Fim de semana tem OSESP com Isaac Karabtchevsky e Antonio Meneses

Osesp realiza na Sala São Paulo, entre 14 e 16/abr, três concertos com uma dupla brasileira muito querida de seu público: o regente Isaac Karabtchevsky no pódio e o violoncelista Antonio Meneses. O programa, naturalmente, traz nosso grande compositor e homenageado da Temporada 2022 — Vasto Mundo: Clássicos Modernistas, Heitor Villa-Lobos — dele, teremos o Concerto nº 1 para Violoncelo e Orquestra e a Fantasia para Violoncelo e Orquestra, que também serão gravados neste mês para o projeto A Música do Brasil (selo Naxos, com apoio do Itamaraty). A Orquestra toca, ainda, aberturas de óperas de Verdi e Wagner.

E dia 16/abr é a primeira das cinco datas do projeto Festa Internacional do Piano – FIP Jazz, iniciando com um recital do talentoso pianista japonês – e fã de música brasileira — Makoto Ozone. A programação da FIP Jazz inclui também Gonzalo Rubalcaba (13/ago), Kevin Hays (24/set), André Mehmari (08/out) e Pablo Ziegler (12/nov), e os ingressos custam entre R$ 50,00 e R$ 100,00. Mais informações neste link ou pelo telefone (11) 3777-9721 – de segunda a sexta-feira, das 12h às 18h (exceto feriados e emendas). As performances de 15/abr (Osesp) e 16/abr (Makoto Ozone) terão transmissão digital no canal da Osesp no YouTube.

As circunstâncias da composição do Concerto nº 1, Op. 50, de Heitor Villa-Lobos, não são bem claras. Ele foi escrito entre 1913 e 1915, para o violoncelista Alfredo Gomes (tio de Iberê Gomes Grosso). A estreia, entretanto, aconteceu em 1919, tendo o jovem Newton Pádua como solista, sob regência do autor. A facilidade proverbial de Villa-Lobos levou-o de um quase total amadorismo antes de 1913 a uma linguagem orquestral plenamente formulada e original em um espaço de poucos anos: esta é sua primeira grande obra orquestral, o que parcialmente explica a orquestração ambiciosa demais. A concepção trai a inquietude de um compositor em formação, que se debate entre influências várias: a música francesa, na tentativa de forma cíclica; o dramatismo russo, aqui um pouco teatral, ali leve como balé; e a escrita virtuosística, que usa o violoncelo em todos os seus registros, talvez influenciada por David Popper, um compositor que Villa-Lobos tocava. Apesar de causar a impressão de que há vários compositores numa só obra, o Concerto nº 1 é especialmente atraente por sua energia juvenil, pelos temas fortes e pelas estupendas cadências entre os movimentos, que criam um todo ininterrupto, um pouco à maneira das trilhas sonoras de cinema mudo.

Já a Fantasia para Violoncelo e Orquestra foi composta em 1945, por sugestão do maestro Walter Burle-Marx, e dedicada a Serge Koussevitzky, o que talvez explique o uso inventivo da região grave (Koussevitzky fora um virtuose do contrabaixo em sua juventude). Formalmente, é a obra mais eficiente entre as três: a própria escolha do título Fantasia sugere um Villa-Lobos mais disposto a soltar as rédeas de sua imaginação e deixar com que temas bruscamente contrastados se superponham de forma mais fluente. Esta obra foi estreada no Rio de Janeiro, com Iberê Gomes Grosso como solista, sob a regência do autor, em 1946. Gomes Grosso foi uma figura capital da música brasileira: sobrinho-neto de Carlos Gomes e sobrinho de Alfredo Gomes, estreou mais de cinquenta obras de compositores brasileiros do quilate de Camargo Guarnieri e Claudio Santoro.

PROGRAMA

TEMPORADA OSESP: ISAAC KARABTCHEVSKY E ANTONIO MENESES

ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO

ISAAC KARABTCHEVSKY regente

ANTONIO MENESES violoncelo

Giuseppe VERDI | La Forza del Destino: Abertura

Heitor VILLA-LOBOS

Concerto nº 1 para Violoncelo e Orquestra

Fantasia para Violoncelo e Orquestra

Richard WAGNER | Tannhäuser: Abertura

FESTA INTERNACIONAL DO PIANO – FIP JAZZ: MAKOTO OZONE

MAKOTO OZONE piano

Programa a ser anunciado.

SERVIÇO

Osesp

14 de abril, quinta-feira, às 20h30

15 de abril, sexta-feira, às 20h30 — Concerto Digital

16 de abril, sábado, às 16h30

FIP Jazz

16 de abril, sábado, às 20h30 — Concerto Digital

Endereço: Sala São Paulo | Praça Júlio Prestes, 16

Taxa de ocupação limite: 1.484 lugares

Recomendação etária: 7 anos

Ingressos: Entre R$ 25,00 e R$ 230,00 [Osesp]; e de R$ 50,00 a R$ 100,00 [FIP Jazz]

Bilheteria (INTI): neste link