Universo da Rita Lee inspira espetáculo de dança
Obra coreográfica com toda a irreverência da diva brasileira do rock pode ser vista no Teatro Unimed somente até 30 de abril
- Data: 24/04/2023 11:04
- Alterado: 24/04/2023 11:04
- Autor: Redação
- Fonte: Teatro Unimed
Universo da diva Rita Lee inspira espetáculo de dança dirigido por Ana Paula Bouzas e Jussara Setenta
Crédito:Rafa Marques / Blog do Arcanjo
Chega ao final a temporada de Lá Vem Ela, uma obra coreográfica com idealização e direção artística de Ana Paula Bouzas e Jussara Setenta, totalmente inspirada na estética Rita Lee, com suas marcas de deboche, humor, sensualidade, feminilidade e representatividade. O espetáculo tem, agora, suas três últimas apresentações, na sexta (28 de abril) e sábado (29), às 20h, e no domingo (30), às 18h.
Em cena, Ana Branda~o, Luana fulo^ e Patrícia Zarske dialogam em composições livres e formações diversas, contestando valores estéticos e transformando restrições em produções criativas, geradoras de pontos de vista democraticamente humanitários e livremente femininos, que celebram comportamentos artísticos associados à deusa Rita Lee Jones de Carvalho.
“Há cerca de um ano, começamos a abraçar os manifestos de Rita expressos em letras de músicas como motes para criar ações e movimentos. Uma apologia ao amor, ao humor, à liberdade, à alegria, à critica, à rebeldia, traços marcantes dessa musa paulistana interplanetária da MPB. Então, nos deem licença, mas a gente vai sair do serio!”, anuncia Jussara Setenta. E Ana Paula Bouzas complementa: “Esta obra de dança revela corpos mutantes em vibração, transpiração e festa, tendo como referência o discurso estético irreverente de uma das mulheres mais revolucionárias do cenário pop-rock brasileiro. Assim, convidamos, alegremente, Rita para dançar!”
“…você me dá água na boca, vestindo…”
O figurino criado por Bettine Silveira resulta de um profundo mergulho na obra de Rita, em todas as suas fases. “Assim como suas canções, Rita Lee é uma artista muito visual, que nos provoca com imagens e atitudes muito marcantes no palco, que deixam claros seus posicionamentos libertários ou mesmo anárquicos”, afirma Bettine. “Adoro transformar em roupa itens que, em um primeiro momento, não seriam vestíveis, ressaltando seu poder de comunicação com o público, sempre permeados do inteligente deboche típico de Rita”. Assim, muitos elementos da rica imagética “ritalínica”, como luvas, cortes e cores de cabelo, podem ser reconhecidos nas escolhas de cores, texturas, formas, estamparia, composições, sempre em função dos movimentos de dança e dos universos plástico, lúdico, ativista e de celebração à vida tão característicos da obra de Rita. Além de teatro, Bettine Silveira tem grande atuação em cinema (como O Maior Amor do Mundo, Caca´ Diegues, 2006, e O´ pai o´, Monique Gardenberg, 2007) e TV (como a série O´ pai o´, com La´zaro Ramos e Matheus Nachtergale, Rede Globo), sendo autora do livro Capulanas, Tecidos Que Contam História, que tem lançamento previsto para o segundo semestre de 2023.
“…pra fazer barulho, eu mesma faço!”
A cenografia assinada por Renata Mota serve de delicado apoio ao desempenho coreográfico, com elementos móveis de grande versatilidade que, junto com a iluminação, dão ainda mais destaque ao figurino e aos movimentos das personagens. São inúmeros pedestais, microfones e caixas acústicas, que, ao mesmo tempo em que funcionam como elementos lúdicos complementares ou em contraposição à coreografia, agregam outros significados à narrativa, como a conhecida predileção de Rita Lee por seus próprios equipamentos eletrônicos. A diretora de arte e arquiteta Renata Mota tem mais de vinte anos de experiência na área de cenografia e cerca de cem projetos realizados, envolvendo criação de cenários, direção de arte e cenografia para cinema e diversos espetáculos, tendo sido diretora do Centro Técnico do Teatro Castro Alves (BA). O resultado é uma dramaturgia cenográfica em diálogo com a criação coreográfica, em que a iluminação criada pelo dramaturgo e diretor teatral Fábio Espírito Santo anuncia, acolhe, acompanha e acaricia cada movimento. Em 2018, Fábio teve seu trabalho de iluminação cênica reconhecido pelo troféu Braskem de Teatro.
“Esse tal de Roque Enrow.”
