Trump ameaça criar novas tarifas enquanto UE e Canadá revidam contra as já impostas
Canadá responde com retaliações, gerando incertezas econômicas.
- Data: 12/03/2025 22:03
- Alterado: 12/03/2025 22:03
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Assessoria
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sinalizou na última quarta-feira (12) a possibilidade de intensificar a guerra comercial com a União Europeia ao considerar a imposição de novas tarifas sobre produtos do bloco. Essa declaração surge após a decisão de diversos países da UE de retaliar as barreiras comerciais já estabelecidas pelo governo americano.
As tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio dos EUA foram implementadas recentemente, o que levou Trump a afirmar que novas penalidades seriam aplicadas se a UE avançasse com sua proposta de taxar produtos norte-americanos a partir do próximo mês.
“Qualquer taxa que eles impuserem a nós será cobrada de volta”, declarou Trump durante uma coletiva na Casa Branca. Essa abordagem agressiva em relação às tarifas gerou incertezas entre investidores, consumidores e empresários, elevando os temores de uma possível recessão econômica. Além disso, essa postura tem prejudicado as relações com o Canadá, um importante parceiro comercial dos EUA, onde o governo canadense já anunciou tarifas retaliatórias de 25% sobre aço, alumínio e outros bens, totalizando cerca de US$ 20 bilhões.
Dominic LeBlanc, Ministro das Finanças do Canadá, enfatizou que o país não ficará inerte diante do que considera uma injustiça contra suas indústrias. Em resposta à crescente tensão econômica, o Banco Central do Canadá também decidiu reduzir as taxas de juros em um esforço para mitigar os impactos de uma potencial crise.
A recente ação da administração Trump visa aumentar as proteções para os produtores americanos ao reinstaurar tarifas sobre importações e ampliá-las para uma variedade de produtos. O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, acrescentou que medidas semelhantes podem ser aplicadas ao cobre.
De acordo com uma pesquisa da Reuters/Ipsos, 57% dos americanos consideram que Trump está sendo excessivamente errático em suas tentativas de revitalizar a economia do país. Além disso, 70% dos entrevistados acreditam que as tarifas resultarão em aumento nos preços para os consumidores.
No entanto, a situação é diferente para os países da União Europeia. Dados do Instituto Kiel da Alemanha indicam que apenas uma pequena fração dos produtos europeus exportados para os Estados Unidos seria afetada pelas contramedidas propostas pela UE, que visariam até US$ 28 bilhões em bens americanos. Esses produtos incluem desde fio dental até bourbon, embora seu impacto no comércio transatlântico seja considerado limitado.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que o bloco pretende reiniciar negociações com os EUA para evitar tensões econômicas desnecessárias. Na mesma linha, Trump reiterou sua disposição de aumentar as tarifas caso a UE siga em frente com suas medidas.
Enquanto isso, reações internacionais estão surgindo: autoridades chinesas prometeram proteger seus interesses comerciais e representantes do Japão expressaram preocupação sobre como essas tarifas poderiam impactar suas relações econômicas com os EUA. Mesmo aliados próximos como Grã-Bretanha e Austrália criticaram as novas tarifas sem anunciar planos imediatos de retaliação.
Por outro lado, o Brasil — segundo maior fornecedor de aço para os EUA — optou por não retaliar neste momento. No mercado financeiro, apesar da expectativa em torno das tarifas anunciadas, as ações globais mantiveram estabilidade temporária; no entanto, muitas empresas permanecem apreensivas quanto ao futuro econômico.
Em uma avaliação das repercussões desse cenário complexo, o CEO da Airbus alertou que o início de uma guerra comercial tende a perpetuar-se e causar danos prolongados. As preocupações sobre as implicações das tarifas nos gastos dos consumidores têm sido ressaltadas por diversas indústrias.
A escalada nas tensões comerciais entre EUA e Canadá ocorre num contexto delicado, com Justin Trudeau prestes a transferir o poder para Mark Carney. Carney expressou sua disposição para dialogar com Trump em busca de um entendimento respeitoso entre as nações.
À medida que essas dinâmicas comerciais continuam se desenrolando, os efeitos diretos nas economias envolvidas e nas relações internacionais permanecem sob vigilância atenta.

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