Tragédia em Buenos Aires: morte de criança agita cenário político

Com uma população que ultrapassa 17 milhões de habitantes distribuídos em 135 municípios, a província tem enfrentado um aumento alarmante na criminalidade.

  • Data: 28/02/2025 18:02
  • Alterado: 28/02/2025 18:02
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Assessoria
Tragédia em Buenos Aires: morte de criança agita cenário político

Javier Milei ,presidente da Argentina

Crédito:RS/ via Fotos Publicas

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A recente morte de uma criança de sete anos na província de Buenos Aires, a mais populosa da Argentina, desencadeou uma acirrada disputa política entre o presidente Javier Milei e o governador Axel Kicillof, figura central da oposição peronista e potencial candidato à presidência em 2027.

O caso que chocou o país envolveu a menina Kim Goméz, que foi fatalmente ferida após ficar presa ao cinto de segurança do veículo de sua mãe, que havia sido roubado na cidade de La Plata. Tragicamente, Kim foi arrastada por quase dez quarteirões antes de ser socorrida. A autópsia revelou que a causa da morte foi choque hemorrágico e politraumatismo, resultado das múltiplas fraturas sofridas durante o incidente. Os responsáveis pelo crime, dois adolescentes de 14 e 17 anos, foram detidos.

A morte de Kim não é um caso isolado em meio a uma onda crescente de violência na região. No mesmo período, um assalto resultou no assassinato de uma mulher de 54 anos, enquanto outro homem foi morto a tiros na frente da namorada e do filho pequeno.

Com uma população que ultrapassa 17 milhões de habitantes distribuídos em 135 municípios, a província tem enfrentado um aumento alarmante na criminalidade. A situação acentuou ainda mais as tensões políticas entre Milei e Kicillof. O presidente Milei, em uma postagem nas redes sociais, exigiu a renúncia do governador, afirmando que a província é “um banho de sangue” e sugerindo que sua administração poderia trazer melhorias na segurança pública.

A reação do Partido Justicialista (PJ), liderado por Kicillof e Cristina Kirchner, foi imediata. Acusaram Milei de oportunismo político ao explorar a dor das vítimas para fins eleitorais, especialmente com as eleições legislativas marcadas para outubro, quando um terço das cadeiras do Congresso será renovado. O partido também criticou as restrições financeiras impostas pelo governo federal às províncias como um fator agravante da crise de segurança.

Embora intervenções federais em províncias sejam consideradas ações extremas, Milei menciona uma parceria bem-sucedida com as forças policiais da província de Santa Fe como um exemplo a ser seguido. Em Santa Fe, por exemplo, a taxa de homicídios caiu drasticamente devido a essa colaboração.

Em contraste com os números na província de Buenos Aires, onde a taxa foi de 4,8 homicídios por 100 mil habitantes em 2023, o estado paulista no Brasil registrou uma taxa levemente superior de 5,7 no mesmo ano.

A morte de Kim também levou a ministra da Segurança, Patricia Bullrich, a defender uma redução na maioridade penal de 16 para 13 anos como parte das medidas necessárias para lidar com o aumento da criminalidade juvenil.

Kicillof foi reeleito para o governo da província em 2023 e permanecerá no cargo até 2027, ano das próximas eleições presidenciais. Sua posição fortaleceu-se com o lançamento recente de sua própria facção dentro do peronismo e sua busca por alianças internacionais durante viagens ao exterior.

Enquanto o peronismo enfrenta desafios internos significativos e figuras proeminentes como Cristina Kirchner e Alberto Fernández enfrentam problemas legais ou políticos que comprometem suas chances futuras, Kicillof emerge como uma figura central no cenário político argentino. A tensão entre ele e Milei promete continuar alimentando debates sobre segurança e governança no país nos próximos meses.

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  • Data: 28/02/2025 06:02
  • Alterado:28/02/2025 18:02
  • Autor: Redação ABCdoABC
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