Vacinação contra covid começa em 25 de janeiro com profissionais de saúde e idosos

Governador detalha em coletiva de imprensa grupos prioritários para receber Coronavac; aplicação, no entanto, ainda depende de resultados de eficácia e posterior registro da Anvisa

  • Data: 07/12/2020 14:12
  • Alterado: 22/08/2023 22:08
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo
Vacinação contra covid começa em 25 de janeiro com profissionais de saúde e idosos

Vacinação em SP será iniciada em fevereiro

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Os critérios de priorização se assemelham aos anunciados na semana passada pelo Ministério da Saúde , mas, no caso da campanha federal, a previsão de início é para o mês de março e a vacina utilizada deve ser a da Universidade de Oxford/AstraZeneca.

Entre os grupos priorizados no Estado de SP, os primeiros imunizados, a partir de 25 de janeiro, serão os profissionais de saúde, indígenas e quilombolas, num total de 1,5 milhão de pessoas. Serão duas doses por pessoa, com intervalo de 21 dias entre elas.

A partir do dia 8 de fevereiro, serão imunizados os idosos com 75 anos ou mais. Na semana seguinte, a partir do dia 15 de fevereiro, será a vez dos idosos entre 70 a 74 anos. A partir de 22 de fevereiro, receberá a imunização a faixa etária de 65 a 69 anos. Por fim, no  dia 1º março, começarão a ser vacinados os indivíduos de 60 a 64 anos. No grupo de idosos, serão 7,5 milhões de imunizados. Doria não informou como será a vacinação dos demais grupos de risco da covid-19, como portadores de doenças crônicas.

O governo disse que não será necessário comprovar residência no Estado para tomar a vacina, mas não explicou o que planeja fazer caso São Paulo receba um grande volume de pessoas de outras localidades num movimento que já está sendo chamado de um  “turismo de vacina”.

São Paulo é do Brasil. Somos parte do País. Não vamos segregar pessoas. Se precisar, compraremos mais doses. O que desejamos é que o plano de vacinação seja antecipado e que inclua todas as vacinas e não a vacina de preferência do Presidente da República ou do Palácio do Planalto“, disse Doria.

O Butantan tenta, há meses, firmar acordo com o Ministério da Saúde para que a vacina seja incluída no Programa Nacional de Imunizações (PNI) e aplicada em todos os Estados, mas a resistência do presidente Jair Bolsonaro em comprar a vacina impediu a parceria. O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, chegou a anunciar a compra da Coronavac no final de outubro, mas foi desautorizado no dia seguinte por Bolsonaro.

Mesmo sem participar de um programa nacional, Doria afirmou que serão disponibilizadas 4 milhões de doses da vacina a outros Estados para a vacinação de profissionais de saúde. Ele disse que oito unidades da federação já manifestaram interesse em receber a Coronavac, mas não divulgou os nomes dos Estados.

O secretário da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, explicou também que pessoas que já tiveram covid-19 e façam parte dos grupos prioritários também serão vacinados. “Todos receberão a vacina, até porque muitos tiveram casos leves, assintomáticos”, disse.

De acordo com o governo, além dos 5,6 mil postos de vacinação existentes no Estado, poderão ser usados para imunização escolas, quartéis da PM, terminais de ônibus, estações de trem, farmácias e postos drive-thru, o que elevaria para 10 mil os pontos de vacinação. Os locais funcionarão de segunda a sexta, das 7h às 22h, e aos sábados e domingos, das 7h às 17h.

O governo vai envolver 54 mil profissionais de saúde na campanha de vacinação. Além disso, 25 mil policiais farão a escolta dos imunizantes e a segurança dos locais de imunização.

Membro do Centro de Contingência contra o Coronavírus do Estado de São Paulo, João Gabbardo disse que as clínicas privadas de vacinação poderão participar da campanha de vacinação, mas seguindo as regras de priorização do Estado e aplicando o produto de forma gratuita. “Não será para fazer atendimentos aos seus clientes, será para uso na população em geral. Não existe a possibilidade de utilização dessa vacina, neste momento, de forma particular, até porque, se entrarmos com o pedido de uso emergencial, esse é um dos critérios, que se use em programa público de vacinação”, disse.

O acordo entre o Butantan e a Sinovac prevê o recebimento, ainda neste ano, de 6 milhões de doses prontas do imunizante e matéria-prima para a produção de outras 40 milhões de doses. Em 2021, seriam trazidos insumos para a fabricação de mais 14 milhões, totalizando 60 milhões de unidades, o suficiente para imunizar 30 milhões de pessoas.

A previsão do governo é que, a partir de 2022, a vacina seja integralmente produzida no Butantan, após concluído o processo de transferência de tecnologia entre Sinovac e o instituto.

Cronograma do ministério da Saúde prevê início da campanha em março

Na semana passada, o Ministério da Saúde divulgou um plano preliminar de vacinação contra a covid com início da vacinação previsto para março de 2021. Por enquanto, a pasta tem garantido o fornecimento de 100 milhões de doses do imunizante produzido pela AstraZeneca e Universidade de Oxford e outros 42 milhões vindos da Covax Facility, iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Idosos com 75 anos ou mais, profissionais de saúde e indígenas serão os primeiros a ser vacinados contra a covid-19 no País, segundo o cronograma do ministério. Segundo o órgão, a campanha será realizada em quatro fases principais. Na primeira, seriam vacinados cerca de 14 milhões de pessoas. Além dos idosos com 75 anos ou mais, indígenas e profissionais de saúde, serão imunizados nessa primeira fase também idosos acima de 60 anos que estejam em instituições de longa permanência.

Para essa fase, a pasta estima a necessidade de 29,4 milhões de doses, considerando duas para cada pessoa e mais 5% de perda estimada. A estimativa é que a primeira fase dure cinco semanas.

Na segunda fase, serão vacinados todos os brasileiros com mais de 60 anos, que serão escalonados dos mais velhos para os mais jovens. O primeiro grupo da segunda fase serão idosos entre 70 e 74 anos, seguidos pelas faixas etárias de 65 a 69 anos e 60 a 64. Serão cerca de 21 milhões de vacinados nesse grupo.

Na terceira fase da campanha, serão imunizadas pessoas maiores de 18 anos com as seguintes comorbidades: diabete, hipertensão arterial, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), doença renal, doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, transplantados de órgãos sólidos, pacientes com anemia falciforme, câncer (com diagnóstico nos últimos cinco anos) e obesidade grave (IMC acima de 40). A estimativa para essa fase é vacinar 12,6 milhões de pessoas.

Por fim, na quarta fase da campanha, receberão a proteção trabalhadores de áreas consideradas essenciais: professores do nível básico ao superior, profissionais de segurança e salvamento, funcionários do sistema prisional, além da população carcerária. Os grupos somam cerca de 4 milhões de pessoas.

Para as quatro fases, o ministério estima imunizar cerca de 51 milhões de brasileiros. Não há definição ainda de como será a vacinação do restante da população.

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