Nova onda de calor pode elevar riscos à saúde no Brasil
Com as mudanças climáticas progredindo rapidamente, especialistas alertam que as ondas de calor podem se tornar mais frequentes e severas
- Data: 17/02/2025 09:02
- Alterado: 17/02/2025 09:02
- Autor: Redação
- Fonte: SBT News
A sensação térmica, comumente referida como índice de calor, vai além da simples leitura das temperaturas exibidas pelos termômetros. Esse índice é afetado pela umidade relativa do ar, um fator que desempenha um papel crucial na maneira como o corpo humano percebe e reage ao calor. A combinação elevada de temperatura e umidade pode resultar em condições adversas, dificultando a evaporação do suor, que é o principal método de resfriamento natural do organismo.
Estudos apontam que o limite teórico para a sobrevivência humana é atingido quando a temperatura de bulbo úmido chega a 35ºC. Esta medida considera não apenas a temperatura, mas também a umidade do ar, refletindo as condições reais que o corpo enfrenta ao tentar se resfriar através da evaporação do suor.
Dados alarmantes revelam que mesmo indivíduos saudáveis e jovens expostos a essas condições por períodos prolongados correm riscos sérios, incluindo insolação e falência de órgãos, podendo até levar à morte. Tal cenário extremo tem sido registrado raramente no Sul da Ásia e no Golfo Pérsico, com exposições superiores a duas horas sendo praticamente inexistentes.
Pesquisas recentes realizadas pela Penn State University demonstraram que o organismo humano pode começar a apresentar falhas em temperaturas inferiores ao esperado. Em testes conduzidos com voluntários saudáveis, os pesquisadores identificaram que o limite crítico ocorre em torno de 31ºC na temperatura de bulbo úmido, especialmente em ambientes com alta umidade. Isso equivale a 31°C com 100% de umidade ou 38°C com 60% de umidade.
Acima desses patamares críticos, o corpo humano pode experimentar uma elevação descontrolada da temperatura interna, aumentando os riscos de insolação e exaustão térmica. A incapacidade do organismo em se resfriar leva o coração a trabalhar mais intensamente para manter a circulação sanguínea, enquanto a desidratação se agrava. Nos casos mais severos, pode ocorrer choque térmico, uma condição que demanda intervenção médica imediata.
Mesmo antes que esses limites extremos sejam alcançados, as ondas de calor já têm causado milhares de fatalidades em diversas partes do mundo. No ano passado, mais de 61 mil vidas foram perdidas na Europa devido às altas temperaturas. A capacidade de resistir ao calor varia entre diferentes pessoas, sendo os grupos mais vulneráveis idosos, crianças e trabalhadores expostos à luz solar direta.
Com as mudanças climáticas progredindo rapidamente, especialistas alertam que as ondas de calor podem se tornar mais frequentes e severas. Projeções climáticas indicam que um aumento de 2,5ºC nas temperaturas globais em relação aos níveis pré-industriais poderá resultar em regiões enfrentando regularmente temperaturas de bulbo úmido superiores a 35ºC, tornando esses locais potencialmente inabitáveis.
No mês passado, Asaluyeh, uma cidade no Irã, reportou uma temperatura de bulbo úmido alarmante de 33,7°C e uma sensação térmica aterradora de 66,7°C. Países como Índia e Paquistão também têm vivenciado condições extremamente críticas nos últimos anos.