Exaustão, distanciamento e insatisfação: psiquiatra alerta para os sintomas

Muitas pessoas relacionam a Síndrome de Burnout ao excesso de trabalho. No entanto, o fenômeno também pode estar ligado a um ambiente profissional tóxico. Reconhecida desde janeiro pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma doença laboral, o psiquiatra da Holiste Psiquiatria e instrutor de mindfulness, Dr. Kayo Barboza, explica que a condição está relacionada ao desgaste causado por situações de pressão e estresse contínuo no ambiente profissional, tanto físico quanto emocional.

“O termo burnout significa queimar por completo e é utilizado para se referir ao trabalhador que parou de funcionar por exaustão. A principal causa é o excesso de trabalho, mas também por ser ocasionada por um ambiente tóxico criado pelo clima organizacional e emocional existente na empresa. Os sintomas são físicos e emocionais e estão associados a quadros de depressão e ansiedade parcialmente ou totalmente incapacitantes”, detalha.

De acordo com o psiquiatra, qualquer profissão pode ser acometida por essa condição, mas as categorias que envolvem o cuidado com pessoas correm maior risco, como professores, policiais, bancários e profissionais de saúde. Um estudo realizado pela PEBMED, por exemplo, revela que 78% dos profissionais de saúde tiveram sinais de Síndrome de Burnout no período da pandemia.

Três sintomas da síndrome de esgotamento profissional

O psiquiatra separou os três sintomas mais comuns e que podem indicar que o trabalhador esteja passando por um quadro de esgotamento físico, emocional e mental causado pelo ambiente profissional, confira:

Exaustão física: Acontece quando o indivíduo percebe não possuir mais condições de despender a energia que o trabalho necessita para ser realizado. As principais causas da exaustão são a sobrecarga de atividades, mas é preciso estar atento porque conflitos pessoais e profissionais nas relações de trabalho também podem desencadear sintomas importantes.

Distanciamento emocional: Essa é uma tentativa do paciente de se defender da carga emocional criada pelo contato direto com o outro. Nesta etapa, podem surgir atitudes insensíveis em relação aos clientes ou colegas, podendo gerar ações marcadas pela frieza e, frequentemente, que ignoram o sentimento do outro. Apesar de difícil, é preciso compreender que este é um mecanismo de defesa de um profissional que está sobrecarregado.

Sentimento de Insatisfação: É muito comum o sentimento de insatisfação pessoal e profissional, associado à perda do prazer no trabalho e mesmo em atividades e hobbies que antes traziam alegria e satisfação ao indivíduo. É comum que esse sentimento venha acompanhado da síndrome do impostor, da sensação de incompetência e baixa autoestima.

A presença de um ou mais sintomas acende um alerta sobre a saúde mental. O estresse e a pressão podem até fazer parte do cotidiano de algumas profissões, mas não quando atreladas ao sofrimento. “A dica final é caso a pessoa esteja sentindo algum grau de sofrimento emocional por conta do trabalho, o desânimo para cumprir tarefas que antes eram simples, apatia, procure o apoio de um psicólogo ou psiquiatra”, finaliza Kayo Barboza.

Quando o assunto é saúde mental, a informação é o primeiro passo do tratamento. Para saber mais sobre o tema, acesse: https://holiste.com.br/