Moradores do Rio ficam sem luz e água em meio ao calor extremo

Com temperaturas acima dos 41°C, cariocas enfrentam longos apagões e problemas no abastecimento de água.

  • Data: 18/02/2025 21:02
  • Alterado: 18/02/2025 21:02
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: FOLHAPRESS
Moradores do Rio ficam sem luz e água em meio ao calor extremo

Crédito:Reprodução

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A cidade do Rio de Janeiro se vê diante de uma grave crise, exacerbada pelas altas temperaturas que têm assolado a região. Com os termômetros atingindo 41,8°C em Irajá, na zona norte, na última terça-feira (18), os moradores enfrentam não apenas o calor extremo, mas também sérios problemas com o fornecimento de energia elétrica e abastecimento de água.

As condições climáticas levaram a prefeitura a ativar o nível 4 do protocolo de calor, um alerta que não era acionado desde o ano passado. Os relatos dos cidadãos são alarmantes: dificuldades para dormir devido à falta de ventilação e interrupções no fornecimento de água têm se tornado comuns em diversos bairros da cidade e na Baixada Fluminense.

A concessionária Light informou que está atenta aos casos de falta de energia e que equipes técnicas estão mobilizadas para resolver as questões nas áreas afetadas. De acordo com a empresa, a demanda excessiva devido ao calor intenso resultou em um aumento significativo nas interrupções do serviço, frequentemente causadas por ligações clandestinas à rede elétrica.

Os moradores da Ilha do Governador relatam situações preocupantes. Uma residente, que preferiu não ser identificada, compartilhou sua experiência: “Fiquei cerca de nove horas sem luz na madrugada desta terça-feira. É insuportável; minha casa se transforma em um forno e ninguém consegue dormir”. Problemas semelhantes ocorreram em outros locais como Olavo Bilac, Duque de Caxias, onde um morador ficou oito horas sem energia.

Na zona norte, a situação é ainda mais crítica em Magalhães Bastos, onde os habitantes relataram até 17 horas sem eletricidade entre domingo (16) e segunda-feira (17). Essa falta prolongada afetou diretamente o funcionamento de ventiladores e ar-condicionado, tornando as condições insuportáveis.

No Complexo do Alemão, os relatos indicam que os moradores estão sem energia desde o último domingo. Na região central, bairros como Santa Teresa e Catumbi também registraram quedas no fornecimento no mesmo período. “Viver sem luz nesse calor é inaceitável; perdemos alimentos na geladeira e mal conseguimos descansar”, desabafou Joyce Macedo, moradora da Água Santa.

Além dos problemas elétricos, a escassez de água é uma preocupação crescente. No bairro Rocha, em São Gonçalo, os residentes enfrentam falta d’água intermitente desde setembro do ano passado. A Águas do Rio anunciou a realização de obras para melhorar o abastecimento na região.

A companhia também afirmou que irá instalar um sistema de reforço para aumentar a pressão da água na Ilha do Governador e utilizará caminhões-pipa para atender as áreas mais afetadas.

Lauro Rodrigues da Silva, um jovem autônomo de 23 anos, relatou as dificuldades enfrentadas por sua mãe após uma cirurgia no joelho: “Precisamos garantir a higiene dela constantemente, mas a falta d’água torna tudo mais complicado”. Márcia Lacerda, aposentada e moradora do Rocha, expressou sua frustração com as reclamações feitas à concessionária sem resultados efetivos: “Nada muda; precisamos nos unir para comprar caminhões-pipa enquanto continuamos pagando nossas contas regularmente”.

No Jardim Carioca, Flávia Garcia disse que a comunidade enfrenta escassez desde o início do mês. “Em dezembro passado chegamos a ficar 28 dias sem água”, lembrou ela. Nesse cenário crítico, muitos residentes utilizam estratégias para racionar água e enfrentar as adversidades.

Com previsões meteorológicas indicando mais dias quentes pela frente, as expectativas dos moradores das regiões afetadas permanecem incertas. Enquanto aguardam por soluções definitivas das concessionárias envolvidas, continuam dependendo de métodos improvisados para suprir suas necessidades básicas.

“Vivemos um dia de cada vez na esperança de receber água. Quando cai um pouco conseguimos encher baldes ou garrafões; essa é nossa realidade”, finalizou Márcia Lacerda.

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  • Data: 18/02/2025 09:02
  • Alterado:18/02/2025 21:02
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: FOLHAPRESS









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