Inflação e Crise do Cacau: Chocolates da Páscoa podem subir 12% em 2025
Chocolate mais caro na Páscoa, enquanto produção deve cair 22,4% até 2025
- Data: 16/03/2025 12:03
- Alterado: 16/03/2025 12:03
A inflação tem raízes que se estendem além de fatores econômicos, incluindo questões climáticas que afetam diretamente a produção de commodities essenciais. Os países da África Ocidental, responsáveis por cerca de 70% da produção global de cacau, enfrentaram variações extremas no clima, alternando entre períodos de chuvas intensas e secas severas. Essas condições adversas tiveram um impacto significativo na oferta do cacau, matéria-prima crucial para a indústria do chocolate.
Além das questões climáticas, a crise sanitária também se revelou um obstáculo à produção do cacau. O fungo Vascular Streak Dieback, que devastou plantações em regiões como Costa do Marfim e Gana, contribuiu para uma redução ainda maior na disponibilidade dessa matéria-prima. Leandro Rosadas, especialista em gestão de supermercados, observa que “a diminuição da oferta naturalmente leva a um aumento nos preços do cacau, o que repercute diretamente no valor do chocolate“.
Alta no preço do chocolate
Os reflexos dessa alta já são visíveis no mercado brasileiro. De acordo com dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), os preços dos chocolates em barra e bombons aumentaram 16,5% nos últimos doze meses. Essa elevação representa a maior alta anual desde a implementação do indicador de inflação oficial do Brasil, em 2020.
Esse cenário inflacionário está criando um ambiente desafiador para as vendas de produtos típicos da Páscoa. Rosadas enfatiza: “Os preços irão aumentar. Espera-se que os chocolates consumidos durante a Páscoa fiquem pelo menos 12% mais caros neste ano“. Ele também acrescenta que as expectativas não são otimistas para as vendas de ovos de Páscoa devido à pressão inflacionária sobre os consumidores.
Redução dos ovos de páscoa
Para ilustrar a gravidade da situação, a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab) informou que a produção para a Páscoa de 2025 será reduzida em 22,4%, totalizando 45 milhões de ovos, comparados aos 58 milhões produzidos no ano anterior.
Diante desse panorama desafiador, o setor tem buscado maneiras de se reinventar. A Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia) destaca que as dificuldades enfrentadas pelas indústrias dependentes do cacau têm levado à adoção de estratégias para minimizar os impactos. “O setor está investindo em eficiência produtiva, automação e inovação nos processos, buscando evitar repassar integralmente os custos elevados aos consumidores“, conclui a entidade.
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