Via Streaming – Dica da Semana: “A Filha Perdida”
Com base no livro homônimo de Elena Ferrante, o original da Netflix traz um olhar sensível sobre maternidade, liberdade e culpa
- Data: 30/03/2022 08:03
- Alterado: 22/08/2023 22:08
- Autor: Kreitlon Pereira
- Fonte: Via Streaming
Crédito:
Uma das grandes apostas da Netflix para o Oscar de 2022, “A Filha Perdida” foi lançado em dezembro do ano passado e, por mais que tenha recebido ótimas críticas e até algumas indicações para a premiação, não conseguiu vencer nenhuma categoria. Mesmo assim, o drama psicológico de Maggie Gyllenhaal – em sua estreia como diretora – deu o que falar ao trazer reflexões sobre a maternidade e a culpa de querer viver independentemente, temas que ainda são tabus na sociedade atual, que hiper romantiza o papel da mãe e acaba dando pouca atenção para os aspectos mais invasivos e negativos que afetam a vida das mulheres.
Sendo assim, o filme conta a história de Leda (Olivia Colman), uma mulher de 48 anos que é professora de inglês e mãe de duas filhas. Porém, as meninas não vivem com a protagonista, uma vez que ela saiu de casa – e nunca mais voltou – quando as crianças eram pequenas por se sentir completamente esgotada devido a série de sacrifícios que teve que fazer enquanto mãe e a falta de cooperação de seu parceiro. Assim, o filme começa com as filhas morando com o pai no Canadá e a mãe indo passar as férias em uma cidade costeira na Grécia.
Nesse lugar paradisíaco, Leda encontra uma família que a faz lembrar muito da sua própria, vendo na figura materna (interpretada por Dakota Johnson) muitas de suas próprias frustrações. Por conta disso, diversas memórias vão aflorando, o que faz com que a protagonista seja obrigada a confrontar o seu passado e as suas escolhas. Ao mesmo tempo, a diretora leva o espectador em um mergulho profundo no mundo interno da protagonista, discutindo a diferença entre solidez e solitude, além de questionar, de forma sensível, os motivos pela qual Leda se sente tão livre quando está sozinha.