Papa Francisco critica políticas de deportação de Donald Trump
O pontífice expressa sua preocupação com as deportações em massa e o tratamento dos migrantes, destacando a importância do respeito à dignidade humana
- Data: 11/02/2025 11:02
- Alterado: 11/02/2025 11:02
- Autor: Redação
- Fonte: Vaticano
Papa Francisco
Crédito:Tânia Rêgo/Agência Brasil
O Papa Francisco manifestou sua desaprovação em relação às políticas de imigração implementadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em uma carta aberta dirigida aos bispos católicos norte-americanos, divulgada na última terça-feira (11). O pontífice expressou preocupação com a atual crise migratória, que se intensificou com o início de um programa de deportações em massa.
Crítica à criminalização dos imigrantes
Na missiva, Francisco destacou que é fundamental não rotular todos os imigrantes irregulares como criminosos. Ele exortou os fiéis da Igreja Católica a resistirem a narrativas discriminatórias que possam causar sofrimento aos migrantes e refugiados. “O que é construído com base na força e não na verdade sobre a dignidade igual de cada ser humano começa mal e terminará mal”, afirmou.
Desde o início de seu papado, Francisco tem sido um defensor ardente dos direitos dos migrantes. Sua crítica às políticas de Trump não é novidade; em 2016, durante a primeira vitória eleitoral do republicano, o papa declarou que suas opiniões sobre imigração não eram cristãs.
Direito à proteção e dignidade humana
No comunicado emitido pelo Vaticano, o papa reconheceu o direito das nações de proteger suas comunidades contra indivíduos que tenham cometido crimes violentos. No entanto, ele alertou que deportar pessoas que muitas vezes fogem de situações extremas de pobreza, insegurança e perseguição fere a dignidade humana. “Deportar pessoas que deixaram suas terras por motivos de extrema pobreza ou insegurança atenta contra a dignidade de muitos”, ressaltou.
Além disso, o papa enfatizou que a verdadeira medida de um Estado de Direito está no tratamento digno dispensado a todas as pessoas, especialmente aquelas mais vulneráveis. Ele também salientou que isso não deve impedir o desenvolvimento de políticas que regulem a migração de forma ordenada e legal, mas essas políticas não podem ser construídas à custa do sacrifício dos mais desfavorecidos.
A administração Trump respondeu ao retorno ao poder com uma série de ações executivas destinadas a redirecionar recursos militares para as operações de deportação em massa e ampliou as autoridades dos agentes de imigração para realizar prisões em locais como escolas e hospitais.