Portador de Mieloma Múltiplo reivindica atenção do Governo Federal para tratamento

Paciente que faz uso da lenalidomida por meio de ação judicial estará presente na audiência pública sobre a proibição da substância no Brasil, dia 17, no Senado

  • Data: 16/10/2013 17:10
  • Alterado: 16/10/2013 17:10
  • Autor: Redação
  • Fonte: RS Press
Portador de Mieloma Múltiplo reivindica atenção do Governo Federal para tratamento

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Rogério de Sousa Oliveira, portador do Mieloma Múltiplo, tipo raro de câncer de sangue, reivindica atenção do Governo Federal quanto ao tratamento à base de lenalidomida, substância não registrada no Brasil, cuja liberação será discutida em audiência pública no Senado Federal, dia 17.

A lenalidomida é utilizada em mais de 80 países no tratamento de Mieloma Múltiplo, vale destacar a presença nos Estados Unidos e Europa. A substância ameniza os sintomas da doença como fortes dores nos ossos e anemia, além de aumentar a perspectiva de vida de três para 10 anos.

O uso da lenalidomida no país só é liberado por ação judicial. Oliveira ingressou com o processo em janeiro deste ano, mas só recebeu o medicamento em junho. “A decisão do judiciário foi rápida, o que demorou foi a burocracia da Secretaria da Saúde”, comenta o paciente, que é advogado e morador da região do ABC Paulista. Em agosto, o tratamento foi interrompido porque a Secretaria de Saúde não disponibilizou o remédio. A entrega só foi normalizada no início do mês de outubro.

A doença foi diagnosticada em 2011, a partir de formigamento frequente nos pés. Ao realizar uma tomografia da coluna e uma ressonância da bacia, os exames atestaram lesões e infiltrações. Como tratamento, já realizou quimioterapia, radioterapia e autotransplante de células tronco. “Até junho a doença estava controlada. O uso da lenalidomida foi recomendado para mantermos o estágio atual e conter possíveis avanços”, relata Rogério.

Realizado há mais de 30 anos no país, o autotransplante utiliza as células-tronco do próprio paciente após tratamento médico. As células-tronco são coletadas antes do início da quimioterapia, que causa lesões tóxicas na medula. As mesmas são coletadas, congeladas e no dia da intervenção são descongeladas e aplicadas via intravenosa no paciente. “Em países que o uso da lenalidomida é liberado, a substância aumenta a eficácia do transplante”, explica o médico hematologista Angelo Maiolino, Professor de Hematologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Mais sobre o MM:
Neoplasia onco-hematológica, o mieloma múltiplo representa 1% de todos os tipos de câncer, sendo o segundo mais comum entre os hematológicos, atrás apenas dos linfomas não-Hodgkin.  A doença surge em uma célula do sistema de defesa do organismo, chamado plasmócito, responsável pela produção dos anticorpos, as imunoglobulinas. Por alguma alteração se torna um plasmócito neoplásico e começa a proliferar, o que ocasiona o mieloma.

O arsenal terapêutico para tratamento da doença no Brasil está defasado e conta apenas com dois medicamentos, sendo que apenas um é fornecido pelo SUS (Sistema Único de Saúde), enquanto em 80 países, a doença é tratada com no mínimo cinco opções de terapias diferentes, entre elas, a lenalidomida, medicamento que proporciona melhor qualidade de vida e maior sobrevida aos pacientes.

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  • Data: 16/10/2013 05:10
  • Alterado:16/10/2013 17:10
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