Maricenne Costa, a voz colorida da Bossa Nova, morre aos 89

Cantora e atriz marcou a música brasileira com sua trajetória única, desde Chico Buarque até turnês internacionais, e deixou um legado na Bossa Nova paulista

  • Data: 20/01/2025 10:01
  • Alterado: 20/01/2025 10:01
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Assessoria
Maricenne Costa, a voz colorida da Bossa Nova, morre aos 89

A cantora Maricenne Costa

Crédito:Divulgação/Ana Komel

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A música brasileira perdeu uma de suas vozes mais emblemáticas neste sábado, 18 de novembro, com o falecimento da cantora e atriz Maricenne Costa, aos 89 anos. A artista estava enfrentando os desafios da doença de Alzheimer há vários anos. O velório ocorreu no domingo, 19 de novembro, em São Caetano do Sul, São Paulo, conforme confirmado por sua irmã, Elisabeth Sene Costa.

Uma carreira marcada pela Bossa Nova e pioneirismo

Maricenne Costa foi uma figura proeminente na corrente paulista da Bossa Nova, sendo reconhecida por sua voz inconfundível. Em um elogio marcante, o renomado músico João Gilberto a ouviu cantar em 1962 e comentou: “Sua voz tem cores, Maricenne. Não cale nunca essa voz colorida”.

A artista teve um papel fundamental na música brasileira ao ser a responsável pelo primeiro registro fonográfico de uma canção de Chico Buarque. Em 1964, ela colaborou com o jovem compositor no single “Marcha para um dia de sol”.

O início oficial de sua carreira ocorreu em 1958, quando conquistou o concurso “A voz de ouro do Brasil”, promovido pela TV Tupi. No mesmo ano, lançou seu primeiro single, que incluía as músicas “Quem sou eu”, de Dolores Duran e Ribamar, e “O amor morre no olhar”, de Guerra Peixe e Jair Amorim.

Conexão com o teatro e legado internacional

Apesar de seu talento indiscutível, Maricenne acreditava que sua popularidade foi afetada por sua dedicação ao teatro, onde trabalhou ao lado de grandes nomes como Sebastião Milaré, Myriam Muniz, Ricardo Blat e Marcos Caruso.

A artista também se destacou internacionalmente, representando a Bossa Nova em países como Estados Unidos e Portugal, realizando uma turnê com o organista Walter Wanderley.

Seu álbum “Correntes Alternadas”, lançado em 1992, trouxe influências do punk para sua obra musical. Em 1999, Maricenne lançou “Como tem passado!!”, baseado nas pesquisas do historiador musical José Ramos Tinhorão, explorando os primórdios dos ritmos brasileiros como lundu, maxixe e samba.

O último trabalho de Maricenne Costa foi o álbum “Bossa.SP”, lançado em 2009, que reafirmou suas raízes na Bossa Nova paulista.

Nascida em Cruzeiro, interior de São Paulo, em 1935, Maria Ignez Senne Costa começou a cantar ainda jovem ao lado de sua mãe no piano. Sua vida e trajetória estão documentadas no livro “Maricenne Costa – A cantora da voz colorida”, escrito por sua irmã Elisabeth e publicado em 2022.

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  • Data: 20/01/2025 10:01
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