Paço das Artes inaugura primeira exposição de 2025, “Ainda não é o fim do mundo”
Com entrada gratuita, a exposição abre ao público no dia 31, sexta-feira, a partir das 17h, na sede do Paço das Artes, em Higienópolis
- Data: 22/01/2025 12:01
- Alterado: 22/01/2025 12:01
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: MIS
Crédito:Divulgação
O Paço das Artes, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, inaugura a agenda 2025 de exposições com a coletiva inédita Ainda não é o fim do mundo. Com abertura no dia 31 de janeiro, sexta-feira, às 17h, a exposição tem entrada gratuita e segue em cartaz até o dia 11 de maio.
Com curadoria de Renato De Cara, curador do Paço das Artes, a exposição traz ao público 58 trabalhos de 18 artistas que, por meio de suas obras, refletem sobre os impactos significativos e, muitas vezes, irreversíveis das ações humanas ao meio ambiente. Para além das mudanças nas paisagens, os artistas exibem exercícios de imaginação para um futuro fantasioso, investigando linguagens, representações utópicas, apocalípticas e objetos ficcionais.
“Entre a observação da passagem do tempo nas paisagens clássicas e outras obras iluminadas pela tecnologia, entre seres imaginados e outros metamorfoseados por alterações climáticas, procuramos reunir um grupo de artistas que está pensando esse momento de transição da natureza e comportamental”, afirma Renato De Cara. “Dividida em três salas e momentos que se relacionam, em um ir e vir de questionamentos, esta mostra apresenta, em um primeiro momento, quatro artistas, na sala Da inocência à paciência, com trabalhos que fazem uma observação mais direta da natureza e das camadas transformadoras que o tempo sugere. Na segunda sala – Dos equívocos às catástrofes –, cinco artistas apresentam trabalhos nos quais a força bruta da ignorância direciona os resultados às catástrofes naturais que a cada dia se fazem mais corriqueiras. Por fim, em No encanto e nos recantos dos mistérios reinventados, outros nove artistas procuram intermediar seus desejos para possíveis lampejos de transformações”.
Artistas convidados: Alexandre Ignácio Alves, Ariel Spadari, Brunøvaes, Chico Santos, Felipe Góes, Hugo Fortes, Lalo de Almeida, Leila de Sarquis, Luanna Jimenes, Marcelo Moscheta, Mauricio Parra, Meia, Mercedes Lachmann, Rafaela Foz, Ricardo Barcellos, Rosa Hollmann, Uýra, Virginia de Medeiros.
Alexandre Ignácio Alves (São Paulo, SP, 1968) – Em seu trabalho, investiga as possibilidades interpretativas dos gêneros clássicos da pintura na contemporaneidade. Tem se dedicado, há alguns anos, especialmente na pesquisa de retratos, geralmente de afrodescendentes, e a paisagem, ampliando, botando as fronteiras dos possíveis significados e subvertendo as expectativas visuais do tema.
ARIEL SPADARI (São Paulo, SP, 1986) – Vive e trabalha em Florianópolis, SC. É formado em Artes Visuais pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, une arte e natureza em sua produção. Com formação complementar em ciências biológicas, como botânica e taxidermia, explora materiais orgânicos e inorgânicos em suas obras. Atualmente, é pesquisador no grupo IMAGINATUR e desenvolve um mestrado em Poéticas Visuais, focado na relação entre arte e natureza.
brunøvaes (São Bernardo do Campo, SP, 1985) – Tem licenciatura em Arte pela FEBASP, especialização em Artes Visuais pela UNESP e é bolsista CAPES no Mestrado em Poéticas Visuais na USP. Sua poética permeia as relações do ser humano interagindo no mundo e a alteridade relacionada a gêneros e espécies. Tem profunda vivência em arte educação.
Chico Santos (Londrina, PR ,1982) – Graduado Educação Artística e pós-graduado em Mídias Interativas, trabalhou como diretor de TV e vídeos publicitários. Após morar na zona rural dedica-se inteiramente à arte contemporânea, com uma pesquisa sobre o crescimento urbano em áreas ambientais. Por meio de metáforas visuais e memórias para criar uma realidade estranha, a fim de preservar à anima das florestas.
