Presidente do Sehal aponta os desafios do turismo no ABC
Em entrevista exclusiva ao ABCdoABC, o presidente do Sehal, Roberto Moreira, fala sobre a reunião e os desafios do sindicato para desenvolver o turismo
- Data: 17/02/2025 17:02
- Alterado: 20/02/2025 11:02
- Autor: Celso Rodrigues
- Fonte: ABCdoABC
Para iniciar a semana, o ABCdoABC esteve no Sehal (Sindicato das Empresas de Hospedagem e de Alimentação do Grande ABC) para falarmos com o presidente, Roberto Moreira, o Beto, já que no último dia 12 houve uma reunião estratégica com representantes do turismo regional.
Segundo Beto, sim, este foi o propósito do encontro, alinhar ações em conjunto.
“Reunião com as sete cidades para unificar os discursos dos conselhos do turismo regional. Queremos unificar algumas ações, por exemplo, um grande festival gastronômico, com palco, algumas ações específicas”, explicou o sindicalista.
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Roberto disse que o objetivo é realizar um calendário com um festival gastronômico simultâneo nas sete cidades, “tocados pelos próprios entes, uma agenda conjunta fica mais fácil fazer divulgação e publicidade, eu costumo falar que a gente sempre exporta turista, mandamos para fora”, Beto se mostra descontente ao falar do público do ABC que vai consumir fora das cidades.
O presidente elogiou o novo equipamento de turismo do Riacho Grande, recém-inaugurado, o Naturescer Eco Resort, afirmando que pode atrair o público local, porém, pontuou algumas ações que não funcionam como turismo, mas sim como lazer e apontou onde está a escassez.
Beto fala em técnicos no setor de turismo e encontrar atrativos
“Falta técnico, gente que saiba o que está fazendo. Falei de uma forma regional, a gente precisa achar atrativo turístico para região e localidade. Festival, final de ano, essas coisas ajudam muito, algumas ações são de entretenimento, mas não de turismo. No Paço, por exemplo, é local e não quer dizer que é turismo. Você não vai trazer um turista de São Paulo para passear na roda gigante de Santo André, nem nas duas de São Bernardo”, pontua ele, que segue:
“Se a gente conseguir manter o turista na região já é um grande passo. Tem gente que não conhece Ribeirão Pires, cachoeiras, Parque da Serra do Mar, a tirolesa, Paranapiacaba, a Billings. É isso, trazer esse tipo de coisa”, sugere Beto.
O sindicalista não exime a responsabilidade das Prefeituras, contudo, explica onde é o principal gargalo legal.
“A Prefeitura tem a culpa dela, algumas vezes tem, quando permite, no corredor comercial, imediato ou ao lado, que se construam edifícios, fica uma situação difícil. Está no corredor comercial que não pode ter barulho porque alguém construiu um apartamento em cima do seu bar”, critica Roberto.
Legislações que prejudicam o setor
Beto não poupou críticas a duas legislações, e explicou o porquê.
“Por exemplo, o ‘Não se cale’, foi um absurdo. Nós participamos da regulamentação da lei, porque se deixasse do jeito que o Estado queria, os bares iriam fechar, ia colocar funcionário meu para ficar pajeando tarado, não é a função do bar, aconteceu algum problema chame a polícia”, simplifica Beto ao falar do protocolo.
Beto também criticou a ação que determinaria a distribuição gratuita de água por bares e restaurantes, por entender que este produto faz parte do faturamento da empresa e, se distribuído de graça, impactaria na receita das empresas.
E, por fim, Roberto discorreu sobre a mão de obra, cada vez mais escassa.
“Estamos com problema grave de contratação, mão de obra, tudo, está muito ruim. A gente está perdendo mão de obra para construção civil, que, por incrível que pareça, já não é mais um trabalho pesado como era antigamente. Então, esse rapaz trabalha de segunda a sexta, ou quando muito sábado até meio período, não trabalha domingo, períodos de férias, feriados, e no nosso caso tem que trabalhar para atender a essas pessoas, para ganhar praticamente o mesmo salário”, lamenta o presidente.