Transporte Público em São Paulo: Necessidade x Descaso
Ana do Carmo brada: Basta!
- Data: 01/06/2012 20:06
- Alterado: 01/06/2012 20:06
- Autor: Ana do Carmo
- Fonte: Ana do Carmo
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A situação do transporte público em São Paulo beira o apagão. Quem sofre com essa situação são os mais pobres, que levam duas horas ou mais para chegar ao trabalho. A explicação é simples: descaso. Nenhum corredor de ônibus foi implantado na capital desde 2006 e, em 17 anos de tucanato no governo do estado, menos de 30 quilômetros de metrô foram construídos.
O pior é que tentam empurrar goela abaixo que nunca se investiu tanto em transporte público, com repetidas e caras propagandas nos meios de comunicação. Quimera, conversa para boi dormir. Vamos aos fatos: o governo do estado anunciou há anos a conclusão da linha amarela 4 para 2010. Passados dois anos desse prazo ainda faltam serem entregues cinco estações.
A expansão da linha 5 lilás, até o Hospital M’Boi Mirim está prevista somente para 2020 e as demais linhas ainda não saíram do papel. As obras do monotrilho entre o aeroporto de Congonhas e o Morumbi mal foram iniciadas e apenas dois quilômetros da linha entre a Vila-Prudente e Cidade Tiradentes serão entregues somente no ano que vem!
E os trens da CPTM? O governo do estado não se cansa de dizer que temos hoje um serviço muito melhor, similar ao metrô. Mas as paralisações são constantes e o próprio secretário de Transportes Metropolitanos admitiu, em reportagem ao jornal Folha de São Paulo, no final de março deste ano, que o governo Alckmin não estava preparado para tantos passageiros.
Os moradores da capital e proximidade estão sem esperança. Não há nenhum planejamento. A administração do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, prometeu quase 70 quilômetros de corredores de ônibus. Quantos foram implantados? Nem meio metro! Além disso, a prefeitura só repassou parte dos recursos que se comprometeu para a expansão do metrô e não cobra do governo do estado explicação de onde foram investidos os valores transferidos. Não faz, repassa dinheiro e não quer saber como os recursos estão sendo utilizados. Isso é puro descaso e falta total de planejamento!
E quem precisa utilizar os micro-ônibus que circulam na periferia, então? Segundo pesquisa da Associação nacional de Transportes, 24% desses passageiros se sentem desrespeitados pelas péssimas condições dos serviços e 45% dos usuários ligam a violência à superlotação dos veículos.
Para mudar essa situação é preciso sair dessa imobilidade dos governos que estão aí. Mobilidade urbana levada a sério pede planejamento e um sistema moderno no qual ônibus, trens, metrô e monotrilho estejam integrados. Um bom transporte público é garantia de qualidade de vida para a população, de redução do trânsito e da poluição do ar. Chega de paralisia!