Violência em favelas do Rio: motoristas e passageiros enfrentam riscos crescentes nas ruas
Incidentes de violência no Rio de Janeiro aumentam, com motoristas e passageiros atacados em áreas controladas pelo tráfico
- Data: 17/01/2025 08:01
- Alterado: 17/01/2025 08:01
- Autor: Redação
- Fonte: G1
No dia 16 de janeiro, um incidente envolvendo um motorista de aplicativo e sua passageira foi amplamente noticiado, destacando a crescente violência nas comunidades do Rio de Janeiro. O casal foi abordado por traficantes ao se desviarem devido a uma barricada imposta pelo tráfico de drogas.
Em 2024, pelo menos nove pessoas foram vítimas de disparos ou agressões ao acidentalmente adentrarem na Cidade Alta, uma favela situada no Complexo de Israel, na Zona Norte da cidade. O episódio do motorista e sua passageira, embora não tenha resultado em feridos, ilustra o clima de insegurança que permeia a região.
Históricos de casos anteriores revelam que motoristas que seguem as direções do GPS frequentemente enfrentam situações críticas. Em novembro, dois homens – um policial militar de São Paulo e seu irmão – foram alvos de tiros enquanto trafegavam pela Estrada do Porto Velho. O PM estava na cidade para participar do G20 quando foram atacados. Após reagirem, um dos agressores foi preso após receber atendimento médico por conta dos ferimentos que sofreu durante a troca de tiros.
Outro incidente marcante ocorreu em maio deste ano, quando Fernanda Batista Sales, de 43 anos, também foi baleada na mesma estrada. Apesar das circunstâncias perigosas, ela conseguiu se recuperar após ser hospitalizada.
No mesmo mês, três policiais penais de Minas Gerais enfrentaram uma situação semelhante ao entrarem inadvertidamente em uma das entradas da Cidade Alta durante a escolta de presos. Eles trocaram tiros com os criminosos e sofreram ferimentos, mas conseguiram retornar para casa após alta médica.
A insegurança nas vias expressas adjacentes às favelas é igualmente preocupante. Em outubro do ano passado, três pessoas perderam a vida e outras duas ficaram feridas quando criminosos dispararam contra veículos que passavam pela Avenida Brasil durante uma operação policial na região. As vítimas incluíam passageiros de ônibus e motoristas de aplicativos.
A investigação em torno do tráfico na área está centrada em Álvaro Malaquias Santa Rosa, conhecido como Peixão, o principal líder do tráfico no Complexo de Israel. Ele é investigado por crimes variados, incluindo homicídios e sequestros. Peixão possui um extenso histórico criminal e é acusado de fomentar a instalação de câmeras nas comunidades e orquestrar a destruição de templos religiosos.
A situação atual expõe não apenas os riscos enfrentados por aqueles que entram sem querer nas comunidades, mas também a vulnerabilidade dos motoristas e passageiros que transitam pelas vias expressas contíguas ao complexo. A continuidade da violência na região exige atenção urgente das autoridades para garantir a segurança pública.