Via Streaming – Dica da Semana: “Aftersun”
Intimista e cheio de detalhes, o filme de estreia da diretora Charlotte Wells questiona a dicotomia entre amar os pais e não conhecê-los profundamente
- Data: 15/11/2023 07:11
- Alterado: 15/11/2023 07:11
- Autor: Kreitlon Pereira
- Fonte: Via Streaming
Aftersun
Crédito:Divulgação
Em dezembro de 2022, estreava nos cinemas do mundo o filme “Aftersun”, que conquistou crítica e público com a sua forma sensível de contar uma história de amadurecimento que atravessava a relação de uma filha com o seu pai. A mistura de narrativas visuais é um dos elementos fortes do filme, que conta sua história por meio dos detalhes. Disponível para ser assistido online nas plataformas da Amazon Prime Video, Apple Tv, Double e Google Play Filmes, o longa é o trabalho de estreia da diretora escocesa Charlotte Wells, que demorou quase 8 anos para conseguir tirar a sua ideia do papel e levar para as telas dos cinemas.
Tudo começa quando a personagem Sophie (Celia Rowlson-Hall) reencontra umas antigas gravações que fez quando criança na sua viagem de férias para Turquia com o pai Calum (Paul Mescal) para comemorar o seu aniversário de 11 anos. Permitindo-se reviver essas memórias, Sophie assiste aos filmes dela mesma mais nova aproveitando momentos normais com o seu pai, como uma brincadeira no hotel, um banho de lama ou uma dança esquisita. Com isso, a personagem começa a lembrar de outros comportamentos que indicavam que, apesar de ser um bom pai, Calum lidava com os seus próprios problemas.
Já com um olhar mais amadurecido, Sophie consegue se conectar melhor com as questões do pai e entender que ele escondia muitas coisas para protegê-la. Ao mesmo tempo, aos 11 anos, a personagem vivia uma fase delicada de pré-adolescência, onde não se encaixa mais no mundo mais lúdico das crianças mas também ainda não é adolescente o suficiente, o que faz com que ela observe com curiosidade alguns outros personagens que aparecem na trama. A proposta de “Aftersun” não é responder todas as perguntas sobre a história dos dois, mas retratar o ponto de vista de uma criança que não conhece (e nem compreende) inteiramente o pai, apesar de amá-lo incondicionalmente.