Metaverso e o mercado em 2022: entenda como o varejo está se movimentando
Confira o que os especialistas em negócios no varejo estão destacando sobre as novas oportunidades do metaverso
- Data: 22/03/2022 07:03
- Alterado: 22/03/2022 07:03
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Érica Oliveira/Plataformanet/Ana Paula Tozzi/AGR Consultores
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Metaverso: Não é só para o mundo dos que já nasceram digitais. Acompanhe
Há um bom tempo o metaverso vem ganhando espaço no mercado e chamando a atenção de empresas e dos seus consumidores, especialmente com destaque após a mudança de nome do Facebook para Meta em 2021. Nesse caminho, especialistas estão aprofundando discussões sobre a influência dessa tecnologia em novas estratégias de negócios. Obviamente, o apoio do segmento de tecnologia ainda é estritamente necessário no metaverso, porém essa nova realidade não está limitada apenas a essa área. O metaverso já está sendo explorado por profissionais e empresas de diversos setores.
A CEO e Head comercial da AGR Consultores, Ana Paula Tozzi, traz análises sobre a influência do metaverso nas estratégias empresariais e exemplifica com ações que as marcas estão colocando em prática para ficar por dentro desse mercado. De maneira simples e direta, Ana Paula Tozzi resume as reflexões debatidas recentemente em dois eventos de inovação importantíssimos para o mundo da tecnologia e empreendedorismo: o Web Summit realizado em novembro de 2021 e o NRF 2022 que aconteceu em janeiro desse ano.
Em seu artigo, Ana primeiramente esclarece a diferença entre o Second Life e o metaverso para leigos. Diferente do Second Life que pode ser acessado diretamente por um site, por exemplo, o metaverso é formado por um conjunto de plataformas, como jogos (Roblox, The Sandbox, League of Legends, Fortnite), soluções para empresas (Horizon Workrooms, Spatial, Microsoft Mesh) e recursos financeiros que envolvem criptomoedas e blockchain (Cryptovoxels, Decentraland, Somnium Space, Ethereum). Além disso, o metaverso conta com o suporte de outros tipos de plataformas como a rede social Discord, a crypto wallet Metamask, o marketplace para NFTs OpenSea e a RTFKT, uma empresa comprada pela Nike em que você pode criar seu avatar e objetos com identidade visual específica.
Ainda sobre a comparação entre metaverso e Second Life, a CEO e Head Comercial da AGR cita um trecho do debate desenvolvido na NRF 2022 com Pano Anthos, fundador da XCR Labs, aceleradora e fundo de venture capital e com Meagan Loyst, fundadora da Gen Z VCs e um destaque de empreendedorismo no mercado americano em 2021.
Durante a conversa, Meagan resumiu: “O Second Life perdeu sua chance de sucesso no mercado de massa por ter requisitos de hardware pesados, uma interface de usuário complicada e uma experiência confusa que não foi projetada como um jogo, embora a grande maioria de sua base de usuários em potencial quisesse usar como um jogo. O metaverso, por sua vez, já nasce pelo universo de games, é extremamente flexível e de fácil acesso, é massivamente escalável, tem múltipla utilização, une tecnologias como realidade virtual e bitcoins. Aglomera finalidades que vão desde a educação (Roblox já é utilizado em escolas no Brasil, por exemplo) às redes sociais! Em resumo, é muito mais real para a Geração Z!”.
A Geração Z
Sobre a geração Z, Ana Paula Tozzi destaca a importância desse público para o mercado do metaverso e os seus comportamentos de consumo. Formada por nascidos entre 1995 e 2010 aproximadamente, a geração Z compõe atualmente cerca de 37% da população mundial, somados à geração Alfa (nascidos depois de 2010), essa parcela será de 57% até 2030. Ou seja, essas pessoas serão a maior parte do público-alvo das empresas em um período de apenas oito anos.