Felipe Góes (São Paulo, SP, 1983) – O artista realizou residências artísticas e exposições no Brasil e no exterior. Trabalha principalmente com imagens de paisagens e cosmos, com o objetivo de fornecer ao público novas maneiras de se relacionar com as imagens, esperando que os espectadores estabeleçam conexões entre as imagens e seu próprio repertório de memórias e experiências. Por fim, busca discutir a produção e percepção de imagens na contemporaneidade ao abordar questões relacionadas à arte, meio ambiente e nossa existência no planeta Terra.
Hugo Fortes (Araraquara, SP, 1968) - Artista Visual, Curador, Designer e Professor Associado da Universidade de São Paulo. Já apresentou seu trabalho em mais de 15 países. Doutor e Livre-docente em Artes pela ECA-USP. De 2004 a 2006 viveu em Berlim, como bolsista do Serviço de Intercâmbio Acadêmico Alemão (DAAD), para realização de estágio doutoral. Sua pesquisa é voltada pelas relações entre arte e natureza, com destaque para questões relativas à paisagem, aos animais e à água.
Lalo de Almeida (São Paulo, 1970) - Estudou fotografia no Instituto Europeo di Design em Milão, Itália. Há mais de 30 anos colabora com o jornal Folha de São Paulo onde vem desenvolvendo narrativas multimídias premiadas internacionalmente. Com o projeto Distopia Amazônica recebeu o Eugene Smith Grant in Humanistic Photography e foi o vencedor global na categoria Projetos de Longo Prazo no World Press Photo em 2022. Em 2024 foi novamente premiado no World Press Photo com seu trabalho sobre a seca na Amazônia.
Leila de Sarquis (São Paulo, SP, 1940) – É artista plástica e escritora. Sua produção artística é voltada para pinturas, esculturas, desenhos e instalações com narrativas que falam do ser humano e suas relação junto ao mundo. Em seu percurso participou de coletivas e individuais no Brasil e no exterior.
Luanna Jimenes (São Paulo, SP, 1980) – É artista, educadora e pesquisadora das artes da presença e da performance. Tem formação em teatro, diferentes especializações em dança e artes do corpo, pós-graduação em cenografia e figurino na Belas Artes, mestrado em estética e história da arte na USP, doutoranda em performance na UNICAMP. Suas criações abordam as questões do comportamento e do corpo no espaço urbano e rural e se desdobram em publicações textuais, performances, espetáculos, instalações e mídias audiovisuais.
Marcelo Moschetta (São José do Rio Preto, SP, 1976) – Vive e trabalha em Coimbra, onde desenvolve sua investigação de Doutoramento em Arte Contemporânea. Sua investigação tem como objetivo as relações primordiais do homem com o meio ambiente, sobre como as intervenções humanas surgem a partir dos atos de perambular e caminhar. Heterocronias, deslocamento, território, paisagem e memória são os seus principais interesses. Problemas de escala e abordagens científicas fictícias são usados para sobrepor aspectos culturais aos recursos naturais, intervenções humanas singulares em áreas isoladas e como o pensamento ecológico está moldando a arquitetura e o uso da terra.
Mauricio Parra (São Paulo, SP, 1976) – Divide o tempo entre São Paulo e Pindamonhangaba, cidade onde cresceu. Hoje se dedica a pintar na paisagem de observação direta, construindo como um diário da passagem do tempo ao observar a mesma árvore por anos. É formado em Arquitetura e Urbanismo pela Unitau. Utiliza-se das técnicas da pintura a óleo, da gravura em metal para representar o universo de interesse de seu olhar.
Meia (São Paulo, SP, 1994) – É licenciado em Artes Plásticas pela UniPlena Educacional, e bachearel em Artes Visuais pela Escola de Comunicação e Artes (ECA), Universidade de São Paulo (USP), Meia tem sua prática fundamentada em uma pesquisa em torno da pintura de paisagem, de suas formas, história e sentidos. Suas paisagens começam a ser elaboradas pelo trânsito do artista, em seus deslocamentos pelas ruas ou por seus ciclos de afetos. Ambos os circuitos o equipam com material para a elaboração de suas pinturas.
