Lima Duarte é homenageado na abertura do Festival Ecocine

Road movie dirigido por Ariane Porto comemora 91 anos do ator

  • Data: 26/03/2021 16:03
  • Alterado: 26/03/2021 16:03
  • Autor: Redação
  • Fonte: Festival Ecocine
Lima Duarte é homenageado na abertura do Festival Ecocine

Crédito:Divulgação

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No próximo dia 29, às 20h, após a abertura do Ecocine – Festival Internacional de Cinema Ambiental e Direitos Humanos, acontecerá a pré-estreia, online, do filme que mostra parte da história de vida de um dos maiores talentos da dramaturgia brasileira, Lima Duarte. Nesse dia, o ator completa 91 anos. Bye Bye Desemboque, Lima Duarte e Suas Veredas é um road movie com roteiro e direção de Ariane Porto. A dupla já fez três longas-metragens: o infantil A Ilha do Terrível Rapaterra (2006), Topografia de um Desnudo (2010) e O Crime da Cabra (2016). Fizeram também o projeto Bem-te-vi (btv.org.br), que cria núcleos de produção audiovisual para crianças em escolas e comunidades, do qual Lima é padrinho, e o curta-metragem de animação, A Folha de Samaúma (2011), com roteiro do ator, que recebeu vários prêmios. 

Ariane Porto, presidente de honra do Ecocine, abrirá o festival, às 19h30, com a exibição de uma conversa sobre educação, com o Prof. Dr. Miguel Farias, psicólogo, pesquisador de psicobiologia e professor da Universidade de Oxford.

 Bye Bye Desemboque

Desemboque é um distrito da cidade de Sacramento, MG, cidade natal de Lima. “O filme, que mostra o ambiente da infância do Lima, é uma homenagem, um presente-surpresa de aniversário, por tudo que ele fez, faz e fará pela cultura brasileira, a começar por sua generosa participação em tantas edições do Ecocine”, diz Ariane.

A produção envolveu uma viagem às cidades mineiras Desemboque e Sacramento, com imagens da região e depoimentos de moradores. Há uma seleção de vídeos gravados pelo próprio Lima, trechos de filmes da dupla e muitos textos, poéticos, a maioria compostos e recitados por eles, que embalam o filme de 51 minutos. O destaque fica para a declamação feita pelo ator de um poema de Cândido Portinari.

A narrativa é dividida em partes, que citam ingredientes, emoções e expressões mineiras, entre outros. As cenas com alimentos mostram uma culinária delicada, em que Ariane prepara uma receita de sardinha, seu presente em todo aniversário de Lima Duarte. Neste ano, além da sardinha, fez um filme.

91 anos

Lima Duarte vive em seu sítio em Indaiatuba, SP, e se mantém atento ao que acontece no Brasil e no mundo: “O ser humano está destruindo tudo em nome de um comércio nojento, ganhar dinheiro com usina no Amazonas, minério no Amazonas, lixo em qualquer lugar. Mas mandaram o Trump embora porque ele queria apodrecer tudo.”

Sobre a longa parceria com Ariane, ele fala dos três longas: “São bem interessantes, honestíssimos.” E lamenta: “Devíamos ter feito a série dedicada ao meio ambiente”, referindo-se ao personagem Rapaterra.   

Do Brasil, ele comenta: “Com esse pessoal que temos no poder, a consciência está sendo massacrada, destruída, apedrejada, o que eles querem é emporcalhar tudo mesmo. E nós lutamos contra isso nos filmes que fizemos.”

Chegar aos 91, para Lima Duarte, é ser “prisioneiro das memórias”: “Estava lendo A Montanha, de Thomas Mann…A vida são duas, uma pragmática, narra-se a mãe, o pai, a escola, os filhos, o trabalho, as pequenas vitórias, as derrotas, vai indo, adoeceu e morreu. É muito rápida. Tem outra que é muito longa, que se passa no universo crepuscular da memória. Essa, que eu vivo agora, tem uns três mil anos. Desemboque, tô lá ainda! Dá uma olhadinha que você me acha lá. Não me achou lá? Debaixo desses pés de pau? E essa estradinha aí, estou lá, estou indo pescar, de pé descalço, eu tô levando um sapiquá, gostava muito de pescar…”     

O projeto Bye Bye Desemboque, Lima Duarte e Suas Veredas foi patrocinado pelo Banco Itaú, através da Lei de Incentivo à Cultura, por meio da Secretaria Especial de Cultura, do Ministério do Turismo, do Governo Federal. 

Programação                            

Ecocine – Festival Internacional de Cinema Ambiental e Direitos Humanos acontece de 29 de março a 5 de abril com palestras e 133 filmes selecionados

Pioneiro no Brasil, criado em 1992, festival fará edição não-competitiva, online e com foco em soluções para as tensões contemporâneas

De 29 de março a 5 de abril, acontece o Ecocine- Festival Internacional de Cinema Ambiental e Direitos Humanos, primeiro evento do gênero no Brasil, criado em 1992, Nesta edição, a abertura se dedicará a homenagear Lima Duarte, com exibição de um roadmovie, às 20h, Bye Bye Desemboque, Lima Duarte e Suas Veredas, dirigido por Ariane Porto, que mostra as origens do ator, na pequena cidade mineira.

