Denúncias de Assédio na USP: Relatório Revela 30 Depoimentos contra Professor Alysson

Denúncias de assédio na USP: Relatório revela 30 depoimentos contra professor, que se declara inocente e fala em calúnias.

  • Data: 10/01/2025 21:01
  • Alterado: 10/01/2025 21:01
  • Autor: redação
  • Fonte: Folhapress
Denúncias de Assédio na USP: Relatório Revela 30 Depoimentos contra Professor Alysson

Crédito:Reprodução/ Redes sociais

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A Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) apresentou, nesta quinta-feira (9), à Procuradoria-Geral da instituição um relatório preliminar referente às acusações de assédio e abuso sexual contra o professor Alysson Mascaro. O documento inclui cerca de 30 depoimentos de supostas vítimas e testemunhas, que relatam possíveis crimes atribuídos ao docente.

No parecer, o responsável pela investigação destaca “relatos preocupantes” e solicita que a diretoria da faculdade tome as providências necessárias. A defesa do professor, liderada pela advogada Fabiana Marques, declarou que ainda não foi oficialmente informada sobre a conclusão do relatório, mas expressou confiança na inocência de Mascaro, considerando os relatos apresentados como frágeis e sem fundamento.

O professor se manifestou em depoimento prestado à instituição na última terça-feira (7), onde reafirmou sua inocência e alegou ser alvo de calúnias. Um dos testemunhos registrados revela que um ex-aluno foi convidado por Mascaro para uma conversa sobre assuntos acadêmicos em seu apartamento, em 2022. Durante essa reunião, o aluno afirmou ter sido coagido a ficar em roupas íntimas e abraçar o professor, que teria tentado justificar sua conduta referindo-se à relação entre filósofos e discípulos na Grécia Antiga, citando Sócrates e Platão.

Alysson Mascaro, advogado e professor associado na Faculdade de Direito desde 2006, enfrentou denúncias de assédio e abuso sexual por parte de dez alunos ou ex-alunos, conforme reportado pelo site Intercept Brasil em 3 de dezembro. A partir das denúncias, a USP iniciou uma investigação formal sobre os fatos.

Em resposta à reportagem que trouxe à tona as acusações, a Faculdade de Direito instaurou um procedimento investigativo preliminar no dia seguinte. Um docente da unidade foi designado para conduzir a sindicância, com um prazo estabelecido de 30 dias para a conclusão dos trabalhos. Durante este período, o responsável pela apuração solicitou o afastamento de Mascaro do cargo, uma solicitação que foi aceita pela direção da faculdade, que alegou “fortes indícios” contra o professor.

Os episódios denunciados teriam ocorrido entre 2006 e o início de 2024. De acordo com os relatos coletados, o padrão observado nas abordagens de Mascaro indica um aproveitamento indevido de sua posição como professor, além da utilização de sua influência e conexões com indivíduos em altos escalões do Judiciário.

Inicialmente, as denúncias envolviam apenas homens; entretanto, a Faculdade identificou também três supostas vítimas do sexo feminino. Antes mesmo do surgimento das acusações, no dia 30 de novembro, Mascaro publicou uma nota em suas redes sociais onde se descrevia como vítima de um crime cibernético e alegava estar sendo alvo de uma perseguição orquestrada por pessoas que atuavam anonimamente na internet desde meados de 2023.

Na nota pública, ele afirma: “Esse grupo tem propagado acusações inverídicas com o intuito de denegrir minha imagem pública e descredibilizar minhas posições em relação ao debate aberto sobre minha obra teórica e atividades políticas”. Em resposta às alegações, a defesa do professor informou que um boletim de ocorrência e uma representação criminal foram registrados em 20 de novembro para investigar os atos de perseguição, informação que poderá ser utilizada em caso da confirmação de um processo administrativo.

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  • Data: 10/01/2025 09:01
  • Alterado:10/01/2025 21:01
  • Autor: redação
  • Fonte: Folhapress









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