Nubank Implementa Medidas para Incentivar Poupança em Detrimento das Apostas

Nubank desafia a cultura das apostas com alerta no Pix: 'Que tal guardar esse dinheiro?' Entenda a polêmica e as reações do setor!

  • Data: 14/01/2025 23:01
  • Alterado: 14/01/2025 23:01
  • Autor: redação
  • Fonte: Folhapress
Nubank Implementa Medidas para Incentivar Poupança em Detrimento das Apostas

Crédito:Reprodução/ Nubank

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O Nubank lançou uma iniciativa inovadora com o objetivo de persuadir seus clientes a priorizar a poupança ao invés de direcionar recursos para plataformas de apostas online. Esta ação foi implementada por meio do aplicativo do banco, que exibe uma mensagem informativa sempre que detecta uma chave Pix vinculada a casas de apostas. A notificação sugere: “Que tal guardar esse dinheiro?”, incentivando os usuários a reconsiderar suas escolhas financeiras.

Entretanto, essa medida gerou controvérsia e provocou reações negativas por parte das associações do setor de apostas. Em um comunicado, as entidades alegaram que a abordagem do Nubank é uma postura contrária à liberdade econômica e à regulamentação da atividade. Durante o processo de transferência, o aplicativo questiona o cliente sobre o destino do dinheiro, oferecendo as opções “sim” ou “não” caso o valor seja destinado a apostas.

Caso o usuário confirme a intenção de transferir para uma casa de apostas, o Nubank disponibiliza uma última oportunidade para que ele revise sua decisão antes da finalização da transação. A mensagem reforça que, embora alguns jogos sejam legalizados no Brasil, não existem garantias de retorno financeiro. A comunicação diz: “Guardando esse dinheiro ao invés de apostar, você tem a certeza de que ele vai render sem preocupação.” Apesar dos avisos, o banco não impede as transferências para plataformas de apostas.

O Nubank não divulgou informações detalhadas sobre os critérios utilizados para identificar as chaves Pix associadas a atividades de apostas. Segundo a instituição, esta ação faz parte de testes restritos realizados com uma amostra específica de usuários e visa conscientizar sobre os riscos envolvidos nas transferências para casas de apostas.

As associações Aigaming (Associação Internacional de Gaming), Abrajogos e ANJL (Associação Nacional de Jogos e Loterias) se manifestaram contra essa iniciativa, afirmando que ela fere princípios fundamentais da liberdade econômica e ultrapassa as atribuições de um banco como instituição financeira regulada. No entendimento dessas entidades, o setor de apostas opera dentro dos limites legais estabelecidos pelas Leis nº 14.790/2023 e 13.756/2018.

A nota crítica também destaca a falta de critérios do Nubank ao não acionar alertas para centenas de sites ilegais que continuam operando no Brasil. Plínio Lemos Jorge, presidente da ANJL, comentou que “não faz sentido algum que os alertas não sejam ativados para esses operadores ilegais, piorando ainda mais o cenário em vez de ajudar a fortalecer a regulação no país”.

As associações defendem um tratamento equitativo e a conformidade com a legislação vigente, sublinhando que o setor já contribui significativamente para a economia brasileira por meio do pagamento de tributos e da criação de empregos formais.

Além da iniciativa do Nubank, outros bancos estão tomando medidas semelhantes para mitigar os riscos associados às apostas online. Isso inclui a redução dos limites de crédito para clientes envolvidos em atividades de apostas e a análise de formas para restringir o acesso ao crédito por esse público específico.

Pesquisas realizadas pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos) indicam uma correlação direta entre as apostas online e o aumento da inadimplência no país. Estudos sugerem que beneficiários do Bolsa Família podem enfrentar um aumento na inadimplência de até 14% devido às apostas, enquanto o índice geral pode chegar a 27,1% entre pessoas físicas.

A pesquisa Radar Febraban Especial também revela que uma maioria expressiva dos brasileiros (59%) apoia uma regulamentação mais rigorosa para sites de apostas.

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  • Data: 14/01/2025 11:01
  • Alterado:14/01/2025 23:01
  • Autor: redação
  • Fonte: Folhapress









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