A especialista ressalta que o público Gen Z é formado por indivíduos que já nasceram na era mobile, “app first” com um mundo totalmente digital e são usuários de tecnologias de VR (realidade virtual) e AR (realidade aumentada). Para exemplificar as características e o poder de consumo dessa geração, é citado as informações destacadas por Kate Ancketill, CEO e fundadora do GDR Creative Intelligence, no NFR 2022: 97% dessas pessoas afirmam que as mídias sociais são as fontes principais de inspiração, elas gastam aproximadamente US$ 21 bilhões anualmente no TikTok (quase o PIB da Islândia), 30% já comprou algo usando realidade aumentada e 1 em cada 4 gastaria até US$ 200 em itens virtuais.
Estratégias das empresas no metaverso
A realidade no metaverso já está acontecendo e Ana Paula Tozzi traz exemplos de ações realizadas por marcas ao redor do mundo. No Web Summit 2021 em novembro em Portugal, o músico francês Jean-Michel Jarre anunciou a co-criação de um mundo no metaverso com a Sensorium Galaxy, uma plataforma de desenvolvimento de experiências imersivas e compartilhadas em realidade virtual. A iniciativa tornou possível a realização de um concerto do músico com uma audiência de 75 milhões de pessoas, resultando em um novo recorde mundial para Jean-Michel Jarre. A gravação foi realizada em Paris e transmitida em um cenário de realidade virtual inspirado no cenário da Catedral de Notre Dame.
No mesmo evento em Portugal, a palestra do Roblox com a cantora Zara Larsson apresentou as oportunidades que a plataforma proporciona ao possibilitar o contato entre os seus milhões de jogadores com os ídolos. Ana destaca que “para artistas e gravadoras, o Roblox oferece uma maneira única de envolver e atrair milhões de fãs, gerar novas oportunidades criativas e fluxos de receita, de mercadorias virtuais a experiências VIP. Para os fãs é a oportunidade de com seus avatares (com roupas e acessórios comprados no metaverso) estarem presentes”. Um ótimo exemplo de como essa aproximação pode ser aproveitada foi o café da manhã com a cantora Zara Larsson que contou com a presença de 3 milhões de fãs.
Na NRF 2022, foi destacado a declaração do presidente e CEO da Ralph Lauren, Patrice Louvet, sobre a marca estar no “dream business” e não no negócio de moda, tendo o “brand elevation” como o foco estratégico da empresa. Isso significa que o objetivo é elevar o patamar de como a marca é percebida pelo seu público. Para isso, a empresa vem investindo em todos os canais de comunicação com os clientes para proporcionar a mesma experiência no contato com a marca. E o metaverso está incluído nessa estratégia. Como exemplos, a CEO e Head Comercial da AGR cita a parceria entre a empresa e a plataforma Roblox, nela o cliente tem a oportunidade de utilizar o seu avatar para tomar um café no Ralph Lauren Coffee Shop.
Outra parceria interessante é com o Zepeto. Os integrantes da plataforma podem vestir seus avatares com a coleção de 12 looks lançada em 2021, compostos por mais de 50 itens exclusivos da marca. E a iniciativa se entendeu para a parceria com artistas. Com o grupo de k-pop TXT, a “Ralph Lauren realizou no Zepeto um conserto virtual na loja da Madison Avenue Flagship para promover o lançamento da coleção digital da marca. Os membros do grupo interagiram com os visitantes por meio de seus avatares, tiraram selfies e fizeram vídeos que foram compartilhados nas redes sociais”.
Por fim, Ana Paula Tozzi traz números relevantes e que não podem ser ignorados sobre o metaverso, como os 10 milhões de usuários ativos por mês no Zepeto, o Fortnite com 350 milhões players, o Roblox com 164 milhões e o League of Legends com 115 milhões. Além disso, o mercado do metaverso conta com previsões para 2024 de atingir uma receita mundial de US$ 800 bilhões. Ou seja, é um tema que não pode ser deixado de lado e que já está influenciando o entretenimento, a educação e até mesmo a estrutura de empresas.
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