Visita de familiares de condenados marca debate sobre anistia na Câmara dos Deputados
Hugo Motta se reuniu com Vanessa Vieira sobre anistia a presos da invasão de 8 de janeiro, em meio a pressões de deputados bolsonaristas.
- Data: 12/02/2025 17:02
- Alterado: 12/02/2025 17:02
- Autor: Redação
- Fonte: Assessoria
No dia 11 de setembro, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, recebeu em seu gabinete Vanessa Vieira, esposa de um dos condenados pela invasão das sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023. Acompanhada do líder da oposição, deputado Luciano Zucco, Vanessa trouxe à tona questões relacionadas à anistia dos presos, em um momento que já vinha sendo discutido por parlamentares ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Vanessa é mãe de seis filhos e reside em Ji-Paraná, no estado de Rondônia. Embora os detalhes da reunião com Motta não tenham sido divulgados, a presença dela na Câmara coincidiu com uma série de manifestações promovidas por deputados bolsonaristas que exigem a concessão de anistia aos envolvidos nas ações do dia 8 de janeiro. Durante essas mobilizações, os parlamentares utilizaram cartazes e entoaram a frase “anistia já” pelos corredores da Casa.
Recentemente, Motta fez declarações que indicam uma possível abertura para o debate sobre a anistia. No último dia 8, ele afirmou que as penas impostas aos condenados são excessivamente rigorosas e ressaltou que, embora a invasão tenha sido um evento sério, não pode ser considerada uma tentativa de golpe. Essas observações geraram reações mistas entre membros do governo e alguns ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que criticaram sua posição.
Luciano Zucco elogiou a postura do presidente da Câmara, afirmando que as declarações sugerem um entendimento favorável para avançar com a discussão sobre anistia no Legislativo. “Já nas declarações a gente vê que há o entendimento de se avançar [a questão da anistia] na Câmara com Hugo Motta”, destacou Zucco.
Vale lembrar que no ano passado, o ex-presidente Arthur Lira retirou o projeto relacionado à anistia da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e criou uma comissão especial para tratar do assunto. Até o momento, os trabalhos dessa nova comissão ainda não começaram.