A trilha sonora original, composta por Jarbas Bittencourt (cantor, compositor, diretor musical do Bando de Teatro Olodum e integrante do Grupo Viagens da Caixa Mágica, com Lázaro Ramos e Heloisa Jorge) e Ronei Jorge (músico, compositor produtor de trilhas sonoras e apresentador), é um rico painel sonoro que serve como fundamento e, ao mesmo tempo, provocação à criação coreográfica em cada um dos cinco movimentos que compõem o espetáculo. Uma trilha que resgata e faz sutis referências a frases melódicas instrumentais e vocais, ressaltando a força, a versatilidade e a atemporalidade da música de Rita Lee, ao mesmo tempo em que viaja por outros universos sonoros, desconstruindo, misturando, em nome da leveza, da crítica, da ironia e do bom humor. “Ao longo de várias décadas, Rita desenvolveu uma rica produção com muitas facetas bem diferentes entre si, o que nos deu um vasto material de referência para este espetáculo, desde o início de sua carreira solo, pós-Mutantes, em Tutti-Frutti, até trabalhos posteriores, como Pagu (parceria com Zélia Duncan), com foco especial no que foi produzido ao lado de Roberto de Carvalho”, afirma Ronei.
Uma riqueza melódica e harmônica que está presente nesta trilha, trazendo o espectador para uma “ambiência Rita Lee”, já conhecida ou ainda pouco percebida, em que se destacam linhas de guitarra, cordas, teclados, percussão e intervenções vocais, que, ao mesmo tempo em que servem à composição cênica e ao trabalho coreográfico, têm grande poder de ativar a memória emocional dos espectadores. “À medida em que mergulhamos no amplo universo Rita Lee, nas parcerias dela com Roberto, nos deparamos com um alto nível de sofisticação, sempre construindo paisagens, ambientes, atitudes e tônus emocional com quem escuta”, pondera Jarbas. Entre as pérolas do cancioneiro “ritalínico”, a trilha sonora de Lá Vem Ela tem citações a músicas como Agora é Moda (Rita Lee e Lee Marcucci), Miss Brasil 2000 (Rita Lee e Lee Marcucci), Mania de Você (Rita Lee e Roberto de Carvalho), Banho de Espuma (Rita Lee e Roberto de Carvalho), João Ninguém (Rita Lee e Roberto de Carvalho), Cor de Rosa Choque (Rita Lee e Roberto de Carvalho), Todas as Mulheres do Mundo (Rita Lee), Orra Meu (Rita Lee), entre muitas outras.
“Baila comigo” na Santos com a Augusta?
Lá Vem Ela é o primeiro espetáculo de dança do Teatro Unimed que, este ano, fará aniversário de quatro anos de funcionamento, sempre oferecendo ao público espetáculos de qualidade nas mais diversas expressões artísticas, como teatro e música, além de palestras, lançamentos e eventos corporativos.
“O Teatro Unimed se consolidou como uma referência na produção cultural de alta qualidade no país. Um espaço aberto à toda variedade de estilos e expressões artísticas e que sempre preza pelo máximo bem-estar do público, estimulando maior acesso à cultura e ao lazer, em sintonia com o que acreditamos ser importante para promover a saúde mental e o bem-estar das pessoas”, afirma Luiz Paulo Tostes Coimbra, presidente da Unimed Nacional.
“O Teatro Unimed, assim como o edifício Santos-Augusta, sempre está aberto à população de São Paulo e aos seus visitantes, com espaços que acolhem e convidam ao encontro e à celebração da vida. Melhor ainda quando se pode fazer isto usufruindo de uma experiência completa, juntando os espetáculos do Teatro Unimed, como este seu primeiro espetáculo de dança, e os sabores inesquecíveis do Perseu Coffee House, no térreo, e do Casimiro Ristorante dal Tatini, no quarto andar, nesta esquina icônica da alameda Santos com a rua Augusta”, afirma Fernando Tchalian, CEO da desenvolvedora Reud, controladora do Teatro Unimed.
Sinopse
Lá Vem Ela e´ um espetáculo de dança inspirado no discurso estético irreverente de uma das mulheres mais revolucionárias do cenário pop-rock brasileiro: Rita Lee. Idealizado e dirigido pelas artistas baianas Jussara Setenta e Ana Paula Bouzas, reúne as marcas do deboche, do humor, da sensualidade, do ativismo, da feminilidade e das múltiplas sonoridades que fazem parte do universo estético da “mamãe natureza” do rock nacional. Em cena, três dançarinas e seus corpos mutantes dialogam com a inspiradora criatividade desta artista que ha´ mais de 50 anos nos convida para “arrombar a festa” e “bailar como se baila na tribo”!