Operação Policial na Fiocruz: Conflito Deixa Mortos e Causa Indignação
Segurança de funcionários e alunos em risco após invasão.
- Data: 09/01/2025 02:01
- Alterado: 09/01/2025 02:01
- Autor: redação
- Fonte: agênciaBrasil
Crédito:iStock
A recente operação policial na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) provocou uma intensa repercussão e indignação, resultando na morte de pelo menos um indivíduo. A Polícia Civil confirmou que a vítima era um dos líderes do tráfico de drogas na favela do Mandela, parte do Complexo de Manguinhos, e teria sido abatido durante um confronto armado com os agentes.
Fontes da polícia indicam que o número de fatalidades pode ser superior ao registrado, uma vez que dois suspeitos foram atingidos e caíram nas águas do rio que atravessa a área. As equipes de mergulho estão mobilizadas para localizá-los. Outro homem ferido nos embates foi resgatado e encaminhado a um hospital, embora seu estado de saúde não tenha sido divulgado.
A operação, realizada pela Polícia Civil na manhã de quarta-feira (8), foi amplamente criticada pela Fiocruz, cuja sede está adjacente ao Complexo de Manguinhos. Em comunicado oficial, a instituição científica denunciou que os policiais invadiram suas instalações sem aviso prévio ou autorização.
Durante a ação, uma bala atingiu uma das janelas do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos, onde são produzidas vacinas e outros medicamentos vitais. Uma funcionária da Fiocruz ficou ferida devido aos estilhaços e necessitou de cuidados médicos.
Além disso, um supervisor da empresa responsável pela segurança no campus foi detido sob a acusação de colaborar com criminosos em fuga. A nota emitida pela Fiocruz descreveu a intervenção policial como “arbitrária”, enfatizando que a segurança de funcionários, pesquisadores e alunos foi comprometida. Até o fechamento desta edição, as operações policiais continuavam em andamento dentro da instituição.
A ação faz parte da Operação Torniquete, que visa desmantelar redes de roubo e receptação de cargas, enfraquecendo assim o financiamento das facções criminosas. A Polícia Civil relatou apreensões significativas, incluindo quatro armas de fogo e diversas substâncias ilícitas como cocaína, crack, maconha e lança-perfume.
Um criminoso procurado pela Justiça foi capturado durante a operação, além da detenção de dois funcionários terceirizados da Fiocruz que foram levados para prestar esclarecimentos. O comunicado da polícia sugere que a investigação poderá revelar se houve conivência com atividades do tráfico, referindo-se a imagens que supostamente mostram um veículo associado à instituição auxiliando na fuga dos criminosos. A nota também remeteu a um incidente em 2011, quando cinco foragidos foram presos dentro da Fiocruz ao tentarem utilizar o campus como rota de fuga.
Em resposta ao ocorrido, o Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz (Asfoc) expressou sua indignação através de uma nota oficial. A entidade classificou como inaceitável a realização de operações policiais que coloquem em risco a integridade física e emocional dos presentes na instituição.
“Centenas de pessoas frequentavam o campus durante a operação, incluindo fornecedores, consultores e pesquisadores externos, além dos pacientes vulneráveis que buscam atendimento médico. O cenário se agrava com a presença de crianças na Colônia de Férias do sindicato”, destacou o comunicado.