Osesp recebe maestra Anja Bihlmaier e violinista brasileiro Luíz Filíp
Alemã estará pela primeira vez à frente da Osesp, entre quinta-feira (23) e sábado (25); brasileiro Luíz Filíp, que integra a Filarmônica de Berlim, participa dos concertos como solista
- Data: 20/06/2022 13:06
- Alterado: 17/08/2023 02:08
- Autor: Redação
- Fonte: Osesp
Violinista brasileiro Luíz Filíp
Crédito:Divulgação
Finalizando as apresentações do mês de junho da Temporada 2022, nos dias 23, 24 e 25, a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo — Osesp estará pela primeira vez sob o comando da alemã Anja Bihlmaier, e receberá também o violinista brasileiro Luíz Filíp, que faz parte da Orquestra Filarmônica de Berlim. Os três concertos, que trazem Ravel e Mozart no repertório, integram a série Mulheres na Música, um projeto que terá também a nossa Regente de Honra, Marin Alsop, à frente da Osesp em agosto. A performance de sexta-feira (24/jun), às 20h30, terá transmissão digital pelo canal da Orquestra no YouTube.
A série Mulheres na Música celebra o talento das mulheres pioneiras na música sinfônica a partir da inclusão de grandes musicistas contemporâneas em lugares de destaque na programação da Sala São Paulo. A primeira edição do projeto aconteceu em 2021 e contou com a presença da regente norte-americana Marin Alsop e da pianista venezuelana Gabriela Montero. Neste ano, além da estreia de Anja Bihlmaier neste mês, a série contará com o retorno de Alsop ao nosso palco, de 25 a 27 de agosto.
A criação das Valsas Nobres e Sentimentais, de Maurice Ravel (1875-1937) — originalmente para piano — destinou-se a um concerto no qual o público, através de votação, deveria adivinhar os compositores do programa. A maioria dos ouvintes errou feio nos palpites, e Ravel sentiu-se ferido pela incompreensão a respeito de sua obra. Essas valsas não são, efetivamente, “sentimentais”, mas sutis e misteriosas, demandando um outro tipo de escuta. Ao piano, exalam uma essência rara e um leve amargor, que acentuam seu delicado sabor. Já na versão orquestral, entram no domínio da pura magia. A primeira valsa, por seu vigor e por suas dissonâncias um pouco cruas, evoca a franqueza de Emmanuel Chabrier (1841-94), mas anuncia acima de tudo o poema coreográfico La Valse, do próprio Ravel, concebido em 1906 e concluído entre 1919 e 1920. Lembremo-nos, de passagem, que o próprio compositor dançava muito bem.
La Valse é a primeira grande obra de Ravel escrita após o final da Primeira Guerra, e nela o romantismo do compositor seria substituído por sentimentos relacionados à sua experiência no front e aos horrores vividos durante os anos do conflito. Composta entre dezembro de 1919 e abril de 1920, foi inicialmente escrita para piano solo, seguida de uma cuidadosa versão para dois pianos. Seria a partir dessas duas versões que Ravel faria a orquestração da obra. A versão coreografada da obra teve sua estreia somente em maio de 1929 pelos Ballets de Ida Rubinstein, e a orquestral em dezembro, pelos Concerts Lamoureux, sob a regência de Camille Chevillard. Juntamente com o Bolero, La Valse — Poema Coreográfico para Orquestra, é a composição de Ravel que mais conquistou o grande público.
Os Haffner eram uma das famílias mais abastadas e influentes de Salzburgo na época de Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791). O pai, importante banqueiro e atacadista, havia sido prefeito da cidade de 1768 até 1772, quando veio a falecer, e seu filho Sigmund, amigo de infância do compositor, encomendou-lhe uma serenata para o casamento da irmã, Marie Elisabeth. A peça agradou tanto à família que, quando o jovem Haffner veio a receber um título honorífico, uma nova serenata foi pedida. Essa segunda encomenda foi feita em julho de 1782 por intermédio de Leopold Mozart, pai do genial compositor.
Estreada em março de 1783, num programa no qual foi tocada intercalada com outras obras de Mozart, sua Sinfonia nº 35 foi recebida com entusiasmo por uma plateia refinada, que incluiu o próprio imperador, que, contrariando seu hábito, permaneceu na sala até o final do concerto e aplaudiu com vigor. Essa foi a primeira sinfonia que Mozart escreveu depois de deixar Salzburgo para trás e se estabelecer na capital da Áustria. Isso explica os deliberados toques vienenses que o compositor aplicou à obra, como que se exibindo para seu antigo patrão. Talvez por isso ela seja muito diferente das sinfonias anteriores escritas em Salzburgo, e marque uma nova fase em sua produção sinfônica.
PROGRAMA
TEMPORADA OSESP: ANJA BIHLMAIER E LUÍZ FILÍP
ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO
ANJA BIHLMAIER REGENTE
LUÍZ FILÍP VIOLINO
Maurice RAVEL | Valsas Nobres e Sentimentais
Wolfgang Amadeus MOZART
Concerto nº 5 para Violino em Lá Maior, KV 219 — Turco
Sinfonia nº 35 em Ré Maior, KV 385 — Haffner
Maurice RAVEL | La Valse
SERVIÇO
23 de junho, quinta-feira, às 20h30
24 de junho, sexta-feira, às 20h30 — Concerto Digital
25 de junho, sábado, às 16h30
Endereço: Sala São Paulo | Praça Júlio Prestes, 16
Taxa de ocupação limite: 1.484 lugares
Recomendação etária: 7 anos
Ingressos: Entre R$ 25,00 e R$ 230,00
Bilheteria (INTI): neste link
(11) 3777-9721, de segunda a sexta, das 12h às 18h.
Cartões de crédito: Visa, Mastercard, American Express e Diners.
Estacionamento: R$ 28,00 (noturno e sábado à tarde) e R$ 16,00 (sábado e domingo de manhã) | 600 vagas; 20 para portadores de necessidades especiais; 33 para idosos.