Mitos e verdades sobre os aparelhos auditivos
Tamanho, design questionável, risco de demência e associação a uso de pessoas mais velhas está entre os tabus do setor
- Data: 10/10/2022 15:10
- Alterado: 15/08/2023 21:08
- Autor: Redação
- Fonte: Microsom
Aparelhos auditivos
Crédito:Canva
Apesar de associada à velhice, a perda auditiva pode atingir a população de todas as idades. E com o excessivo uso de dispositivos que aumentam a exposição a ruídos, a tendência é que essa população aumente cada vez mais. Além disso, a perda auditiva pode trazer inúmeros malefícios para a saúde física e cognitiva.
Segundo levantamento do IBGE na Pesquisa Nacional de Saúde de 2019, existem no Brasil cerca de 2,3 milhões de pessoas com alguma deficiência auditiva. Desse grupo, pouco mais da metade está acima dos 60 anos, e cerca de 31 mil são crianças de 2 a 9 anos.
De acordo com o Grupo Microsom, especializado em qualidade de vida para pessoas com necessidades especiais como perda auditiva, zumbido no ouvido e apneia do sono, existe um certo preconceito por parte da população brasileira, desde a prevenção da saúde auditiva, até o próprio tratamento quando diagnosticado, especialmente se envolver o uso de aparelhos auditivos.
“Infelizmente as pessoas, muitas vezes, acreditam que as próteses auditivas ainda são grandes e com design retrógrado, além disso, a deficiência auditiva muitas vezes é associada apenas a pessoas mais velhas. É importante ressaltar que a perda auditiva pode acontecer em qualquer idade e, em relação à aparência e qualidade sonora, a tecnologia digital trouxe grandes melhorias como a redução dos tamanhos e inúmeras opções de ajuste. A conectividade com smartphones, os sensores embutidos e a inteligência artificial estão tornando as próteses auditivas verdadeiras auxiliares de saúde. Desta forma, a aderência por parte dos pacientes é muito mais fácil do que há alguns anos”, explica a fonoaudióloga Maria Branco, especialista da Microsom.
A partir desta realidade, a fonoaudióloga destaca algumas informações sobre o uso de aparelhos auditivos, que ajudam a entender a sua importância e derrubar tabus relacionados a eles.
Ajudam apenas a escutar melhor – Mito
Os aparelhos vão muito além de volume, ao contrário do que muitos acreditam. “Não só aumenta o volume, como entrega um som melhorado. Isso porque hoje os aparelhos são digitais, e contam com inteligência artificial para conseguir amplificar os sons que interessam, como conversas, diminuir aqueles que não interessam e atrapalham”, comenta a especialista.
Além disso, os aparelhos, como os modelos da Audiosync disponíveis da Microsom, possuem outras funções, que os tornam auxiliares da saúde. “Além de amplificar os sons, podem detectar queda, contribuir para o paciente monitorar atividade física, fazem tradução de idiomas, e uma série de outras aplicações”, detalha a fonoaudióloga.
Melhoria na qualidade de vida – Verdade
“Já existem pesquisas suficientes para mostrar que aparelhos auditivos, quando bem adaptados, melhoram a qualidade de vida, tiram os pacientes da privação auditiva e mantém o cérebro e as vias centrais estimulados com som”, comenta Maria.
A fonoaudióloga esclarece que o uso de aparelhos pode melhorar problemas emocionais. “Muitas vezes, consegue ajudar em questões como depressão e isolamento social, que estão entre os impactos negativos da perda auditiva.”
Gigantes e feios – mito
Um dos principais mitos relacionados ao uso de aparelhos auditivos é que eles são muito grandes e chamam atenção. Porém, a tecnologia segue progredindo, e hoje existem diversos modelos e formatos.
“A parte estética evoluiu muito nos últimos 20 anos e a aceitação das pessoas também, por conta desses aparelhos menores. Hoje existem modelos que ficam alocados internamente ou mesmo atrás da orelha, com um design extremamente discreto”, destaca Maria.
Os equipamentos possuem acessórios e integrações com outros aplicativos, e ainda podem fazer 55 milhões de ajustes por hora, permitindo que o som recebido pelo usuário seja de excelente qualidade.
Diminuem o risco de demência – Verdade
Pesquisas apontam que problemas de audição graves podem dobrar as chances de demência em idosos. Aqueles com perda não tratada vivenciam um declínio de 30 a 40% nas habilidades lógicas comparados com aqueles sem perda auditiva.
Por isso, cuidar desse aspecto pode prevenir a degradação cognitiva, ou seja, a habilidade de desenvolver raciocínio, pensamento, memória, etc. “Quando mantemos a audição e o sistema central estimulados, tiramos a pessoa da privação auditiva, o que contribui para que esse sistema fique ativo e evita a piora”, conta Maria.
Captar mais sons permite que a pessoa se relacione melhor com seu entorno e, consequentemente, receba mais estímulos para o cérebro. É justamente esse estímulo que ajuda a evitar a demência.
Estimula o sistema auditivo – verdade
Existe uma perda auditiva natural do ser humano, que acontece ao longo da vida, especialmente após os 60 anos, chamada Presbiacusia. Muitas pessoas aceitam essa degradação sem fazer nada a respeito, o que significa menor estímulo aos sistemas auditivo e central.
Além dos benefícios citados acima, o uso de aparelhos auditivos mantém esses sistemas estimulados, o pode prevenir o impacto negativo da perda auditiva, tanto no cérebro como na vida do paciente.
Uso exclusivo 60+ – mito
Como aponta o IBGE, metade dos brasileiros com perda auditiva têm menos de 60 anos. Isso significa que, ao contrário do que muitos acreditam, problemas de audição não são exclusivos da terceira idade. “Crianças nascem com perda auditiva, e podemos enfrentar isso em qualquer fase da vida, ou em decorrência de um trauma físico, ou de exposição a ruído, ou sequela de doença”, completa a fonoaudióloga.
Por isso, é importante frequentar médicos especialistas e fazer os exames adequados regularmente. Se houver necessidade de uso, os aparelhos vão garantir um envelhecimento mais saudável.