Trumpista que diz ser brasileiro mentiu em sua biografia, diz jornal
O The New York Times revelou que partes importantes do currículo e da biografia de Santos vendidos aos eleitores são incompletos ou falsos
- Data: 21/12/2022 14:12
- Alterado: 21/12/2022 14:12
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Reprodução
George Santos foi o primeiro deputado republicano abertamente gay eleito nos EUA. Trumpista, ele sempre disse ser filho de brasileiros e se vendeu aos eleitores como a encarnação do sonho americano: um filho de imigrantes que “saiu do nada”, estudou em uma faculdade pública de Nova York para se tornar um “financista e investidor experiente de Wall Street”.
Mas uma reportagem investigativa do jornal The New York Times revelou que partes importantes do currículo e da biografia de Santos vendidos aos eleitores são incompletos ou falsos.
O Citigroup e o Goldman Sachs, as firmas de destaque na biografia da campanha de Santos, disseram ao Times que não tinham registro de que ele trabalhou lá. Funcionários do Baruch College, onde Santos disse ter se formado em 2010, não conseguiram encontrar nenhum registro de alguém com seu nome. Também havia poucas evidências de que seu grupo de resgate de animais, Friends of Pets United, fosse, como afirmou Santos, uma organização isenta de impostos.
Enquanto Santos descreveu uma fortuna familiar no setor imobiliário, ele não revelou, nem o Times encontrou, registros de suas propriedades.
Sua aparição no início deste mês em uma festa de gala em Manhattan, com a presença de nacionalistas brancos e teóricos da conspiração de direita, destacou seus laços com a base do ex-presidente Donald Trump. Ele era próximo de políticos conservadores do Brasil. Em fevereiro de 2020, o deputado federal Eduardo Bolsonaro se encontrou com Santos.
A vitória de Santos, por oito pontos, em um distrito no norte de Long Island e no nordeste do Queens que antes favorecia os democratas, foi considerada uma reviravolta. Mas revelações do Times – incluindo a omissão de informações sobre as divulgações financeiras pessoais e acusações criminais por fraude de cheques no Brasil – têm o potencial de criar desafios éticos e possivelmente legais quando ele assumir.
Santos não respondeu aos repetidos pedidos do Times para que fornecesse documentos que ajudariam a comprovar as alegações que fez durante a campanha. Ele também rejeitou ser entrevistado.