Mais de 21 milhões de mulheres no Brasil sofreram agressões nos últimos 12 meses
Os principais tipos de violência enfrentados pelas mulheres são: ofensas verbais (31,4%), agressões físicas (16,9%) e ameaças (16,1%)
- Data: 10/03/2025 10:03
- Alterado: 10/03/2025 10:03
- Autor: Redação
- Fonte: Datafolha
Mais de 21 milhões de mulheres brasileiras, o que equivale a 37,5% do total da população feminina, relataram ter sofrido algum tipo de agressão nos últimos 12 meses, segundo dados recentes do Datafolha, encomendados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Este número marca o maior índice desde o início da pesquisa “Visível e Invisível: a Vitimização de Mulheres no Brasil”, que começou em 2017, e representa um aumento de 8,6 pontos percentuais em comparação ao levantamento anterior realizado em 2023.
O estudo também revela que cerca de 5,3 milhões de mulheres, ou 10,7% do total, enfrentaram abuso sexual ou foram forçadas a manter relações sexuais contra sua vontade durante o mesmo período. Esses dados ressaltam uma realidade alarmante, onde uma em cada dez mulheres se torna vítima de violência sexual.
Em comparação com a média global, o Brasil apresenta uma taxa superior de mulheres que sofreram violência por parceiros ou ex-parceiros. Enquanto a média mundial é de 27%, no Brasil esse índice atinge 32,4%, conforme um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, enfatiza que esses números evidenciam a crescente insegurança das mulheres no país. “O Brasil é um dos países mais violentos do mundo e isso se reflete na vida cotidiana das mulheres. A pesquisa confirma que muitas estão desprotegidas dentro de suas próprias casas, convivendo com agressores frequentemente próximos a elas”, declarou.
A pesquisa também aponta que 91,8% das agressões ocorreram na presença de terceiros. Em quase metade desses casos (47,3%), os testemunhos vieram de amigos ou conhecidos; em 27%, foram as crianças que presenciaram; e em 12,4%, outros familiares estavam presentes. Samira expressou surpresa ao observar que nove em cada dez mulheres agredidas sofreram violência na frente de alguém conhecido.
Recentemente, um caso chocante em São Paulo ilustrou essa realidade: um jovem foi morto ao tentar defender uma mulher agredida por seu companheiro dentro de um ônibus. Esse evento ressalta a necessidade urgente de conscientização e intervenção nas situações de violência doméstica.
A diretora-executiva ressaltou que as reações à agressão física são mais intensas comparadas às agressões verbais. “É preocupante que muitas formas de violência psicológica ainda não sejam reconhecidas como graves pela sociedade”, afirmou.
O impacto da violência não se limita às vítimas diretas; o estudo indica que as crianças que testemunham essas agressões enfrentam consequências emocionais e comportamentais significativas. Estudos demonstram que esses filhos podem crescer reproduzindo ciclos de violência, tornando-se tanto vítimas quanto agressores na vida adulta.
Os dados da pesquisa também destacam os principais tipos de violência enfrentados pelas mulheres: ofensas verbais (31,4%), agressões físicas (16,9%) e ameaças (16,1%). Além disso, pela primeira vez foram coletadas informações sobre a divulgação não consensual de imagens íntimas; 3,9% das entrevistadas relataram essa experiência.
A pesquisa foi realizada com 2.007 pessoas acima de 16 anos entre fevereiro de 2025 e inclui uma margem de erro nacional estimada em dois pontos percentuais para mais ou para menos.
A gravidade da situação exige políticas públicas eficazes e apoio estrutural para as mulheres em risco. Organizações como a ONG Justiceiras e o Mapa do Acolhimento estão ativamente trabalhando para fornecer assistência às vítimas. Além disso, canais como o Ligue 180 oferecem suporte para denúncias relacionadas à violência contra a mulher.

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