Aumento de casos de virose no Grande ABC preocupa autoridades de saúde

Número de atendimentos médicos cresceram 135% em um mês

  • Data: 15/01/2025 18:01
  • Alterado: 15/01/2025 18:01
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Secretaria da Saúde
Aumento de casos de virose no Grande ABC preocupa autoridades de saúde

Crédito:Marcello Casal Jr/Agência Brasil

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Após a ocorrência de um surto de virose na região do Litoral paulista, especialmente na Baixada Santista, os municípios do Grande ABC relataram um aumento significativo nos atendimentos relacionados a doenças infecciosas intestinais. O número de atendimentos na rede municipal de saúde saltou de 2.851 no início de dezembro para 6.725 no início de janeiro de 2025, refletindo um alarmante crescimento de 135%. Os dados são referentes a cinco cidades, sendo que São Caetano e Ribeirão Pires não forneceram informações atualizadas.

A cidade que apresentou o maior aumento foi Diadema, com um impressionante crescimento de 453,7%, embora os números se referem ao intervalo entre 29 de dezembro e 4 de janeiro, e não exatamente à primeira semana do mês. Nesse período, foram registrados 814 casos em comparação com apenas 147 na primeira semana de dezembro.

Apesar do expressivo aumento nos diagnósticos, as prefeituras locais afirmaram não haver notificação formal de surto nas respectivas áreas. As cidades de Santo André, São Bernardo, Diadema, Mauá e Rio Grande da Serra estão atentas às notificações e monitorando a situação. “Atualmente, a demanda está controlada. Nossas equipes permanecem em alerta e monitoram diariamente a situação em colaboração com as autoridades sanitárias”, afirmou um representante da Prefeitura de São Bernardo.

O infectologista Marcelo Neubauer, membro do Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura, esclareceu que o termo ‘virose‘ refere-se a qualquer enfermidade causada por vírus, como gripe, hepatite e outros. Neubauer expressou preocupação sobre a conexão entre o aumento dos casos na região e o surto observado no Litoral. “É bastante provável que o vírus tenha sido transportado para a serra por pessoas que visitaram o litoral. Para confirmar essa relação, é fundamental que as autoridades sanitárias realizem investigações mais aprofundadas”, destacou.

No caso específico do surto no Litoral, a Secretaria de Estado da Saúde atribuiu a epidemia ao norovírus, um agente viral altamente contagioso transmitido pela via fecal-oral que pode provocar gastroenterite. Segundo informações oficiais, a norovirose geralmente tem duração média de três dias e pode causar sintomas como náuseas, vômitos, diarreia e dor abdominal.

De acordo com Neubauer, o modo de transmissão do norovírus implica que indivíduos contaminados liberam o vírus no ambiente através das fezes ou mesmo flatos. “Isso contamina o ambiente e as pessoas podem contrair o vírus ao consumir água ou alimentos contaminados”, explicou. Ele enfatizou que devido ao tempo que leva para os sintomas aparecerem, indivíduos podem transmitir o vírus sem estarem cientes da infecção.

Na segunda semana de janeiro, os registros de virose no Grande ABC apresentaram uma diminuição de 28% em relação aos primeiros sete dias do mês anterior. Contudo, o número total ainda foi superior ao registrado no início de dezembro: 4.788 casos contra os 2.851 casos anteriores.

Neubauer comentou que um aumento nos diagnósticos de virose é comum nesta época do ano devido ao calor intenso e à aglomeração nas praias, fatores que podem deteriorar a qualidade da água e aumentar os riscos de contaminação cruzada. “Fatores como chuvas intensas também contribuem para essa contaminação”, concluiu.

Medidas Preventivas

A Secretaria Estadual da Saúde reforça a importância da prevenção contra infecções virais por meio da lavagem frequente das mãos antes da preparação e consumo dos alimentos. Além disso, recomenda evitar o consumo de alimentos mal cozidos e cautela ao nadar no mar durante as 24 horas seguintes às chuvas.

A pasta ainda alerta sobre os riscos associados ao consumo de gelo, raspadinhas e água mineral sem procedência garantida. O tratamento para viroses geralmente envolve hidratação adequada e repouso; medicamentos como analgésicos devem ser utilizados somente sob orientação médica.

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  • Data: 15/01/2025 06:01
  • Alterado:15/01/2025 18:01
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  • Fonte: Secretaria da Saúde









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