Banco Central projeta crescimento do PIB em 2,01% e inflação a 5,68%
Expectativas de juros e câmbio também foram divulgadas
- Data: 10/03/2025 10:03
- Alterado: 10/03/2025 10:03
- Autor: Redação
- Fonte: Banco Central
Nesta segunda-feira, 10, o Banco Central do Brasil divulgou novas informações sobre as projeções econômicas do país. O relatório, resultado de uma pesquisa realizada com mais de 100 instituições financeiras, revelou que os analistas mantiveram a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2,01% para este ano.
A inflação, por outro lado, apresentou um aumento nas previsões, passando de 5,65% para 5,68%. Essa elevação marca um distanciamento crescente do teto da meta estabelecida em 4,5%.
Conforme salientou a economista Miriam Leitão, as medidas adotadas para conter a inflação têm demonstrado resultados limitados. Essa questão foi abordada no relatório “Focus” do Banco Central, que também revelou as expectativas de inflação para os anos subsequentes.
A projeção para 2026 se manteve em 4,40%, enquanto para 2027 e 2028 as expectativas permaneceram em 4% e 3,75%, respectivamente. A partir de 2025, o novo sistema de metas contínuas estabelecerá um objetivo de inflação de 3%, sendo aceitas flutuações entre 1,5% e 4,5% como cumprimento da meta.
O Banco Central ajusta suas taxas de juros com o intuito de manter a inflação dentro dos parâmetros estipulados. É importante ressaltar que há um intervalo considerável — entre seis e dezoito meses — para que alterações na Selic impactem efetivamente a economia. Atualmente, o foco está na expectativa de inflação prevista para os próximos doze meses até meados de 2026. Caso a inflação exceda o intervalo tolerável por seis meses consecutivos, isso resultará em uma meta descumprida. Em tal situação, o presidente do BC é obrigado a redigir uma carta ao ministro da Fazenda explicando os motivos do desvio.
Em janeiro deste ano, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, enviou uma comunicação ao ministro Fernando Haddad após a superação da meta inflacionária de 2024. Ele atribuiu esse desvio a fatores como o crescimento robusto da economia, a desvalorização do real e condições climáticas extremas.
Recentemente, o BC também reconheceu a possibilidade de não cumprir a meta inflacionária novamente em junho deste ano devido à persistência dos índices acima do limite estabelecido.
Os especialistas alertam que um aumento contínuo da inflação compromete o poder aquisitivo da população, especialmente dos trabalhadores com salários mais baixos. Isso se deve ao fato de que os preços dos produtos tendem a subir sem que os rendimentos acompanhem essa alta.
No tocante às taxas de juros, os economistas mantiveram suas projeções estáveis para este ano. Em janeiro passado, o Banco Central elevou a taxa básica para 13,25% ao ano pela quarta vez consecutiva e indicou uma nova elevação em março. As estimativas para o fechamento das taxas nos anos seguintes são: 15% ao ano para 2025; 12,50% ao ano para 2026; e 10,50% ao ano para 2027.
A respeito do Produto Interno Bruto (PIB), as projeções permanecem em 2,01% para este ano e em 1,70% para o próximo.
O Banco Central também forneceu outras estimativas relevantes: a previsão para a taxa de câmbio do dólar é de R$ 5,99 ao final de 2025 e R$ 6 ao final de 2026; o saldo da balança comercial deve manter-se em superávit de US$ 76,8 bilhões em 2025 e avançar para US$ 79,4 bilhões em 2026; e a expectativa de investimentos estrangeiros diretos se mantém em US$ 70 bilhões para este ano, mas recuou para US$ 73,25 bilhões em relação ao ano seguinte.

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