Volvo – Na direção do futuro

Para Luis Rezende, presidente da Volvo Cars do Brasil, foco na eletrificação e nos SUVs embala o crescimento da marca sueca no país

  • Data: 18/02/2020 14:02
  • Alterado: 18/02/2020 14:02
  • Autor: Luiz Humberto Monteiro Pereira
  • Fonte: AutoMotrix
Volvo – Na direção do futuro

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Há dez anos, o mercado brasileiro emplacava mais de 3,33 milhões de automóveis e comerciais leves anuais e estava em expansão. Em 2010, muitos especialistas acreditavam que, para uma marca se manter competitiva no Brasil, seria necessário abrir fábrica no país. De lá para cá, alguns tradicionais “players” do segmento de luxo – Audi, BMW, Mercedes-Benz e Land Rover – inauguraram unidades industriais em território nacional. Já a Volvo optou por continuar trazendo apenas veículos prontos da Europa. As expectativas de crescimento do mercado automotivo local se frustraram após alguns anos de crise. Em 2019, o país emplacou 2,66 milhões de automóveis e comerciais leves e todas as fábricas brasileiras do segmento premium estão com enorme capacidade ociosa. A marca sueca, no entanto, é uma das que mais crescem no país – de 2017 a 2019, as vendas da Volvo no Brasil aumentaram mais de 125%. Em 2019, importou 7.913 veículos e terminou o ano como a décima nona marca do ranking nacional – um crescimento de 15,8% sobre os 6.832 veículos vendidos em 2018, mais que o dobro do percentual de expansão do mercado brasileiro de automóveis e comerciais leves, de 7,65% no ano passado. “A estratégia fabril da Volvo é global e não somente voltada para um mercado. Naquele momento em que as concorrentes abriram suas fábricas no país, a Volvo ainda estava expandindo suas produções para mercados maduros como China e Estados Unidos. Atualmente, a montadora tem fábricas na própria Suécia, na Bélgica e na China. De qualquer forma, estamos sempre analisando outros mercados, e o Brasil é um deles. Até o momento, não se mostrou oportuno produzir aqui”, explica o paulistano Luis Rezende, presidente da Volvo Cars no Brasil.

Aos 39 anos, Rezende é um dos mais jovens gestores de empresas automotivas da América Latina. Formado em Economia na Fundação Santo André, no ABC Paulista, com MBA pela Fundação Getúlio Vargas, passou por Maxxium e Philips antes de entrar na Volvo, em 2008, como diretor financeiro para a América Latina. Em 2014, foi nomeado presidente para as operações no Brasil e, há um ano, passou a acumular a função de Head of Latin America da Volvo Cars. Como era de se esperar, os bons resultados recentes da marca embalam expectativas otimistas. Em janeiro desse ano, com seus quinhentos e quarenta e seis emplacamentos, a Volvo alcançou a terceira posição em vendas no segmento premium, com 16,2% de “market share” –, deixou para trás a Audi e ganhou uma posição no ranking, se posicionando como a décima oitava marca mais vendida do Brasil. De quebra, ainda fechou o primeiro mês do ano na liderança no segmento de híbridos plug-in premium, com 41% de participação. “Nossos destaques em 2019 certamente foram os utilitários esportivos. Encerramos o ano com o XC60 e o XC90 liderando nos segmentos de atuação, com ‘share’ de 27,4% e 20%, respectivamente. Em janeiro, nosso SUV de entrada, o XC40, vendeu 234 unidades e ficou à frente de seu principal concorrente. Para 2020, nossa ambição é crescermos 20% no país”, avisa o executivo.

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Quais são os principais produtos da Volvo para o Brasil?
Estamos reforçando o nosso foco em eletrificação e lançamos em janeiro a versão Momentum T8 para os modelos XC60 e XC90 – ambas híbridas. Para o XC40, o nosso modelo mais vendido no Brasil, onde recém-lançamos as versões T4 Momentum e T4 Inscription, já anunciamos essa semana a pré-venda do XC40 T5 R-Design Plug-in Hybrid. Esses produtos e outras novidades que virão ainda esse ano darão mais consistência à nossa estratégia no mercado brasileiro.

Na indústria automotiva global, a eletrificação e os sistemas autônomos de assistência ao motorista são temas em alta. Nesses aspectos, o que a Volvo prevê ter de novidades?
A eletrificação é um tema muito atual e muito presente em nosso dia a dia. A eletrificação não é o nosso futuro – ela é o presente na Volvo. Já lideramos o segmento premium em veículos eletrificados no mercado brasileiro, com 41% de participação, tendo o XC60 T8 como o principal produto, E estamos expandindo a nossa gama de forma que os modelos eletrificados representem mais de 40% do nosso volume total de vendas neste ano. Até 2021, 100% da nossa linha de produtos terá versões eletrificadas. Em termos de sistemas autônomos, desde 2016 oferecemos no XC90 o assistente de condução Pilot Assist. Ele vem evoluindo a cada ano e conta com sensores e câmeras que monitoram as faixas das vias e um sistema que comanda a aceleração, a frenagem e a movimentação do volante em velocidades de até 130 km/h. Gradualmente ampliamos a oferta desse equipamento para todos os nossos modelos.

A segurança automotiva é um tema historicamente valorizado pela Volvo. Nesse quesito, o que a marca planeja apresentar?
A Volvo sempre foi pioneira no desenvolvimento de tecnologias de segurança no mundo. Recentemente incorporamos evoluções de nossas tecnologias de segurança presentes em toda a gama de produtos, como o sistema de alerta do ponto cego (BLIS) e o alerta de mudança de faixa (LKA), ambos agora com suporte de direção, que não só indica o potencial perigo da manobra, mas também gira o volante para manter o condutor dentro da faixa ou da posição em que está. Ano passado, em um evento global, anunciamos também a redução do limite de velocidade para 180 km/h, que deverá chegar ao Brasil no próximo ano/modelo. E também prevemos a instalação de monitores internos, aliados ao nosso sistema Volvo on Call, que evitará intercorrências e acidentes. A visão da Volvo sobre segurança é holística – procuramos compreender os fenômenos na sua totalidade e globalidade.

Como está a atual rede de concessionários Volvo Car no Brasil? Há previsão de expansão?
Hoje temos 37 concessionárias em todas as regiões do Brasil e há planos de expandirmos mais 10% de nossa atual rede em 2020, com a abertura de três ou quatro novas lojas. Temos como meta nos consolidarmos em regiões recém-exploradas, como o Centro Oeste, mas as cidades ondes serão instaladas as futuras concessionárias ainda estão em negociação.

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