Conheça 6 artistas que dão voz ao Carnaval de Belo Horizonte
Carnaval projeta o trabalho autoral de artistas da cidade como Pri Glenda, Cléo Ventura, Violeta Lara, Leopoldina, Rafa Ventura e AMANDONA.
- Data: 21/02/2025 14:02
- Alterado: 21/02/2025 14:02
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Assessoria
O Carnaval de Belo Horizonte, que se tornou uma das maiores festas do Brasil, ganha cada vez mais destaque e representatividade graças a vozes que transcendem a folia e se firmam como importantes nomes no cenário musical.
Entre eles, estão artistas que fazem parte da construção da cena carnavalesca da cidade. Pri Glenda, Cléo Ventura, Violeta Lara, Leopoldina, Rafa Ventura e Amandona são artistas que, com talento e personalidade, têm se destacado tanto nas ruas quanto nos palcos, sempre trazendo suas vivências e suas músicas para o coração do Carnaval mineiro.
Rafa Ventura, multiartista e agitador cultural, foi cofundador da Corte Devassa e, desde 2020, é vocalista do bloco Abalô-Caxi. “O Abalô foi um divisor de águas na minha carreira. Ele ampliou minha voz, minha presença e minha expressão artística, não apenas como cantor e compositor, mas também como um agitador cultural em BH”, declara.
Sua relação com a retomada dos blocos de rua na capital mineira começou em 2010, quando frequentava a Praia da Estação. Com 17 anos de atuação nos palcos e 13 anos no Carnaval de rua de BH, Rafa se consolidou como cantor, diretor, apresentador e produtor de conteúdo. Sua trajetória artística passa por diversas linguagens, fortalecendo sua atuação na cena cultural mineira.
No Abalô-Caxi, encontrou um espaço para se expressar livremente e fortalecer sua identidade LGBTQIAPN+ na música. “Desde o início, me senti acolhido artisticamente e percebi o poder desse bloco como um espaço onde eu poderia ser eu mesmo”, afirma. Atualmente, com quatro singles lançados, acaba de disponibilizar a canção “Minha Fantasia”, reforçando sua presença no cenário musical. Para ele, o Carnaval é um ato político e uma oportunidade de ocupar espaços com arte e irreverência.
Com mais de 20 anos de carreira, a artista Cléo Ventura ingressou no bloco Abalô-Caxi a convite de Rafa Ventura e se tornou uma das vozes marcantes do Carnaval de BH. “O Carnaval me deu um espaço incrível de protagonismo”, elucida. Em 2025, além do Abalô-Caxi, ela se apresentará também no Salada de Frutas e no Então Brilha. Em fevereiro, Cléo lançará o álbum “Sonho de Verão”, que reflete sua conexão com a folia e com a musicalidade pulsante da festa.
Para Cléo, o Carnaval é mais do que uma celebração; é um ato de resistência e um espaço de protagonismo para vozes negras e femininas. “Ser uma voz forte nesse cenário é mostrar que temos muito a dizer e a cantar”, destaca. A cantora vê na festa uma oportunidade de celebrar a diversidade e reforçar a importância da coletividade no fortalecimento da cultura carnavalesca da cidade.
Violeta Lara, uma das pioneiras do Carnaval autoral em BH, faz parte do bloco Juventude Bronzeada desde 2014. Este ano, o Juventude Bronzeada contará pela primeira vez com um naipe vocal inteiramente feminino, um marco na cena carnavalesca da cidade.
“Ser uma dessas vozes é levar minha música para as ruas e ser ouvida por tantas pessoas”, comenta. Além do Juventude Bronzeada, ela também se apresenta nos blocos Cilada e Judia de Mim, um bloco fundado por seus irmãos. Seu envolvimento com a festa começou na retomada do Carnaval de rua na cidade, tornando-se uma artista presente em vários cortejos.
Segundo a artista, o Carnaval é uma forma de expressar suas visões sobre amor e liberdade, além de ser uma manifestação política e social. “O Carnaval vai além da música, ele é um espaço de resistência e de ocupação das ruas com arte e alegria”, afirma. Seu repertório autoral se mistura com a energia da festa, criando um vínculo direto com o público que acompanha o bloco.
Leopoldina, com mais de 23 anos de carreira, cresceu em meio ao Carnaval e é cantora e compositora do bloco Juventude Bronzeada. “A música do Carnaval de BH é celebração, mas também um espaço para questionar e refletir”, afirma. Desde 2008, ela participa ativamente do Carnaval de rua da cidade, trazendo sua voz potente e suas composições para a folia. Com três discos lançados e uma gravação com a Orquestra Ouro Preto, ela consolida seu trabalho no cenário musical mineiro.
Leopoldina diz que cantar no Carnaval é dar voz às emoções do povo e renovar a energia para o ano inteiro. “A arte tem esse poder de conectar e transformar”, reflete ela, que também se apresenta nos blocos Pena de Pavão de Krishna e Andar com Fé. Seu trabalho reforça a importância da inclusão e da coletividade na música, levando mensagens de resistência, alegria e afeto para o público.
Estrelando seus próprios blocos
AMANDONA, cantora e compositora com 15 anos de carreira, iniciou no Carnaval em 2016, como vocalista do bloco Abalô-Caxi, arrastando mais de 200 mil foliões pelas ruas de BH. Neste ano, além do Abalô, ela lança seu próprio bloco no pré-Carnaval, o Bloco da Amandona, celebrando o amor entre mulheres e a diversidade.
“A maior parte do Carnaval de rua de BH já é LGBT-friendly, mas sinto que é minha missão trazer essas questões de forma leve e divertida”, afirma. Sua proposta artística une irreverência e representatividade, promovendo um espaço de visibilidade e empoderamento para mulheres e a comunidade LGBTQIAPN+.
No bloco, a artista encarnará a personagem “Cindelésbica”, uma releitura empoderada da Cinderela, convidando foliãs a celebrarem sua própria realeza. Além disso, ela também já participou do cortejo de outros blocos como Truck do Desejo.
Já Pri Glenda iniciou sua trajetória na música em 2009 e, desde 2014, integra o bloco Juventude Bronzeada. “O Carnaval me deu uma visibilidade que nunca imaginei e me permitiu criar algo além da folia”, afirma. Compositoras como ela encontram no bloco um espaço para apresentar suas músicas autorais a um grande público.
Além do Juventude Bronzeada, Pri Glenda também participa do bloco É o Amô e de outro que leva seu próprio nome, o Bloco da Pri. Para ela, a trajetória no Carnaval é um esforço coletivo, valorizando as pessoas que a acompanham e ajudam a dar vida às suas canções. “O Carnaval é uma manifestação de amor e união, e estar cercada de pessoas que acreditam na minha arte faz toda a diferença”, comenta.
Esses artistas representam um Carnaval inclusivo e diverso, levando suas músicas autorais e mensagens de representatividade para as ruas de Belo Horizonte, consolidando um evento cada vez mais plural e vibrante. Eles são vozes que ecoam muito além da folia, ampliando espaços e transformando a cena musical da cidade.