Weezer viaja no tempo e aposta em sucessos do passado em show em São Paulo

Após uma única apresentação em Curitiba, em 2005, o Weezer retornou ao Brasil com um show nesta quinta-feira (26), no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. A banda abriu o Festival Itaipava de Som a Sol, que contará com outras atrações internacionais ao longo dos próximos dias.

Os catorze anos desde aquele show na capital paranaense parecem ter sido o suficiente para o vocalista Rivers Cuomo treinar bastante seu português. Após um início animado com “Buddy Holly”, “Undone – The Sweater Song” e “Hash Pipe”, já começou a interagir com o público: “Bem-vindos ao nosso show, somos o Weezer”. Ainda que estivesse longe de estar lotado, o ginásio respondeu bem aos chamados de Cuomo, que gritava “cantem!” e “vai, galera!” antes dos refrões.

O show consistiu principalmente das músicas do primeiro disco da banda, que completa 25 anos em 2019, mas além de mergulhar no tempo em seu próprio repertório, o quarteto também embarca em uma viagem por covers de canções das décadas de 60 a 90. “Africa”, “Take On Me”, “Paranoid” e “Happy Together” todas fizeram parte do “The Teal Album”, disco lançado de surpresa no início deste ano e que conta com dez versões dos californianos para sucessos que marcaram gerações.

Um cover que não está no álbum encerrou o set principal: “Lithium”, do Nirvana. “Temos tempo apenas para mais uma, então que seja uma especial”, afirmou Cuomo, agora em inglês, antes de iniciar o riff deste hino do grunge. Além de sempre citar o trio de Seattle como uma referência, Rivers conta até em uma de suas letras sobre como o álbum “Nevermind” impulsionou o começo do Weezer (em “Heart Songs”, do “The Red Album”).

O único material original recente que a banda apresentou no show foi o single “The End of the Game”, em que Rivers demonstra suas habilidades na técnica de two-hands tapping. Todos os álbuns de inéditas de 2008 para cá, incluindo o “The Black Album”, também lançado este ano, ficaram de fora. Ainda que o set cheio de hits funcione, especialmente para um público que não os via há mais de uma década, o Weezer explora pouco seu repertório. Mesmo o cultuado “Pinkerton”, de 1996, aparece apenas com duas faixas (“El Scorcho” e “The Good Life”).

Fechando a noite com uma divertida versão a capella de Buddy Holly e a pesada “Say It Ain’t So”, o quarteto matou a saudade dos fãs e levou para casa uma bandeira do Brasil com o logo da banda, dada pelo público. Rivers ganhou até uma camisa da seleção com seu nome. “A gente é um time perfeito” e “O Brasil é f***!”, disse, em bom português, antes de ir embora. A banda se encaminha agora para o Rio de Janeiro, onde se apresenta neste sábado (28) no Rock in Rio, no mesmo palco de Foo Fighters e Whitesnake.