Mercedes Lachmann (Rio de Janeiro, RJ, 1964) – É uma artista multidisciplinar vivendo entre o Rio de Janeiro e o Porto. Graduou-se em Comunicação Visual pela PUC-RJ em 1986 e frequentou a Escola de Artes Visuais do Parque Lage, participando de várias formações com artistas e curadores. A arte de Mercedes aborda questões contemporâneas como o Ecofeminismo e a Ecologia Profunda. A artista apresentou inúmeras exposições no Brasil e no exterior, e seu trabalho está presente em coleções públicas e privadas.
Rafaela Foz (São Paulo, SP, 1994) – Vive e trabalha em São Paulo e é formada em Artes Visuais pela Fundação Armando Alvares Penteado. Sua prática artística pode ser caracterizada como multimídia, orientada por conceitos e fundamentada no tempo e no processo. Se baseia na coleta e no registro de elementos cotidianos para criar trabalhos que exploram a passagem do tempo através do acúmulo de experiências, imagens e objetos encontrados ao longo de uma temporalidade dilatada. A partir do desenho, da colagem, da gravura, do objeto e da videoinstalação, suas obras refletem noções antagônicas como profundidade e superficialidade, fragilidade e solidez, peso e leveza. E tudo converge em direção à paisagem.
Ricardo Barcellos (Porto Alegre, RS, 1969) – Vive e trabalha em São Paulo. Entende sua prática a partir de deslocamentos nos percursos que levam imagens a condição de promessa. O artista elabora séries que exploram a noção de extravio, em sentido literal do termo, como se cada obra buscasse desestabilizar o senso comum da prática com a qual ele mantém estreita relação, ou seja, aquela parcela da produção de imagens relacionada à sedução e idealização.
Rosa Hollmann (Maringá, PR, 1954) – Vive e trabalha no Rio de Janeiro, atuando no campo da pintura, desenvolveu uma série de procedimentos para criar imagens a partir de acontecimentos pictóricos. Inspirada pela tradição dos afrescos, sua pintura caracteriza-se pelo uso de uma densa camada de gesso sobre a qual a artista trabalha como uma arqueóloga. As manchas resultantes da escavação sobre essa matéria ancoram as figuras imaginadas pela artista, geralmente bichos, seres híbridos e mitológicos, que compõem cenas carregadas de lirismo e ludicidade.
UÝRA (1992, indígena em diáspora, dois espíritos (Travesti), Manaus, AM) – É Bióloga, Mestra em Ecologia da Amazônia, e atua como Artista Visual e Arte educadora de comunidades tradicionais. Mora em um território industrial no meio da Floresta, onde se transforma para viver uma Árvore que Anda, sempre criada com elementos orgânicos. Utiliza o corpo como suporte para narrar histórias de diferentes Naturezas via fotoperformance, performance e instalações. Se interessa pelos sistemas vivos e suas violações, e a partir da ótica da diversidade, dissidência, do funcionamento e adaptação, (re)conta histórias naturais, de encantarias e diásporas existentes na paisagem floresta-cidade.
Virginia de Medeiros (Feira de Santana, BA, 1973) - Sua prática artística tem como eixo: a alteridade e o ambivalente, o afetivo e o imagético campo das relações. A artista participou da 31a e 27ª Bienal Internacional de São Paulo. Em 2015 ganhou o Prêmio PIPA voto popular e júri; foi artista premiada na 5ª Edição Prêmio Marcantonio Vilaça. Vencedora do 18º Festival Internacional de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil. Artista comissionada da 11a Bienal de Arte Contemporânea de Berlim 2020.
A programação é uma realização do Ministério da Cultura, Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas de São Paulo e Paço das Artes, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
O Paço das Artes tem patrocínio da B3, Vivo, Kapitalo Investimentos, Goldman Sachs, Sabesp e TozziniFreire Advogados e apoio das empresas Unisys, Unipar, Colégio Albert Sabin, PWC, TCL SEMP, Telium e Kaspersky.
Exposição | Ainda não é o fim do mundo
Abertura: 31.01, sexta, às 17h
Data: 31.01 a 11.05
Horário: Terça a Sábado das 11h às 19h; Domingos e Feriados: 12h às 18h
Ingresso: gratuito
Local: Paço das Artes – R. Dr. Albuquerque Lins, 1345 – Higienópolis, São Paulo – SP