Etecs e Fatecs são centros de formação de cientistas
No Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, comemorado em 11 de fevereiro, o Centro Paula Souza apresenta histórias de jovens apaixonadas por pesquisa
- Data: 10/02/2025 13:02
- Alterado: 10/02/2025 13:02
- Autor: Redação
- Fonte: CPS
Comemorado anualmente no dia 11 de fevereiro, o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência foi criado com intuito de chamar a atenção para as conquistas femininas na área científica. Idealizada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e pela ONU-Mulheres, a data é celebrada com orgulho no Centro Paula Souza (CPS).
Estudantes e professoras de Escolas Técnicas (Etecs) e Faculdades de Tecnologia (Fatecs) estaduais desenvolvem projetos em diferentes áreas do conhecimento, inclusive por meio de bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Programa de Monitoria.
“A mulher tem um papel fundamental na ciência por sua capacidade de combinar sensibilidade e razão nas tomadas de decisões. Garantir a presença feminina leva à diversidade do olhar e evolução da pesquisa”, comenta a coordenadora do Programa de Monitoria nas Fatecs, Rosemeire dos Santos Almeida.
Meninas da ciência
Isabela Ganev Dorizo, aluna da Fatec Taubaté, desenvolveu a pesquisa Produção Cultural, Território e Design: intervenções educativas e projetuais com o Museu da Cidade de São Paulo. Orientado pela professora Sueli Soares dos Santos Batista, o estudo investigou a relação entre cultura e educação por meio de práticas de design aplicadas ao ambiente museológico.
Para Isabela, esse foi o início de uma trajetória acadêmica. “Entendi como a pesquisa funciona e como pode ser aplicada. A experiência também possibilitou vivenciar laços entre instituições que buscam o mesmo objetivo: a democratização da ciência e da cultura”, comenta. “O projeto foi eficiente ao demonstrar como a cultura, a educação e o design estão interligados e podem colaborar mutuamente. Seguirei com minha pesquisa pelos anos que virão, em busca de ciência e cultura para todos”, completa.
No campo do desenvolvimento tecnológico, Maíza de Lima Bueno, da Fatec Jaboticabal, orientada pela professora Rose Maria Duda, investiga a Utilização de sistemas de wetlands construídos para tratamento de águas. O projeto avalia a eficiência de soluções para purificação da água, considerando o potencial sustentável.
“O curso de tecnologia em Gestão Ambiental me despertou o interesse em resolver problemas que, de tão atuais, ainda faltam informações técnicas. É o caso do saneamento ambiental sobre o qual me debrucei”, conta. “Desenvolver a pesquisa em laboratório e aplicar essa ciência em campo é gratificante. Uma ideia inovadora pode transformar muitas realidades!”, completa.
Na Fatec Itaquera, Patrícia Vanessa Pereira Barcelos realizou um estudo sobre a Granulosidade de solos argilosos e arenosos por Fotoelasticidade. Orientada pelo professor Sidney Leal da Silva, a pesquisa analisou o comportamento dos solos por meio dessa técnica, aplicada em áreas como engenharia e geociências.
“Minha experiência com iniciação científica foi enriquecedora, tanto pela ampliação dos meus conhecimentos como pelos eventos e pessoas que tive contato. Pretendo continuar na carreira acadêmica, pesquisando e desenvolvendo novas tecnologias”, comentou.
Mulheres da ciência
Por meio do Regime de Jornada Integral das Fatecs, o CPS também contribui ativamente para a excelência na pesquisa e inovação. Prova disso são as professoras pesquisadoras nas mais diversas áreas de conhecimento, que elaboram suas pesquisas no formato RJI.
A professora Aparecida Maria Zem Lopes, da Fatec Jahu, desenvolve o projeto Mulheres em Tecnologia: um estudo para estimular e desenvolver competências em STEM nas diversas etapas do ensino. O termo STEM refere-se às áreas de Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática, na sigla inglês (Science, Technology, Engineering and Mathematics).
“Trata-se de uma proposta de três anos de estudo com objetivo de entender as iniciativas e ações que podem ser realizadas para melhorar a participação das mulheres nos ensinos Superior, Médio e Fundamental, além do inda no mercado de trabalho”, explica a professora.
A professora Ieda Maria Nolla atua na Fatec São Paulo desde 1990. Sua pesquisa é voltada para novas tecnologias aplicadas à construção civil, com foco no BIM (Building Information Modeling) e HBIM (Historic Building Information Modeling). Sua tese de doutorado abordou o uso do HBIM na gestão de bens culturais, demonstrando como modelos digitais tridimensionais podem contribuir para preservação e administração eficiente de edificações históricas.
“Quando aplicado desde a concepção do projeto, o BIM promove a integração entre todas as disciplinas envolvidas na construção civil, o que é ainda mais relevante no caso de construções históricas”, explica. “Minha pesquisa busca ampliar o uso do BIM, demonstrando seu potencial como ferramenta essencial na salvaguarda de edificações históricas”, completa.
Na área de engenharia de materiais, a professora Rita Sales, da Fatec São José dos Campos, desenvolve pesquisa em colaboração internacional com o Instituto Superior de Engenharia do Porto (Isep), de Portugal. O trabalho investiga parâmetros de usinagem em materiais avançados, com potencial impacto para a indústria aeronáutica e automotiva, um trabalho alinhado com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).
“A cooperação internacional abriu portas para minha pesquisa e me permitiu ganhar um importante know-how na área de usinagem. A parceria com o instituto português também abriu portas para professores e alunos que seguiram o mesmo caminho, o que me dá muita alegria e orgulho”, diz. “Posso dizer que a pesquisa científica é excelente para a internacionalização da instituição, levando o nome do Centro Paula Souza ao mundo”. Completa.