Médico é denunciado por estupro de paciente em hospital de SP
Caso aconteceu em março de 2021 e envolve acusações graves contra o médico Wilson Bachega Junior.
- Data: 06/02/2025 16:02
- Alterado: 06/02/2025 16:02
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: FOLHAPRESS
Um médico que atuava no Hospital A.C. Camargo, localizado na Liberdade, em São Paulo, enfrenta graves acusações de ter estuprado uma paciente em um incidente que ocorreu durante um exame pré-operatório em março de 2021. A denúncia foi apresentada pelo Ministério Público de São Paulo e aceita pela Justiça em 2024.
De acordo com os promotores, o médico Wilson Bachega Junior teria abusado da paciente enquanto estavam sozinhos para a realização de um exame relacionado a uma cirurgia para correção de hérnia. Os relatos indicam que Bachega Junior teria introduzido os dedos da paciente em sua vagina e manipulado seu clitóris.
A defesa do médico, que se declara inocente, destacou que o caso está sob segredo de Justiça e expressou preocupação com o impacto que a divulgação poderia ter sobre a reputação do profissional e do hospital. Em comunicado, a defesa enfatizou que os eventos ocorreram há quase quatro anos.
Em resposta às acusações, o Hospital A.C. Camargo informou que Wilson Bachega Junior não integra mais sua equipe médica e reafirmou seu compromisso em não tolerar qualquer forma de assédio ou constrangimento. A instituição ressaltou ainda que prioriza o cuidado integral dos pacientes e optou por não comentar sobre processos legais em andamento.
Segundo a denúncia, o médico teria fechado as cortinas do consultório e solicitado que a paciente se despisse para o exame. Apesar das dúvidas expressas pela paciente sobre a necessidade do procedimento, ela acabou sendo convencida a prosseguir.
Após o ocorrido, a vítima relatou a situação à administração do hospital, solicitou a troca de médico para sua futura cirurgia, registrou um boletim de ocorrência e denunciou o caso ao Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), que passou a investigar o incidente.
Os promotores afirmaram que as investigações realizadas pelo Cremesp apontaram indícios de que o médico teria realizado toques e manipulações vaginais com o intuito de satisfazer suas próprias necessidades sexuais. Audiências adicionais sobre o caso estão previstas para março.
Embora Bachega Junior não seja especializado em ginecologia, ele teria realizado exames ginecológicos sem justificativa adequada. O médico atuava como clínico geral e não possuía especialização registrada junto ao Conselho Federal de Medicina (CFM). No entanto, era apresentado em artigos e palestras como urologista especializado em tratamento oncológico.
O Cremesp também criticou a falta de detalhes no prontuário médico acerca dos procedimentos realizados e das queixas da paciente.
Com 70 anos de história, o Hospital A.C. Camargo é uma instituição renomada no tratamento oncológico, atendendo anualmente mais de 100 mil pacientes com suspeitas ou diagnósticos confirmados da doença.
A Promotoria não apenas apresentou a denúncia por estupro mediante fraude – crime cuja pena pode chegar a seis anos – mas também requereu uma indenização à vítima, alegando que ela sofreu “significativo trauma psíquico” em decorrência do ocorrido.

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