Juiz aceita pedido de recuperação judicial da FMU com dívidas de R$ 116 mi

A Justiça de São Paulo deferiu, na última sexta-feira (14), o pedido de recuperação judicial apresentado pelas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), com o objetivo de renegociar suas dívidas que ultrapassam a marca de R$ 116 milhões.

A instituição educacional justificou sua solicitação, alegando estar enfrentando uma grave crise financeira, e ressaltou que a recuperação judicial representa a única alternativa viável para assegurar sua reestruturação e continuidade das operações.

Em comunicado oficial, a FMU garantiu que o processo de recuperação não trará alterações nas atividades cotidianas da instituição e não afetará os cerca de 60 mil alunos que atualmente estão matriculados em seus cursos presenciais, semipresenciais e online.

O juiz Marcelo Stabel de Carvalho, da 1.ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais, destacou em sua decisão que os documentos fornecidos pela FMU comprovam a adequação legal para a solicitação de recuperação. “As evidências apresentadas pela requerente, juntamente com a documentação anexa, são suficientes para demonstrar a crise econômico-financeira enfrentada e a importância do procedimento recuperacional para a continuidade das atividades da instituição”, afirmou o magistrado.

Foi designada a empresa Alvarez & Marsal como administradora judicial do processo. Esta empresa terá um prazo de dez dias para avaliar a situação contábil da FMU e deverá fornecer relatórios mensais à Justiça sobre o andamento do processo.

O papel do administrador judicial é fundamental, pois ele supervisiona a regularidade do processo de recuperação e garante que os prazos estipulados para o pagamento dos credores sejam cumpridos.

Gabriel de Britto Silva, advogado especializado em direito empresarial, comenta que essa decisão possui um impacto significativo na sociedade, dado que a FMU desempenha um papel relevante no setor educacional. Segundo ele, “as recuperações judiciais têm contribuído para evitar falências e possibilitado um retorno eficiente das empresas ao mercado”.