Petrobras encerra 2024 sem reajuste no diesel

Evitando inflação e garantindo estabilidade econômica no Brasil.

  • Data: 01/01/2025 08:01
  • Alterado: 01/01/2025 08:01
  • Autor: redação
  • Fonte: Folhapress
Petrobras encerra 2024 sem reajuste no diesel

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Em um movimento inédito após 13 anos, a Petrobras encerrou o ano de 2024 sem realizar qualquer ajuste no preço do óleo diesel em suas refinarias, apesar das flutuações significativas no cenário internacional. A gasolina também passou por uma alteração pontual ao longo do ano.

A abordagem comercial adotada pela companhia é vista como um dos principais fatores de risco para investidores, que consideram a empresa atrativa e resistente às oscilações do mercado internacional devido ao seu modelo de produção no pré-sal.

Entretanto, segundo o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo e Gás (Ineep), essa estratégia tem gerado resultados positivos para a economia nacional, ao evitar que os aumentos nos preços dos combustíveis se reflitam em uma inflação generalizada.

Conforme levantamento realizado pelo Ineep para a Folha de S.Paulo, a estatal manteve o preço do diesel abaixo da paridade de importação estabelecida pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) durante a maior parte de 2024. O diesel esteve alinhado à paridade apenas em seis semanas nos meses de setembro e outubro.

No total, a Petrobras comercializou o diesel por uma média de R$ 3,53 por litro ao longo do ano. Até o início de dezembro, a paridade média de importação da ANP era de R$ 3,70 por litro, indicando uma defasagem média de 5% nas vendas da estatal.

Nas semanas mais recentes, o valor do diesel disparou devido à acentuada desvalorização do real, uma mudança ainda não refletida nos dados semanais da ANP. De acordo com informações da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Petróleo), a defasagem chegou a 15% em 19 de dezembro.

A Petrobras comunicou que desde 2023 não considera mais a paridade de importação como o único critério para determinar seus preços. A empresa implementou uma estratégia comercial que leva em conta suas condições produtivas e logísticas para definir os preços do diesel e da gasolina para as distribuidoras.

Essa nova abordagem permite à Petrobras mitigar as oscilações do mercado internacional e as variações na taxa de câmbio, promovendo períodos de estabilidade nos preços para seus clientes e aumentando sua competitividade no setor.

Durante uma entrevista à Band TV, a presidente da estatal, Magda Chambriard, destacou que a Petrobras tem cumprido sua função de “abrasileirar” os preços dos combustíveis no país, oferecendo valores inferiores aos praticados no exterior enquanto mantém sua lucratividade.

O Ineep enfatiza que esta política é crucial para garantir estabilidade nos preços dos combustíveis, fator fundamental na contenção dos impactos inflacionários sobre os consumidores finais, já que os combustíveis abastecem o principal modal de transporte do Brasil.

Desde a implementação dessa nova política em maio de 2023, além de adequar seus preços à realidade produtiva nacional, a estatal tem contribuído para reduzir os efeitos das variações nos preços internacionais sobre os brasileiros.

Por outro lado, investidores expressam preocupações quanto à repetição de erros passados. Durante o final do primeiro mandato da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), represamentos nos preços em momentos de alta nas cotações do petróleo resultaram em perdas bilionárias para a Petrobras e impacto negativo no setor sucroalcooleiro.

Em um relatório divulgado em 18 de dezembro, analistas do banco Santander classificaram a prática de preços abaixo do custo de produção como um risco significativo na avaliação dos investimentos na Petrobras. Apesar disso, a empresa é considerada um ativo promissor devido ao seu baixo custo operacional e potencial crescimento.

Nos primeiros nove meses de 2024, o lucro da área de refino da Petrobras caiu quase pela metade, totalizando R$ 6,7 bilhões. A companhia minimizou os impactos da política de preços sobre seu desempenho financeiro, ressaltando que as quedas nas margens são uma tendência global.

Em comunicado oficial, a empresa afirmou que sua estratégia comercial garantiu uma geração operacional robusta em 2024, resultando em resultados consistentes e na menor dívida bruta desde 2008.

No que diz respeito à gasolina, apenas um reajuste foi efetuado em julho deste ano. A estatal também manteve seus preços abaixo da paridade de importação da ANP na maior parte do tempo; somente ficou acima no início do ano e durante nove semanas entre setembro e outubro. Até o início de dezembro, o preço médio praticado foi 9,5% inferior à paridade estabelecida.

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  • Data: 01/01/2025 08:01
  • Alterado:01/01/2025 08:01
  • Autor: redação
  • Fonte: Folhapress









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