Porcentagem de mulheres candidatas a prefeita cai nas eleições de 2020

Cresce representatividade feminina no cargo de vice-prefeita, mas municípios ainda resistem a candidaturas femininas

  • Data: 05/10/2020 15:10
  • Alterado: 05/10/2020 15:10
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo
Porcentagem de mulheres candidatas a prefeita cai nas eleições de 2020

Em apenas 1% dos municípios

Crédito:Reprodução

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Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apontam que em 39 municípios do país apenas mulheres se candidataram para o cargo de prefeita. O número é baixo e representa menos que 1% dos municípios brasileiros. Já em 60% das cidades, apenas homens concorrem ao mesmo cargo.

Os municípios em que apenas mulheres se candidataram apresentam características semelhantes: são cidades pequenas, com no máximo 45 mil eleitores. Exemplos de cidades são Camocim-CE, com 45 mil eleitores e São José do Brejo da Cruz-PB, com 2 mil eleitores.

A participação feminina cresceu nas eleições municipais deste ano nas 26 capitais do país. No entanto, as mulheres aparecem mais como vice nas chapas que disputam as prefeituras. A presença como candidatas ao cargo de prefeita não evoluiu após quatro anos.

As mulheres são maioria do eleitorado no Brasil. De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 52% dos brasileiros aptos a votar são do sexo feminino, cerca de 77 milhões.

O número de mulheres que se colocaram como opção para assumir prefeituras das capitais em 2016 era de 38 dos 209 concorrentes (18,1%). A quantidade de candidaturas femininas até subiu para 56. Porém, com um número maior de candidatos no total – 314 – a participação se manteve estável: 17,8%, com leve redução de 0,3%.

A disparidade nos percentuais entre cidades com apenas mulheres nas disputas e as que apenas os homens concorrem à prefeitura revela incoerências na política brasileira. Segundo Flávia Biroli, em entrevista ao portal G1, não é verdade que as mulheres não tenham interesse pela política, mas o sistema político é amplamente controlado pelos homens e isso, explica a professora, cria barreiras para as mulheres lançarem suas candidaturas.

Por outro lado, a representatividade feminina teve um aumento significativo nos cargos que complementam as chapas: de vice. Se em 2016 a participação era de 27,7% (58 de 209), agora está perto de representar a metade de todas as candidaturas, com 41,7% (131 de 314), crescimento de 14%.

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