Dengue tipo 3: o que é e quais as diferenças para outros tipos?

O sorotipo 3 do vírus da dengue voltou a ser registrado no estado de São Paulo, após um período de baixa circulação desde 2016. Especialistas estão emitindo alertas sobre a possibilidade de um aumento nos casos da doença, já que o vírus da dengue possui quatro sorotipos distintos, e uma pessoa infectada só adquire imunidade […]

  • Data: 28/01/2025 11:01
  • Alterado: 28/01/2025 11:01
  • Autor: Redação
  • Fonte: Agência SP
Dengue tipo 3: o que é e quais as diferenças para outros tipos?

Crédito:Governo de SP

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O sorotipo 3 do vírus da dengue voltou a ser registrado no estado de São Paulo, após um período de baixa circulação desde 2016. Especialistas estão emitindo alertas sobre a possibilidade de um aumento nos casos da doença, já que o vírus da dengue possui quatro sorotipos distintos, e uma pessoa infectada só adquire imunidade contra o sorotipo específico ao qual foi exposta.

A vigilância sobre a circulação dos sorotipos é realizada por meio de unidades sentinelas de arboviroses, que totalizam 71 espalhadas por todo o estado. Essas unidades estão localizadas em postos de saúde e prontos-socorros e recebem amostras para a realização de testes de PCR, com o objetivo de monitorar os casos de dengue, Zika e chikungunya. A reemergência do sorotipo 3 representa um risco adicional, pois a população está mais vulnerável devido à ausência desse tipo viral na circulação por um período prolongado.

É importante compreender as particularidades do sorotipo 3 da dengue e as formas de proteção contra ele.

Dengue Tipo 3: Nível de Gravidade

O DENV-3, uma das quatro variantes do vírus da dengue presentes no Brasil, não apresenta evidências que indiquem maior gravidade em relação aos outros sorotipos, segundo estudos realizados com apoio da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). No entanto, é crucial observar que a gravidade pode aumentar se um indivíduo for infectado inicialmente por outro sorotipo, como o DENV-1, e depois contrair o DENV-3.

Os sintomas associados ao sorotipo 3 são semelhantes aos observados nos demais tipos: febre alta, dor retro-orbital, dores corporais generalizadas, erupções cutâneas avermelhadas, coceira, náuseas e dores nas articulações e músculos. Com a reintrodução deste sorotipo no estado, há uma elevação nas chances de reinfecção pela doença.

Locais com Presença do Sorotipo 3

A incidência do sorotipo 3 é mais significativa no interior paulista. A combinação de altas temperaturas e umidade favorece a reprodução do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue.

Em São José do Rio Preto, por exemplo, pesquisas realizadas pela Faculdade de Medicina da cidade (Famerp) revelaram um aumento no número de casos do sorotipo 3 nos hospitais locais e nas unidades de pronto-atendimento desde o final de 2023. Os resultados foram publicados no Journal of Clinical Virology.

A vigilância das unidades sentinelas é essencial para monitorar os diferentes tipos de dengue em circulação no estado. Elas coletam amostras que são enviadas ao Instituto Adolfo Lutz para análise. “Desde o ano passado, temos observado a entrada do sorotipo 3 no estado. Esse monitoramento também foi fundamental para identificar novos casos de febre Oropouche em 2024″, afirma Regiane de Paula, coordenadora da área de Saúde na Coordenadoria de Controle de Doenças.

Medidas Preventivas Contra o Sorotipo 3

As estratégias para prevenir a dengue permanecem inalteradas. Como a transmissão ocorre através da picada do mosquito infectado Aedes aegypti, as principais ações devem focar no controle do vetor.

Eliminar locais que acumulam água parada, instalar telas em portas e janelas e promover campanhas educativas na comunidade são algumas das ações recomendadas para evitar a proliferação do mosquito. Para relatar focos do mosquito transmissor da dengue, os cidadãos devem entrar em contato com a Secretaria Municipal de Saúde ou com os serviços competentes em seu município.

Desenvolvimento da Vacina Contra Dengue

O Instituto Butantan está desenvolvendo uma vacina inovadora contra a dengue que será administrada em dose única. Os estudos foram finalizados no ano passado e o instituto já protocolou o pedido de registro junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A vacina proposta é tetravalente, oferecendo proteção contra os quatro sorotipos existentes no Brasil. Se aprovada pela Anvisa, o Instituto Butantan está preparado para fornecer cerca de 100 milhões de doses ao Ministério da Saúde nos próximos três anos, incluindo uma quantidade inicial prevista para 2025.

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  • Data: 28/01/2025 11:01
  • Alterado:28/01/2025 11:01
  • Autor: Redação
  • Fonte: Agência SP









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