da programação da Paulista Cultural, no dia 28 (domingo), às 16h. Lá, os arquitetos Hiroshi Sambuichi, japonês que vem pela primeira vez ao Brasil,  e o brasileiro Guilherme Wisnik debatem a construção arquitetônica da cultura, com enfoque nos espaços destinados à sua fruição.

A Paulista Cultural é uma iniciativa da Casa das Rosas,Centro Cultural Fiesp,IMS Paulista,Itaú Cultural, JAPAN HOUSE, MASP e Sesc Avenida Paulista e tem participação, aina, do Centro Cultural São Paulo, Cidade Matarazzo, Blooks, Museu do Futebol, Cine Reserva Cultural, Blue Note, CINEARTE Conjunto Nacional, Espaço Cultural Conjunto Nacional, Espaço Itaú de Cinema, Instituto Cervantes, Livraria Cultura, Paulista Viva e Teatro Gazeta. Esta programação engloba atividades de teatro, música, artes visuais, dança, literatura, fotografia, gastronomia e cinema em um dia de intercâmbio entre estas instituições culturais, que se unem para propor atividades amplas e diversificadas.

Sobre o Brechas Urbanas

O Brechas Urbanas foi criado a partir da aposta do Itaú Cultural de que é cada vez mais urgente repensar a vida nas cidades, tendo a arte como elemento transformador potente nesta reflexão.

“Essa pesquisa proporcionada pelos encontros nos move a propor inovações no mundo contemporâneo”, acredita Ana de Fátima Sousa, gerente do Núcleo de Comunicação do Itaú Cultural, que também assina a curadoria da programação.

Monique Evelle, a nova mediadora do encontro, destaca importância de poder aprofundar o debate sobre as cidades a partir de diferentes narrativas. “Vai ser um território de aprendizagem ao lado de pessoas que estudam e vivem cada assunto abordado.”

Brechas Urbanas tem a proposta de reunir mensalmente representantes de diversas áreas da arte e da cultura para fazer uma reflexão atual e propositiva sobre a vida na cidade. Além da transmissão ao vivo do programa, também com interpretação em Libras, o Itaú Cultural disponibiliza todos os eventos do gênero já realizados no endereço: http://www.itaucultural.org.br/secoes/videos.

SERVIÇO:

Brechas Urbanas –Os outros países nas cidades

Com Adriana Capuano e Daniela Solano

Dia 24 de abril, às 20h

Duração: 120 minutos

Classificação indicativa: Livre

Sala Multiúso

100 lugares

Entrada gratuita

Distribuição de ingressos:

Público preferencial: uma hora antes do evento | com direito a um acompanhante

Público não preferencial: uma hora antes do evento | um ingresso por pessoa

Interpretação em Libras.

Brechas Urbanas – A vida arquitetônica da cultura

Com Hiroshi Sambuichi e Guilherme Wisnik.

Dia 28 de abril, às 16h30

Duração: 120 minutos

Classificação indicativa: Livre

Japan House

Entrada gratuita

Ingressos distribuídos uma hora antes do evento na recepção da Japan House São Paulo

Com interpretação em Libras

LOCAL

Itaú Cultural

Avenida Paulista, 149, Estação Brigadeiro do Metrô

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