Amazon Reavalia Publicidade no X em Meio a Mudanças na Plataforma
Amazon volta a investir no X de Musk, desafiando cortes publicitários e sinalizando mudanças na comunicação digital. O que isso significa para o futuro?
- Data: 30/01/2025 22:01
- Alterado: 30/01/2025 22:01
- Autor: redação
- Fonte: Folhapress
Crédito:Reprodução
A Amazon está ampliando seus investimentos publicitários na rede social X, anteriormente conhecida como Twitter, de propriedade de Elon Musk, conforme reportado pelo Wall Street Journal nesta quinta-feira (30). Essa decisão contrasta com a tendência recente de cortes nos gastos publicitários por parte de diversas empresas, incluindo a própria Amazon, que havia reduzido seu orçamento na plataforma há cerca de um ano devido a preocupações relacionadas à disseminação de discursos de ódio.
Fontes anônimas citadas pela publicação indicam que o CEO da Amazon, Andy Jassy, esteve diretamente envolvido nessa nova estratégia. Além disso, foi mencionado que a Apple, que também havia suspendido seus anúncios no X, está atualmente avaliando a possibilidade de realizar novos testes publicitários.
A potencial volta da Amazon representa um alívio financeiro para a plataforma X, que enfrentou dificuldades significativas após a saída de diversos anunciantes. Em 2023, marcas renomadas como Walt Disney, IBM, Paramount e Lionsgate se afastaram da rede social. A falta de moderação adequada e declarações controversas de Musk contribuíram para essa situação; em um incidente notável, ele apoiou uma postagem antissemita.
A situação se complicou ainda mais quando Musk fez comentários agressivos sobre as empresas que optaram por deixar a plataforma. Em 2023, ele declarou: “Alguém vai tentar me chantagear com publicidade?” seguida de um palavrão.
No início de 2024, a plataforma moveu uma ação judicial contra a Garm (Global Alliance for Responsible Media), acusando-a de promover um “boicote ilegal” ao X. Linda Yaccarino, CEO da rede social, afirmou que essa situação resultou em perdas bilionárias para a empresa. Musk também comentou sobre essa questão em suas redes sociais: “Tentamos a paz por dois anos; agora é guerra”, referindo-se ao processo.
O processo foi iniciado após um relatório do Comitê de Justiça da Câmara dos Representantes dos EUA alegar que a Garm e seus membros conspiraram para limitar as opções dos consumidores e prejudicar a plataforma após a aquisição por Musk, o que poderia violar leis antitruste. No entanto, Rob Rakowitz, cofundador da Garm, refutou essas alegações e defensores das marcas afirmam ter o direito de decidir onde investir seus recursos publicitários.
Apesar dos desafios contínuos enfrentados pela plataforma em sua divisão publicitária, executivos do X afirmaram que 65% dos anunciantes que haviam abandonado o serviço no ano anterior estão retornando. No entanto, os dados revelam que muitas dessas marcas estão investindo valores inferiores aos registrados antes da aquisição pela Musk em 2022.
Em um email enviado aos colaboradores — embora Musk tenha negado sua autoria — ele teria reconhecido os desafios financeiros persistentes enfrentados pela empresa. “Nosso crescimento de usuários está estagnado e nossa receita é insatisfatória”, teria afirmado no comunicado.
A possível reentrada da Amazon no X também pode sugerir uma aproximação entre líderes empresariais e o recém-empossado presidente Trump, sob cuja administração Musk lidera um comitê focado na eficiência governamental. Jeff Bezos (Amazon), Tim Cook (Apple), Mark Zuckerberg (Meta) e Sundar Pichai (Google) estiveram entre os convidados ilustres na cerimônia de posse do presidente.
No entanto, uma pesquisa realizada pelo instituto Kantar revela uma perspectiva cautelosa entre os anunciantes: 26% deles planejam reduzir seus investimentos publicitários na plataforma neste ano. As preocupações giram em torno da associação das marcas a conteúdos extremos frequentemente publicados na rede social.