Dólar em queda: cotação atinge R$ 6,104 após dados econômicos e otimismo de Haddad
Análise do IGP-DI e otimismo fiscal marcam dia positivo para economia brasileira.
- Data: 07/01/2025 20:01
- Alterado: 07/01/2025 20:01
- Autor: redação
- Fonte: Folhapress
Crédito:Reprodução
Na terça-feira, 7 de dezembro, o dólar registrou sua segunda queda consecutiva, encerrando o dia com desvalorização de 0,14%, cotado a R$ 6,104. Durante a sessão, a moeda americana chegou a cair mais de 1%, atingindo a mínima de R$ 6,053 antes de se recuperar nas horas finais do pregão.
Esse fechamento marca o menor valor da moeda desde 20 de dezembro do ano anterior, quando estava em R$ 6,071. Na sessão anterior, na segunda-feira (6), o dólar já havia recuado 1,11%, terminando o dia a R$ 6,113.
A movimentação no mercado foi influenciada pela análise dos investidores sobre os dados do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) e os números da arrecadação federal referentes ao mês de novembro, que foram divulgados pela manhã.
Além disso, os comentários do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em uma entrevista à GloboNews, foram bem recebidos pelo mercado, assim como notícias indicando que o ex-presidente Donald Trump poderia adotar uma postura menos rígida em relação às tarifas nos Estados Unidos.
A Bolsa brasileira também se destacou nesse cenário positivo, fechando com uma valorização de 0,95%, alcançando 121.162 pontos.
Os dados do IGP-DI indicaram uma desaceleração em dezembro, com um aumento de 0,87%, após um crescimento de 1,18% no mês anterior. Este índice mede os preços ao produtor e ao consumidor entre o primeiro e o último dia do mês de referência. No acumulado de 2024, o IGP-DI apresentou um avanço total de 6,86%, conforme informações da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
A expectativa do mercado era que o índice apresentasse uma alta de 0,78%. Segundo André Braz, economista da FGV IBRE, “o recuo do IGP-DI não foi mais acentuado devido às pressões inflacionárias observadas no Índice de Preços ao Consumidor (IPC), especialmente em função da elevação dos preços dos alimentos e dos custos na construção civil”.
No âmbito fiscal, a Receita Federal reportou que a arrecadação federal teve um crescimento real de 11,21% em novembro deste ano em comparação ao mesmo mês do ano anterior, totalizando R$ 209,218 bilhões. Este resultado representa o segundo maior volume registrado para o mês desde que os dados começaram a ser coletados em 1995, perdendo apenas para novembro de 2013.
Ao longo do ano, entre janeiro e novembro de 2024, a arrecadação alcançou R$ 2,391 trilhões — um aumento de 9,82% em relação ao mesmo período do ano passado e ajustado pela inflação. Este desempenho é considerado recorde para os dados acumulados desse intervalo histórico da Receita Federal.
Durante a entrevista na GloboNews, Haddad mencionou que o déficit primário deverá ficar em torno de 0,1% do PIB em 2024. Ele ressaltou que este dado ainda não foi oficialmente divulgado. “Estamos entregando um resultado mais próximo de zero do que do limite inferior da banda”, declarou o ministro. Contudo, esse valor não considera as despesas relacionadas às enchentes no Rio Grande do Sul.
Caso confirmado esse número, o governo cumpriria a meta fiscal para 2024 que estipula um déficit zero com uma margem tolerável de até 0,25 ponto percentual do PIB para mais ou para menos. Haddad também expressou otimismo quanto ao crescimento econômico previsto para o próximo ano: “Esperamos um crescimento do PIB na ordem de 3,6%”.
O ministro ainda comentou sobre as expectativas econômicas futuras e afirmou que pretende deixar uma economia mais organizada do que aquela herdada pela gestão anterior. Para ele: “Se as medidas planejadas pelo Ministério da Fazenda forem implementadas conforme previsto, chegaremos ao final com uma economia muito mais arrumada”.
Além disso, ele mencionou que a percepção negativa do mercado sobre as perspectivas econômicas brasileiras é exagerada e que espera uma estabilização nas taxas cambiais. O analista Matheus Spiess destacou que essa reação pessimista afetou tanto a bolsa quanto o câmbio no final do ano passado.
O relatório Jolts publicado pelo Departamento do Trabalho dos EUA revelou um aumento significativo nas vagas disponíveis no mercado americano — subindo para 8 milhões — fator que é analisado por operadores na projeção das futuras decisões sobre taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed). A maioria dos especialistas acredita que o Fed manterá suas taxas inalteradas na próxima reunião devido à resiliência econômica e à inflação ainda acima da meta estabelecida.