Irmãos Sheku e Isata Kanneh-Mason tocam na Sala São Paulo
Jovem britânico toca com Osesp (30/03 a 01/04) e também em recital ao lado da irmã, a pianista Isata Kanneh-Mason, na Festa Internacional do Piano – FIP Clássica (02/04)
- Data: 29/03/2023 09:03
- Alterado: 29/03/2023 09:03
- Autor: Redação
- Fonte: Osesp
Sala São Paulo
Crédito:Mariana Garcia
Dando continuidade à Temporada 2023 – Sem Fronteiras, a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp recebe nesta semana na Sala São Paulo o maestro britânico Sir Richard Armstrong, entre quinta-feira (30/mar) e sábado (01/abr). O talentoso violoncelista britânico Sheku Kanneh-Mason é o solista convidado dessas apresentações, cujo programa reúne Blumine, de Gustav Mahler; Schelomo – Rapsódia Hebraica, de Ernest Bloch; e a Sinfonia Escocesa, de Mendelssohn-Bartholdy. Vale lembrar que a performance de sexta-feira (31/mar), às 20h30, terá transmissão ao vivo no canal oficial da Osesp no YouTube.
Já no domingo (02/abr), acontece a primeira edição da Festa Internacional do Piano – FIP Clássica desta temporada. A pianista Isata Kanneh-Mason e seu irmão Sheku são os convidados do recital de estreia, e apresentam um programa com três peças em forma de sonata: a Sonata para Violoncelo e Piano, de Frank Bridge; a Sonata para Violoncelo e Piano, de Chopin; e a Sonata em Ré Menor de Shostakovich.
Em 1884, Gustav Mahler (1860-1911) escreveu a trilha incidental para as cenas de O Trompetista de Säckingen, um poema épico de Joseph Viktor von Scheffel (1826-86). Essa música se perdeu, mas se descobriu que, no segundo movimento da versão original de sua Sinfonia nº 1, Mahler havia reaproveitado um desses quadros sonoros, em que o protagonista, o instrumentista do título, toca uma serenata para sua amada. Posteriormente excluído da Sinfonia nº 1, esse movimento passou muito tempo esquecido e foi redescoberto apenas em 1966. O título, Blumine, faz referência a uma coletânea de artigos publicada por Johann Paul Friedrich Richter (1763-1825), escritor a quem Mahler devotava grande admiração.
As origens de Schelomo remontam ao início da Primeira Guerra Mundial, quando Ernest Bloch (1880-1959), tomado pelas angústias de tempos difíceis, dedicou-se à leitura do Koheleth, o terceiro livro de Ketuvim, que os cristãos conhecem como Eclesiastes. O projeto inicial contemplava transpor para voz e orquestra o famoso texto “Vaidade de vaidades! Tudo é vaidade”, mas a falta de domínio do hebraico e a certeza de que um texto transliterado não iria ao encontro de suas expectativas fez com que Bloch engavetasse a ideia. No final de 1915, o compositor conheceu em Genebra o violoncelista russo Alexander Barjansky e sua esposa, a escultora Catherine. A amizade foi imediata. “Impressionado pelo maravilhoso músico, decidi deixar a voz humana de lado, expandir os limites impostos pelo texto e empregar uma voz muito mais profunda, que falasse todas as línguas: o violoncelo”, escreveu Bloch nas notas de programa da Orquestra Augusteo, de Roma, quando a obra foi apresentada em 1933. Enquanto trabalhava na partitura, Bloch foi presenteado por Catherine com uma pequena estátua do rei Salomão e, apesar das atuais dúvidas históricas sobre a autoria do Eclesiastes, nomeou sua nova partitura de Schelomo.
Embora Felix Mendelssohn-Bartholdy (1809-1847) tenha publicado a Sinfonia Escocesa sem referências programáticas, é possível associar vários de seus elementos à história escocesa e à ambientação naquele país. A obra começa com uma introdução lenta e misteriosa, apenas com violas e sopros, possivelmente aludindo à experiência na capela onde Mary foi coroada rainha da Escócia. A sonoridade vai lentamente se iluminando, como se fôssemos levados, num devaneio, à época da rainha. O segundo movimento sugere a sonoridade de canções folclóricas escocesas, embora não cite qualquer tema conhecido. O terceiro é um “Adagio”, frequentemente descrito como um lamento para Mary – a rainha ou, talvez, a santa. O último movimento tem caráter marcial e cresce para o triunfo marcado pelos metais com toda a orquestra. A Sinfonia termina com uma coda baseada em uma melodia que Mendelssohn utilizara em uma Ave Maria anterior – novamente associando a virgem à soberana e nos trazendo de volta à capela do início, agora à época de seu esplendor.
A Festa Internacional do Piano – FIP Jazz e Clássica tem o patrocínio do Bradesco, copatrocínio da igc e apoio do Mattos Filho por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Realização: Fundação Osesp, Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, Ministério da Cultura e Governo Federal – União e Reconstrução.
SERVIÇO
30 de março, quinta, às 20h30
31 de março, sexta, às 20h30 –
01 de abril, sábado, às 16h30
02 de abril, domingo, às 18h00 [FIP Clássica]
Endereço: Sala São Paulo | Praça Júlio Prestes, 16, Campos Elíseos
Taxa de ocupação limite: 1.484 lugares
Recomendação etária: 07 anos
Ingressos: Entre R$ 50,00 e R$ 258,00 [Osesp] e entre R$ 60,00 e R$ 143,00 [FIP Clássica] (preços inteiros)
Bilheteria (INTI): Neste link