Via Streaming – Dica da Semana: “Histórias Cruzadas”
O filme “Histórias Cruzadas” faz refletir sobre a sociedade atual e a persistência da segregação racial
- Data: 19/03/2019 10:03
- Alterado: 22/08/2023 21:08
- Autor: Kreitlon Pereira
- Fonte: Via Streaming
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A segregação racial nos Estados Unidos pode ser traçada até o período colonial do país, quando as colônias do Sul possuíam um modelo de produção agrícola baseado nas grandes propriedades de terra e uso do trabalho escravo, em sua maioria de negros vindos da África. A escravidão só teve seu fim com a Guerra Civil, no embate entre as colônias do Sul e as do Norte. Com o término do conflito, houve um processo de reestruturação do país, marcado pelas primeiras tentativas de implementação de políticas segregacionistas por parte da elite branca sulista. Como consequência, a sociedade americana é muito segregada e racista até os dias de hoje, problemática que é exposta pelo movimento negro desde os anos 60.
Produção norte-americana de 2011, o filme “Histórias Cruzadas” é uma denúncia a condição das mulheres negras no Sul dos Estados Unidos. Passado na década de 60, o longa acompanha as empregadas domésticas Minny (Victoria Spencer) e Aibileen (Viola Davis) nas suas vidas em pleno apartheid no Mississipi. Trabalhando para famílias brancas e abastadas, as duas são um retrato de uma classe social explorada e constantemente diminuída por seus patrões.
A trama também conta com Skeeter (Emma Stone), uma menina branca e privilegiada que almeja ser escritora. Apesar de fazer parte da elite sulista, sendo até amiga de escola da patroa de Aibileen, consegue convencer a empregada a dar entrevista para o seu livro. Nele, a escritora, com a ajuda de várias empregadas da cidade, relata diversos abusos sofridos pelas domésticas da região, o que causa um enorme escândalo na sociedade.
“Histórias Cruzadas” tem quase duas horas e meia de duração e é um filme muito intenso. As situações passadas pelas protagonistas são dignas de indignação e reflexão acerca do mundo atual e de como, mesmo depois de tanto tempo, questões como segregação racial, violência doméstica, exploração do trabalho e racismo ainda se fazem muito presentes na sociedade como um todo. O longa se encontra disponível na Netflix, assim como em outras plataformas como o Telecine Play.