Crise Política na Coreia do Sul: Apoio a Yoon Suk Yeol Bloqueia Prisão em Meio a Impeachment

Conflito no Palácio: A polícia sul-coreana enfrenta 6.500 manifestantes em tentativa de prender o presidente Yoon Suk Yeol, destituído pelo impeachment.

  • Data: 14/01/2025 20:01
  • Alterado: 14/01/2025 20:01
  • Autor: redação
  • Fonte: Folhapress
Crise Política na Coreia do Sul: Apoio a Yoon Suk Yeol Bloqueia Prisão em Meio a Impeachment

Crédito:Reprodução

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Na manhã desta terça-feira (14), a polícia da Coreia do Sul se deparou com um novo obstáculo em sua tentativa de cumprir um mandado de prisão contra o presidente Yoon Suk Yeol, que foi destituído pelo Parlamento através de um processo de impeachment.

Milhares de apoiadores do presidente cercaram a residência oficial, impedindo a entrada das forças policiais, que enfrentam uma multidão estimada em cerca de 6.500 manifestantes, em contraste com aproximadamente 3.000 agentes mobilizados. O chefe do gabinete anticorrupção, Oh Dong-woon, assegurou à imprensa que o mandado seria executado “custe o que custar”.

A decisão da Justiça sul-coreana de autorizar a prisão de Yoon está relacionada a investigações sobre possíveis atos de insurreição, em especial a análise da decretação de lei marcial e a suspensão dos direitos políticos em dezembro, quando o presidente teria tentado um autogolpe.

Diferente de outros crimes, a insurreição é um dos poucos delitos pelos quais um presidente sul-coreano não goza de imunidade. A penalidade para tal crime pode incluir desde longas penas de prisão até a pena capital, embora o país não realize execuções desde 1997.

Embora tenha sido destituído, Yoon Suk Yeol ainda detém formalmente a presidência até que o Tribunal Constitucional se pronuncie sobre a validade da decisão da Assembleia Nacional. Por essa razão, ele permanece na residência oficial e continua a contar com uma equipe de segurança.

Imagens veiculadas pela televisão sul-coreana mostram os esforços da polícia para dispersar os apoiadores e alcançar o imóvel. O presidente não deixou sua residência nos últimos dias e se cercou de seguranças, enquanto sua defesa argumenta que a ordem de prisão é ilegítima e visa prejudicá-lo politicamente.

Entre os manifestantes estão parlamentares do partido de Yoon e seus advogados, que têm utilizado veículos para criar barricadas ao redor da residência. No dia 3 deste mês, uma tentativa anterior da polícia para prender o presidente falhou após um impasse que durou seis horas, devido à resistência dos guardas presidenciais.

No último dia 7, um novo mandado foi emitido em razão da recusa de Yoon em colaborar com as investigações, tendo faltado a vários interrogatórios.

As autoridades advertiram os apoiadores sobre as consequências legais de resistir à polícia; no entanto, eles permanecem firmes, entoando gritos de apoio e exibindo cartazes. Muitas das mensagens nas manifestações fazem referência às alegações infundadas do presidente sobre fraudes nas eleições de 2024, nas quais seu partido perdeu a maioria na Assembleia Nacional.

A suposta manipulação eleitoral foi utilizada por Yoon como justificativa para suas ações autoritárias no final do ano passado, gerando uma das mais sérias crises políticas enfrentadas pelo país nas últimas décadas.

Na mesma data, Yoon ausentou-se novamente de uma audiência no Tribunal Constitucional que analisa seu impeachment. Os advogados do ex-presidente afirmam que as tentativas contínuas para prendê-lo comprometem sua capacidade de se defender no processo que poderá resultar em sua remoção definitiva do cargo.

A próxima audiência está agendada para quinta-feira (16), e o chefe interino da Justiça, Moon Hyung-bae, indicou que caso Yoon não compareça novamente, o processo seguirá com seus advogados representando-o. Do lado externo do tribunal, o advogado Yoon Kab-keun afirmou que a decisão sobre sua presença será tomada após discussões sobre estratégias defensivas.

O Tribunal Constitucional da Coreia do Sul dispõe de um prazo máximo de 180 dias para decidir se Yoon será removido do cargo ou se seus poderes serão restaurados.

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  • Data: 14/01/2025 08:01
  • Alterado:14/01/2025 20:01
  • Autor: redação
  • Fonte: Folhapress









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