Dia do Trabalhador: Centro de Memória Bunge divulga registros inéditos e representativos
Fotos inéditas registram a visita de Getúlio Vargas à Fábrica de Tecidos Tatuapé, em São Paulo
- Data: 28/04/2022 14:04
- Alterado: 17/08/2023 05:08
- Autor: Redação
- Fonte: Fundação Bunge
No Dia do Trabalhador
Crédito:Acervo Centro de Memória Bunge.
O Centro de Memória Bunge, um dos mais importantes acervos empresariais do País mantido pela Fundação Bunge, divulga fotos inéditas que registram a visita de Getúlio Vargas à Fábrica de Tecidos Tatuapé, em São Paulo, na década de 1940. Considerado o pai das leis de trabalhistas, por ter decretado a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), um conjunto de normas que promoveram transformações nas relações trabalhistas, como a criação do salário mínimo e da carteira de trabalho; direito a férias anuais remuneradas; descanso semanal e direito à previdência social; regulamentação do trabalho do menor e da mulher, entre outras, em 1º de maio 1943, data que tinha se tornado feriado no Brasil do Dia do Trabalhador desde 1924 pelo presidente Artur Bernardes.
“Temos em nosso acervo, registros de um momento muito representativo para o momento histórico do Brasil, quando Getúlio visitou uma das fábricas da Bunge. São imagens que ratificam a importância da preservação da história, para que ela se mantenha viva. E, nesta data tão importante para o trabalhador, destacamos fotos exclusivas do nosso acervo para relembrar um importante personagem, responsável pela implementação de parte dos direitos trabalhistas, e o contexto histórico da época”, ressalta Claudia Buzzette Calais, diretora-executiva da Fundação Bunge.
As mudanças ocorridas na Era Vargas não se restringiram apenas à cultura do trabalho e seus aspectos legais. Em São Paulo, um rápido desenvolvimento urbano, ocasionou mudanças na paisagem de bairros e regiões como a Zona Leste, quando tem início a constituição da tradicional arquitetura industrial de São Paulo. Em 1934, iniciava-se a construção de ampla fiação, a Fábrica de Tecidos Tatuapé – unidade Belenzinho. Esta fábrica foi programada para trabalhar principalmente com lã brasileira, já naquela época produzida em quantidades apreciáveis na faixa fronteiriça do Rio Grande do Sul. Em 1935, segundo avaliação dos acionistas, o produto fabricado na fiação de lã era o primeiro do mercado.
Reflexo também da política de Vargas para transformações estruturais para setor econômico, com o investimento em indústrias de base, como a siderúrgica, a metalúrgica e o setor de energia, as leis trabalhistas valiam apenas para trabalhadores sindicalizados, ou seja, mais concentrados nas grandes cidades, e excluía uma gama de trabalhadores rurais e domésticos. Esse projeto de Vargas também refletia na importância que dava ao setor. Por isso, Getúlio Vargas visita, nos anos 1940, a Fábrica de Tecidos Tatuapé, na zona leste da cidade de São Paulo, evento registrado em fotografia, que é hoje parte de do acervo do Centro de Memória Bunge.
História do Dia do Trabalhador
O Dia Primeiro de Maio entrou para a história como Dia Internacional dos Trabalhadores depois de uma emblemática greve de trabalhadores ocorrida em 1886, em Chicago, nos Estados Unidos, em que os manifestantes reivindicavam jornada de 8 horas por dia.
No Brasil, embora também haja registros de manifestações operárias já no fim do século 19, a data foi oficializada em 1924 — durante a gestão do presidente Artur Bernardes (1875-1955). Mas, segundo historiadores contemporâneos, acabou sendo cooptada pela máquina estatal alguns anos mais tarde, na gestão Getúlio Vargas (1882-1954). Na prática, sem alterar o decreto original, Vargas mudou o protagonismo da data: deixou de ser o Dia do Trabalhador para se tornar o Dia do Trabalho.