Haverá um ciclo de palestras, começando pelo dia da abertura, 29 de março, às 19h30, com exibição de um vídeo com debate entre Ariane Porto, que é também presidente de honra do festival, e o educador Miguel Farias. A programação completa segue abaixo.

O Ecocine 2021 recebeu 2432 filmes,de 114 países, e selecionou 134,de 35 países, incluindo Brasil, sendo 19 produções nacionais. As obras estarão à disposição do público gratuitamente, na plataforma taoplay.com.br até 28 de abril.

Durante o período do festival, 63 filmes integrarão os painéis temáticos das palestras. Todos os filmes da seleção oficial ficarão à disposição do público na plataforma. O público tem a opção de acessar filmes, com legendas ou falados em português, nas sessões temáticas, e filmes no idioma original.

A cineasta Ariane Porto, criadora e presidente de honra do festival, destacou que o critério de seleção baseou-se no tema “liberdade” e em identificar obras “que tragam ânimo”: “O público precisa ter esse fôlego, o Ecocine vem trazer um alívio com experiências afirmativas de como melhorar o mundo.”

Kk Araújo, diretora e curadora do festival, relata seu entusiasmo com essa edição do Ecocine, totalmente online: “Há uma resistência da produção cinematográfica, um engajamento dos criadores em busca de propor respostas parao meio ambiente e os direitos humanos.”

No encerramento, dia 5, será exibido o curta Jadzia, dirigido por Kk, sobre a vida da prisioneira política que dá nome ao filme, que sobreviveu ao campo de concentração de Ravensbruck, na Alemanha nazista, mesmo campo onde Olga ficou prisioneira. O filme, protagonizado por Laura Cardoso, já recebeu vários prêmios em festivais internacionais.

O Ecocine tem o incentivo da Lei Aldir Branc e Proac – Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo, por meio do Edital de Áudio-Visual / Fomento de Cinema.

Programação

29 /03

19h30: Palestra”Educação”,  com Ariane Porto eMiguel Farias

20h: Filme “Bye Bye Desemboque, Lima Duarte e Suas Veredas”

30/03

19h30: Palestra “Ecossistema marinho: oceanos – mitos  Xconservação”, com Adriana Basques

31/03

19h30: Palestra “O direito das sociedades em desenvolvimento, a segurança alimentar e nutricional”,com Manoel R. G. A. Silva

01/04

19h30: Palestra “Ecossitema terrestre: importância do envolvimento da comunidade na conservação dos gorilas na República Democrática do Congo “, com Marcie Lisa

02/04

19h30: Palestra “Desigualdade & racismo”, com Helie Santos

03/04

19h30: Palestra “Nossa casa, nosso cérebro”, com Dr. Li

04/04

19h30: Palestra”Meio ambiente: o processo saúde/doença…E eu com isso?”, com Maria Vedovato

05/04

19h30: Palestra”Bem viver: a filosofia dos povos andinos”, com Celio Turino

Destaques: filmes revelam as boas práticas e boas notícias

Brasil

“A Jornada do Gigante”, de Gui Rampazo

O documentário mostra o percurso da nascente à foz do igarapé do Gigante, um curso d’água que cruza a cidade de Manaus, conectando diferentes realidades sociais do município.

“A Semente do Ler e Contar”, deEdson Carvalho

O documentário mostra uma experiência de alfabetização de jovens e adultos, em uma comunidade do nordeste brasileiro. Contando apenas com ajuda de amigos, a professora Emilia foi até lá e, durante 5 meses, as aulas foram acontecendo de forma interativa, crítica e construtiva, culminando na descoberta da escrita e da leitura e, em consequência, de uma nova forma de ver o mundo.

França

“Sadaf”, de Anne Jammet

A história de uma garota iraniana que adora boxe.

EUA

“From Trash to Treasure”, de Iara Lee

O povo do Lesoto, um país montanhoso cercado pela África do Sul, enfrenta desafiosmas suas comunidades exibem enorme capacidade e criatividade para encontrarem soluções, usando arte como instrumento de mudança.

Holanda

“The Drag Manifesto”, de Felipe Follador

Do diretor brasileiro radicado na Holanda, o filme mostra três artistas de uma nova geração de performers, que discutem a arte do drag.

Índia

“The Voice of the Sea”, de Kashyap Kulkarni

Uma estação de rádio comunitária com sede em Pamban, TamilNadu, Índia, difunde educação voltada para mudanças climáticas.

Malawi

“The Year of our Lord”, de ImranShaban

De um país sem tradição nem apoio para o audiovisual, grupo de artistas se reúne para mostrar a força da arte.

SERVIÇO

Abertura ECOCINE – Festival Internacional de Cinema Ambiental e Direitos Humanos

29 de março, 19h30: Exibição do bate-papo entre Ariane Porto e Miguel Farias sobre educação

20h: Pré-estreia Bye Bye Desemboque, Lima Duarte e Suas Veredas

Link: taoplay.com.br (importante fazer a inscrição antes do inicio das exibições)

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Ecocine: 29 de março a 5 de abril de 2021, edição online

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