Onda de calor no Brasil pode ultrapassar os 40°C; sensação não deve chegar a 70°C
Brasil enfrenta uma onda de calor que pode ultrapassar os 40°C, com especialistas alertando para os riscos da desinformação e orientando a população sobre como se proteger adequadamente.
- Data: 12/02/2025 18:02
- Alterado: 12/02/2025 18:02
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: UOL/FOLHAPRESS
Uma intensa onda de calor está prevista para afetar várias regiões do Brasil nos próximos dias, resultando em temperaturas que podem ultrapassar os 40°C em localidades específicas. Apesar da elevação nas temperaturas, especialistas alertam que a sensação térmica não deve alcançar extremos alarmantes como os 70°C que recentemente se tornaram virais nas redes sociais.
A onda de calor que inicialmente impactou o Sul do Brasil está se expandindo para as regiões Sudeste e Nordeste. Cidades como Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia estão entre as áreas que podem experimentar temperaturas superiores a 40°C.
A combinação entre altas temperaturas e a umidade relativa do ar pode intensificar a sensação térmica. Embora fenômenos desse tipo sejam típicos da estação quente, a intensidade observada atualmente tem gerado preocupação, conforme dados do Instituto Nacional de Meteorologia (InMet).
Sensação térmica: o que é?
A sensação térmica é um índice biometeorológico que considera variáveis como temperatura, umidade relativa, vento e radiação solar para mensurar como o corpo humano percebe o calor. Em dias quentes e úmidos, a evaporação do suor se torna menos eficaz, comprometendo a capacidade do organismo de regular sua temperatura. Isso resulta em uma sensação de calor mais intensa e aumenta os riscos à saúde.
Desmistificando o Alarme dos 70°C
Recentemente, circulou nas mídias sociais a informação de que a sensação térmica poderia atingir os 70°C no Brasil, com base em previsões de 41°C de temperatura e 80% de umidade. Esta estimativa foi mal interpretada, segundo Bruno Brezenski, pesquisador do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Universidade de São Paulo (USP).
Brezenski esclarece que a confusão surgiu ao combinar dados máximos de temperatura e umidade sem considerar que esses picos ocorrem em horários distintos. Normalmente, as temperaturas mais elevadas são registradas durante a tarde, enquanto os níveis mais altos de umidade aparecem pela manhã ou à noite. Para uma avaliação precisa, é essencial correlacionar os dados de temperatura e umidade para o mesmo período.
O pesquisador ainda destaca que a tabela da USP contém combinações teóricas que nem sempre são viáveis na prática. Segundo ele, afirmar que é possível ter 100% de umidade a 42°C é incorreto, pois tal situação é extremamente rara sob condições naturais.
Brezenski alerta para os perigos da desinformação e do alarmismo climático. Ele lembra que eventos climáticos extremos podem resultar em mortes significativas — superando até tempestades e furacões — e enfatiza a importância de comunicar esses riscos com clareza para que as pessoas possam se proteger adequadamente.
Orientações para enfrentar o calor extremo
A incidência de calor extremo pode acarretar desconforto e riscos à saúde, principalmente entre populações vulneráveis como idosos, crianças e indivíduos com condições crônicas. Especialistas recomendam algumas precauções:
- Beba água frequentemente;
- Use roupas leves e claras;
- Evite atividades externas durante os horários mais quentes (entre 10h e 16h);
- Procure locais frescos e sombreados.