Ministério da Saúde adquire 9,5 milhões de doses da vacina Qdenga para combate à dengue
Qdenga está disponível gratuitamente no SUS; saiba quem pode se vacinar e como prevenir a doença.
- Data: 13/01/2025 07:01
- Alterado: 13/01/2025 07:01
- Autor: Redação
- Fonte: Ministério da Saúde
Crédito:Myke Sena/MS
O Ministério da Saúde do Brasil anunciou a aquisição de 9,5 milhões de doses da vacina Qdenga, desenvolvida pela farmacêutica Takeda, com previsão de uso para o ano de 2025. Essa vacina é uma das ferramentas disponíveis no combate à dengue, embora não seja considerada a principal estratégia para controle da doença.
Incorporada ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) no final de 2023, a Qdenga está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) apenas para crianças e adolescentes com idades entre 10 e 14 anos. Essa faixa etária representa a maior parte das hospitalizações por dengue, após os idosos. É importante notar que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não aprovou a utilização da vacina em indivíduos acima dos 60 anos, e até o momento não há previsão para a ampliação do público-alvo.
Embora seja oferecida exclusivamente para essa faixa etária no SUS, a Qdenga pode ser administrada em pessoas entre 4 e 59 anos. No entanto, estudos que avaliem sua eficácia em indivíduos acima de 60 anos ainda não foram realizados. Para aqueles que desejam se vacinar e estão dentro das recomendações da Anvisa, existe a opção de buscar a imunização na rede privada, onde as doses estão disponíveis a um custo que varia entre R$ 350 e R$ 500. Contudo, o número de doses disponíveis no setor privado é limitado devido à prioridade dada ao SUS.
A administração da vacina Qdenga requer um esquema de duas doses, com um intervalo de três meses entre elas. Ela é indicada tanto para aqueles que já tiveram dengue quanto para os que nunca foram infectados. Contudo, a vacina é contraindicada para pessoas com alergia a algum dos componentes, com sistema imunológico comprometido ou em condições imunossupressoras, assim como para gestantes e lactantes.
Apesar de seu papel significativo na prevenção da dengue, a vacina não deve ser vista como a única solução. A prevenção continua sendo a abordagem mais eficaz por meio da eliminação dos criadouros do mosquito Aedes aegypti. Medidas simples podem ser adotadas pela população, como evitar qualquer reservatório de água parada em casa. O mosquito pode se reproduzir em diversos locais, desde caixas d’água e piscinas abertas até pequenos objetos como tampas de garrafa e vasos de plantas.
Para evitar o acúmulo de água em recipientes, recomenda-se colocar areia nos pratos das plantas ou trocar a água semanalmente. É essencial esfregar os recipientes que acumulam água para remover os ovos do mosquito depositados nas paredes internas. Pneus velhos devem ser furados ou cobertos adequadamente e recipientes vazios devem ser entregues à limpeza pública. A limpeza diária dos bebedouros e o secagem das áreas que acumulam água da chuva também são medidas recomendadas.
Até o momento, em 2025, foram notificados 10,1 mil casos prováveis de dengue e 10 óbitos registrados até quarta-feira (8). O Sudeste do Brasil concentra 61,8% das ocorrências, sendo São Paulo e Minas Gerais responsáveis por metade dos casos notificados.
O cenário da dengue no Brasil tem sido alarmante: em 2024, o país enfrentou um aumento drástico nos casos e mortes pela doença, atingindo recordes históricos. Em comparação com 2023, o crescimento foi superior a 303%, totalizando 6,6 milhões de casos e cerca de 5 mil mortes no ano passado.