Sarampo: doença que Brasil já foi livre retornou após baixa na vacinação; saiba os sintomas
O sarampo, uma doença altamente contagiosa, pode causar complicações graves e até levar a óbito, especialmente em crianças e gestantes.
- Data: 21/03/2025 22:03
- Alterado: 21/03/2025 22:03
- Autor: Suzana Rodrigues
- Fonte: Ministério da Saúde, Agência Brasil, fiocruz
O sarampo, uma doença viral altamente contagiosa, voltou a ser uma preocupação no Brasil após a confirmação de casos recentes no estado do Rio de Janeiro. Em março de 2025, duas crianças menores de um ano foram diagnosticadas com a doença em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Ambas foram hospitalizadas e estão em recuperação.
Brasil: o país que era livre do sarampo
Em 2016, o Brasil recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) o certificado de eliminação do sarampo, após interromper a transmissão endêmica do vírus por mais de 12 meses. No entanto, a partir de 2018, segundo o Ministério da Saúde, o país enfrentou surtos significativos da doença, atribuídos principalmente à queda na cobertura vacinal.
Veja uma linha do tempo dos casos a partir de 2018:
- 2018: 9.329 casos confirmados;
- 2019: 21.704 casos confirmados;
- 2020: 8.035 casos confirmados;
- 2021: 670 casos confirmados;
- 2022: 42 casos confirmados.
Consequentemente, o Brasil perdeu o certificado de eliminação do sarampo em 2019, evidenciando a importância da manutenção de altas taxas de imunização para prevenir o retorno de doenças anteriormente controladas.
Sarampo: transmissão, sintomas e tratamento
A prevenção e o controle do sarampo dependem do conhecimento sobre sua transmissão, identificação precoce dos sintomas e tratamento adequado.
Transmissão do sarampo
O sarampo é transmitido por meio de gotículas respiratórias expelidas ao falar, tossir ou espirrar. O vírus pode permanecer ativo no ar ou em superfícies por até duas horas, facilitando a infecção de pessoas não imunizadas que entrem em contato com ambientes contaminados.
Sintomas da doença
Os principais sintomas do sarampo incluem febre alta, tosse, coriza, conjuntivite e manchas vermelhas na pele. Essas manifestações costumam surgir entre 10 e 14 dias após a exposição ao vírus. Complicações graves, como pneumonia, encefalite e óbito, podem ocorrer, especialmente em crianças desnutridas e menores de cinco anos.
Tratamento
Não existe um tratamento antiviral específico para o sarampo. O manejo da doença é baseado no alívio dos sintomas e na prevenção de complicações, com suporte adequado de hidratação, nutrição e monitoramento de infecções secundárias. A vacinação é a principal medida preventiva contra o sarampo.
Mortalidade
Segundo a Fiocruz, a mortalidade do sarampo varia conforme a faixa etária e o estado de saúde dos infectados. Crianças menores de cinco anos e adultos com mais de 20 anos apresentam maior risco de complicações e óbito. Gestantes não vacinadas também correm risco elevado, podendo ocorrer aborto espontâneo, parto prematuro ou nascimento de bebês com baixo peso.
Maior número de óbitos
Entre 2018 e 2021, o Brasil registrou 39.738 casos de sarampo, com a maioria dos óbitos ocorrendo em crianças menores de um ano. Segundo a Agência Brasil, em 2020, o país registrou o maior número de vítimas infantis em quase duas décadas, com dez mortes abaixo dos cinco anos. Entre 2018 e 2021, o número de mortes nessa faixa etária chegou a 26.
A recente confirmação de casos de sarampo no Rio de Janeiro reforça a necessidade de manter altas taxas de vacinação e vigilância contínua para evitar novos surtos e proteger a população contra essa doença potencialmente fatal.
Vacinação
A principal forma de prevenção contra o sarampo é a vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola.
Segundo o Programa Nacional de Imunizações (PNI), a vacinação deve seguir o esquema de duas doses: a primeira aos 12 meses de idade e a segunda aos 15 meses, com a tetraviral, que também protege contra varicela.
Para adultos não vacinados, recomenda-se até duas doses, dependendo da idade. Entre os efeitos colaterais mais comuns estão febre baixa, vermelhidão no local da aplicação e, em casos raros, reações alérgicas.
Aumento na adesão à vacinação
Nos últimos anos, a adesão à vacinação sofreu queda significativa, levando ao retorno da doença no país. No entanto, com o aumento das campanhas de conscientização e a preocupação com surtos recentes, observa-se uma tendência de retomada da cobertura vacinal, essencial para restabelecer a proteção coletiva e evitar novos surtos.
Em maio de 2024, segundo o ministério da saúde, 22 estados brasileiros apresentaram aumento na cobertura da vacina tríplice viral. Além disso, a primeira dose dessa vacina atingiu 96,3% de cobertura em crianças, um aumento significativo em relação aos 80,7% registrados anteriormente.

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